outubro 30, 2004

Ex.ma Sra. Presidente do CD,

Foi com grande satisfação que acolhi o facto de ter decidido colocar câmaras de vigilância por toda a faculdade, inclusivamente no interior das salas de aula, espaços que guardam o que de mais valioso temos na nossa instituição: a inteligência. Assim, para além de aplaudir, venho pedir-lhe que continue com esta medida e coloque câmaras de vigilância na sala do Conselho Directivo. Mais do que isso, e porque há várias formas de segurança, sugiro-lhe que contrate uma empresa, fazendo bom uso do dinheiro que entra nessa tesouraria, para que efectue uma auditoria financeira à nossa instituição. Por último, se o orçamento o permitir, e só nessa condição, que coloque câmaras nas salas de reuniões e dos departamentos, para que possamos assistir, através de um ecrã gigante a colocar no bar, aos mais eruditos debates científicos e pedagógicos que aí decorrem.
Grato pela atenção,

outubro 29, 2004

Frustrações

É frustrante. É frustrante não ter respostas para as perguntas. É frustrante gastar seis horas de viagem e regressar a casa sem respostas. É frustrante passar horas e horas, semanas e semanas, meses e meses em arquivos e as fontes não falarem. Mas deixem-se estar que eu já vos apanho... Quem não tem cão caça com gato.

outubro 27, 2004

Tutores

Em Setembro passado assisti, por mero acaso, à matrícula de alguns alunos do 1º ano de História. Como vem sendo hábito desde que houve uma reestruturação do curso, alguns professores (os que estão mais abaixo na carreira) são “destacados” para dar apoio no momento dos alunos construírem os seus “curricula”. Muitos deles vinham acompanhados pelos pais, outros pelas namoradas. Acompanhantes muito activos, que com ar convicto iam dizendo ao aluno quais as disciplinas que deveria escolher.
Naquele dia lembrei-me da tal figura do tutor. Na verdade, parece-me um disparate. Por um lado defende-se a autonomia do jovem para tomar as suas decisões, por outro vemos os pais a dizer em que disciplinas se devem matricular. É óbvio que, ao longo do curso, o estudante deve recorrer aos docentes com quem sentir maior empatia ou confiança (ou outro motivo) para poder trocar impressões sobre o que quer que seja, ou pedir uma opinião no momento de tomar uma decisão. No entanto, a figura do tutor não deve ser imposta. Deverão haver “tutores” informais. Como aliás já vão havendo.
Defende JVC no seu livro "A universidade no seu labirinto" que
"devia ser obrigatória a figura do tutor, numa relação aluno-docente personalizada, em que o tutor não é um agente de ensino mas sim um guia e auxiliar da aprendizagem."
Quando fala do papel do tutor na educação, diz não falar só dos estudos. “O tutor é um guia de toda a formação intelectual. À refeição ou com umas cervejas no "pub", conversa-se sobre tudo, da filosofia às perspectivas de vida futura, dos valores ao comportamento, da politica até ao último filme ou livro interessante.” (ver texto de Março’04 do Professorices)
Esta imagem de JVC faz-me lembrar a do “professor porreiro”. Temos lá alguns, no Campo Alegre. Apreciados pelos alunos, sobretudo pelos mais novos. Alguns destes alunos mudam de opinião, um ou dois anos depois... Defendo que, na licenciatura, deve haver alguma distância entre aluno e professor. Os seus papeis são diferentes. O que se espera de ambos também o é. O que não significa que o professor deva colocar-se no cimo do estrado e comportar-se de forma arrogante ou excessivamente distante. Para que houvesse o tutor, tal como o define JVC, era necessário que todos os professores fossem pessoas humanamente excepcionais. Que existisse, por exemplo, um bom ambiente humano e profissional entre docentes da mesma casa. E isso existe?




outubro 26, 2004

Uma verdadeira chatice

Estou a rever um trabalho que fiz em 2001, ainda no tempo da licenciatura. Não imaginam é há quantos meses ando a rever o dito cujo. Ou melhor, a fazer de conta que o revejo. Acho que desta vez vou terminar. Mas sempre que o releio faço novas alterações. Até já estou a pensar fazer duas versões para o mesmo texto. (Suspiro).

Estado de espírito

Na semana passada assisti a umas provas de doutoramento. Não sei como se sentia o doutorando. Pareceu estar como sempre: bem disposto, descontraído e utilizando uma linguagem nada formal (mesmo estando num momento que, julgo eu, requeria outro tipo de discurso...). A verdade é que me senti nervoso ao observar o que se estava a passar. Não pelo modo como o doutorando estava a defender a sua tese. Não. Comecei a sentir-me nervoso quando me identifiquei com aquele momento e viajei até um futuro não muito distante. A mente tem destas coisas. A minha tem destas e outras mais. Espero, porém, que este nervoso seja, para já, apenas residual, e não me atrapalhe o momento criativo/científico. Mas já sei que no dia em que tiver de enfrentar o júri vou sentir bastante frio... Ai vou, vou.

outubro 25, 2004

Trabalho



A Primavera nasce no Outono.

outubro 24, 2004

Tempo



Depois do fim há tudo.

outubro 23, 2004

No Outono



A natureza parece adormecida, as àrvores parecem viver os seus últimos dias... Mas ninguém sabe o que irá encontrar depois daquela curva outonal ...

outubro 11, 2004