janeiro 27, 2005
História Total
É uma luta constante. Provavelmente é defeito de principiante. Apesar de, na prática, ou até me conseguir "conter", a verdade é que almejo sempre uma espécie de história total. Não se trata de pequenos pormenores. Nem de "petit histoires". Não. É querer perceber tudo o que rodeia determinado objecto de estudo. Só que tal como as redes de que já aqui falámos, se não se tem cuidado o novelo ainda dá um nó. Mas detesto escrever algo do género: "contudo esse aspecto, embora por estudar, ultrapassa em muito os objectivos do presente trabalho". Herrr. Enfim, teria tese para a vida toda.
janeiro 26, 2005
Musicoblogo
É um blogue recente, cujo autor, João Pedro d'Alvarenga, se dedica ao estudo da História da Música. Não se assustem, os textos dele podem ser lidos por analfabetos musicais, como é o meu caso. Entretanto também vai escrevendo sobre o ensino superior, até porque é professor. Pena é que não tenha caixa de comentários.
Vale a pena, passem por lá!
Vale a pena, passem por lá!
Viajar no tempo
Ir até ao século XVII. Assistir a uma procissão entre Santa Cruz e a Sé. Descer a rua e entrar na casa dum impressor. Entrar na catedral de pedras medievais e ouvir alguém tocar órgão.
janeiro 25, 2005
Sem vermelho
Fico preocupado quando me reúno com a orientadora e vejo que em algumas páginas não fez qualquer anotação. E pergunto: Mas não tem nada a dizer sobre isto? Ela responde-me de forma aparentemente tranquilizadora. Às vezes penso se não se terá entediado e avançado aquelas páginas. Professora, tem a certeza que está tudo bem ali? Gosto mais quando vejo as margens escritas a vermelho. O vermelho da caneta dela tranquiliza-me.
janeiro 24, 2005
Sensação estranha
Acabo de conhecer uma das personagens da minha tese. E tem barba. Ou seja, de nada adiantaram as ameaças do ***ido. É estranho ver o rosto deste tipo. Ainda para mais, assim... de repente, sem contar... É um prazer, senhor.
Sete cães a um osso
Em determinada faculdade abriu um concurso para professores associados. Como sabem, embora não seja um concurso interno, geralmente as vagas são abertas pensando em professores da casa. O problema é que as coisas nem sempre são simples. A criação de universidades privadas levou, obviamente ao aparecimento de lugares de docência nessas instituições. Muitos desses docentes foram levados por professores do "público", que acumularam com o privado. Ou seja, eram protegidos de A ou de B. No entanto, algumas delas têm vindo a encerrar determinados cursos. Quando se trata de cursos das chamadas Letras as coisas ainda são mais complicadas... Até para a empregabilidade desses docentes que entretanto têm vindo a ser demitidos. Ou seja, criou-se uma massa excedentária de docentes do superior, que veêm nestes concursos uma boa oportunidade de reingresso na carreira. Adivinham-se tempos interessantes...
Se isto está assim para este "escalão", falar de rejuvenescimento e contratação de assistentes é fantasiar em demasia... Não achas, Daniela?
Se isto está assim para este "escalão", falar de rejuvenescimento e contratação de assistentes é fantasiar em demasia... Não achas, Daniela?
janeiro 20, 2005
janeiro 19, 2005
Muda de Vida
Muda de Vida
Se tu não vives satisfeito
Muda de Vida
Estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida
Não deves viver contrafeito
Muda de vida
Se há vida em ti a latejar.
Ver-te sorrir, eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti, ou pensas que tens que ser assim?
(...)
Olha que a vida, não
Não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver.
(António Variações)
Se tu não vives satisfeito
Muda de Vida
Estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida
Não deves viver contrafeito
Muda de vida
Se há vida em ti a latejar.
Ver-te sorrir, eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti, ou pensas que tens que ser assim?
(...)
Olha que a vida, não
Não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver.
