junho 30, 2005

Cheiros

O cheiro do passado. É estranho, mas delicioso, sentir o cheiro do passado. Um dos cheiros mais característicos é o que nos oferecem os livros de tabeliães. Têm um cheiro que os distingue da restante documentação. Talvez porque em cada escritura surgem diferentes intervenientes e, com eles, diferentes cheiros. Talvez porque nas suas páginas homens e mulheres colocaram a sua mão para assinarem. Gente mais ou menos rica. Do campo ou da cidade. Talvez porque aqueles livros saíssen das prateleiras constantemente. Por vezes até saíam da casa do notário. Talvez pela união daquela tinta agressiva com o papel, tudo encadernado com um pergaminho medieval. Ou, simplesmente, por ter sido o primeiro cheiro do passado que tive oportunidade de sentir...