(António Variações)
janeiro 16, 2005
Trova do emigrante
Parte de noite e não olha
Os campos que vai deixar
Todo por dentro a abanar
Como a terra em Agadir
Folha a folha se desfolha
Seu coração ao partir
Não tem sede de aventura
Nem quis a terra distante
A vida o fez viajante
Se busca terras de França
É que a sorte lhe foi dura
E um homem também se cansa
As rugas que o suor cava
Não são rugas são enganos
São perdas lágrimas e danos
De suor por conta alheia
Não compensa nunca paga
Quanto suor se semeia
Em vida vive-se a morte
Se o trabalho não dá fruto
Morre-se em cada minuto
Se o fruto nunca se alcança
Porque lhe foi dura a sorte
Vai para terras de França
Não julguem que vai contente
Leva nos olhos o verde
Dos campos onde se perde
Gente que tudo lhe deu
Parte mas fica presente
Em tudo o que não colheu
Verde campo verde e triste
Em ti ceifou e hoje foi-se
Em ti ceifou mas a foice
Ceifava somente esperança
Nem sempre um homem resiste
Vai para terras de frança
Vai-se um homem vai com ele
A marca de uma raiz
Vai com ele a cicatriz
De um lugar que está vazio
Leva gravada na pele
Um aldeia um campo um rio
Ficam mulheres a chorar
Por aqueles que se foram
Ai lágrimas que se choram
Não fazem qualquer mudança
Já foram donos do mar
Vão para terras de França.
(Manuel Alegre)
Os campos que vai deixar
Todo por dentro a abanar
Como a terra em Agadir
Folha a folha se desfolha
Seu coração ao partir
Não tem sede de aventura
Nem quis a terra distante
A vida o fez viajante
Se busca terras de França
É que a sorte lhe foi dura
E um homem também se cansa
As rugas que o suor cava
Não são rugas são enganos
São perdas lágrimas e danos
De suor por conta alheia
Não compensa nunca paga
Quanto suor se semeia
Em vida vive-se a morte
Se o trabalho não dá fruto
Morre-se em cada minuto
Se o fruto nunca se alcança
Porque lhe foi dura a sorte
Vai para terras de França
Não julguem que vai contente
Leva nos olhos o verde
Dos campos onde se perde
Gente que tudo lhe deu
Parte mas fica presente
Em tudo o que não colheu
Verde campo verde e triste
Em ti ceifou e hoje foi-se
Em ti ceifou mas a foice
Ceifava somente esperança
Nem sempre um homem resiste
Vai para terras de frança
Vai-se um homem vai com ele
A marca de uma raiz
Vai com ele a cicatriz
De um lugar que está vazio
Leva gravada na pele
Um aldeia um campo um rio
Ficam mulheres a chorar
Por aqueles que se foram
Ai lágrimas que se choram
Não fazem qualquer mudança
Já foram donos do mar
Vão para terras de França.
(Manuel Alegre)
janeiro 15, 2005
Saídas Profissionais
Uma minha "colega", Ângela Ricarda Carriço Sabino, foi eleita, em 2002, Deputada da Assembleia da República, pelo PCP. Tem-na visto?
Seja como for, assim é que é! Há que procurar alternativas de emprego.
Círculo Eleitoral: Évora
Data de Nascimento: 01-02-1979
Habilitações Literárias: Licenciatura em História
Profissão: Técnica Superior de História
Cargos que desempenha: Deputada na IX Legislatura
Este assento foi inspirado no Pula Pula Pulga
Seja como for, assim é que é! Há que procurar alternativas de emprego.
Círculo Eleitoral: Évora
Data de Nascimento: 01-02-1979
Habilitações Literárias: Licenciatura em História
Profissão: Técnica Superior de História
Cargos que desempenha: Deputada na IX Legislatura
Este assento foi inspirado no Pula Pula Pulga
Provas de Agregação
Não tenho andado nos meus melhores dias. Mas fazer um intervalo na tese para assistir à dramatização de uma "lição" foi fantástico. Tive foi que conter o riso. Depois, enquanto lanchava "caí em mim"... Aquilo que deveria ser uma aula foi um texto lido. Uma problematização que se ficou pelo título. Uma colectânea de factos, a maior parte dos quais pitorescos. Homens de saias. Bolas brancas e pretas. Tirem-me deste filme.
janeiro 12, 2005
janeiro 09, 2005
Programas de Doutoramento
Não existem. Em Portugal não existem verdadeiros programas de Doutoramento em História. Em grande parte tal dever-se-á ao facto de, até à década de 90, praticamente apenas docentes universitários completarem aquele grau. Ainda que a realidade tenha mudado, havendo cada vez mais não-docentes universitários a, em determinado momento da sua vida, pretenderem realizar um doutoramento, as Universidades não têm sabido oferecer um programa estruturado de doutoramento, com seminários teóricos e metodológicos. O que mais se aproxima deste modelo são os chamados cursos integrados de pós-graduação, mas em que a oferta de seminários é a mesma para mestrados e doutoramentos.
Assim, quem, por exemplo, se matricular na Faculdade de Letras do Porto para realizar um Doutoramento em História Contemporânea paga 500 contos anuais (2500 euros), não tendo direito nem a uma fotocópia. Se tiver sorte com o orientador, é apenas isso que tem - orientação. Mas se tiver sorte...
Assim, quem, por exemplo, se matricular na Faculdade de Letras do Porto para realizar um Doutoramento em História Contemporânea paga 500 contos anuais (2500 euros), não tendo direito nem a uma fotocópia. Se tiver sorte com o orientador, é apenas isso que tem - orientação. Mas se tiver sorte...
janeiro 08, 2005
Avaliação Negativa Aos Cursos de Direito para Cinco Privadas
Noticía o Público de hoje que "das duas dezenas de cursos de Direito existentes no país, cinco tiveram sobretudo notas negativas, dadas pela Comissão de Avaliação Externa dos Cursos de Direito. São todos leccionados em universidades privadas, que tiveram anos especialmente maus".
janeiro 06, 2005
A hora da Mudança
Foram hoje as eleições na FLUP, para a Assembleia de Representantes. A Lista M ganhou com 135 votos, contra a Lista A (67). São grandes as expectativas que pesam sobre a equipa vencedora. Esperemos que o M signifique realmente Mudança.
janeiro 04, 2005
Marketing institucional ou propaganda política?
A direcção da FLUP acaba de publicar dois guias bilingues (português/inglês), com design cuidado, onde apresenta os cursos de licenciatura e de pós-gradução que oferece, para o ano lectivo 2004/2005. Sim, 2004/2005. Por exemplo, pós-graduações que só funcionam de 2 em 2 anos ou novas ofertas para 2005/2006 (o novo ano lectivo) não estão contempladas. Foi ainda editado um DVD com a história da instituição e não sei mais o quê (não vi o conteúdo).
Nem quero pensar quanto aquilo custou. Mas tenho-me perguntado quais os objectivos destas publicações e qual o público-alvo.
Ah... As eleições para a Assembleia de Representantes são 5ª feira.
Nota: Qualquer semelhança entre estas publicações e o "encarte" sobre o Orçamento de Estado que nos ofereceu o Governo da República, é muito mais do que uma coincidência...
Nem quero pensar quanto aquilo custou. Mas tenho-me perguntado quais os objectivos destas publicações e qual o público-alvo.
Ah... As eleições para a Assembleia de Representantes são 5ª feira.
Nota: Qualquer semelhança entre estas publicações e o "encarte" sobre o Orçamento de Estado que nos ofereceu o Governo da República, é muito mais do que uma coincidência...
Pensado não escrito
Já acabei a tese. Não, ainda não a escrevi toda. Até porque ela teima em arrastar-se. Mas mentalmente já acabei a tese, daí custar-me um pouco passar para o escrito. No fundo, o prazer de elaborar questões, de procurar as respostas nos documentos, de esboçar uma metodologia, de tratar os dados... todo esse prazer já foi alcançado. Mesmo parte do pensado já está escrito. Só falta... só falta acabar. Mas não está fácil. Na minha cabeça começam a surgir novas questões, novas ideias, novos sonhos. Enfim, apetece-me ir mais além.
Nota à margem: não percebo como é que certas pessoas, depois de acabarem a tese de doutoramento, andam anos e anos a fazer "render" a dita cuja...
Nota à margem: não percebo como é que certas pessoas, depois de acabarem a tese de doutoramento, andam anos e anos a fazer "render" a dita cuja...
janeiro 03, 2005
Dúvida do dia
Por que é que a secretaria demora 8 a 10 dias para me imprimir uma certidão com as classificações? (Para não falar dos 8 euros que tenho de pagar).
Re-re-re-re-re-re-revisão
Lembram-se daquele artigo que eu andava a rever para publicação? Pois é, estou a meio da revisão final. Ainda hoje disse a uma professora que para a próxima prefiro fazer um estudo de raíz. Já nem consigo ler o texto sem fazer batota. Mas, pelos vistos, ainda o vou ter de reler quando vierem as primeiras provas. Pago a quem quiser fazer esse trabalho.
janeiro 02, 2005
Meta-blog do ES
Por iniciativa do Jorge Morais, eis que surge o Meta-blogue do Ensino Superior, no qual o Fio de Ariana colobora.
Assim, se pretende evitar ler os devaneios de um mestrando que no fundo, no fundo, não quer acabar a tese, ou a expressão das dúvidas de um futuro sempre presente, e apenas pretende ler as mini-crónicas que por vezes escrevo sobre a Universidade, então passe primeiro pelo Meta-blogue do Ensino Superior...
Assim, se pretende evitar ler os devaneios de um mestrando que no fundo, no fundo, não quer acabar a tese, ou a expressão das dúvidas de um futuro sempre presente, e apenas pretende ler as mini-crónicas que por vezes escrevo sobre a Universidade, então passe primeiro pelo Meta-blogue do Ensino Superior...
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