Nos comentários ao texto anterior houve quem falasse do (escasso) número de artigos publicados pelos professores catedráticos ou por quem já apresentou doutoramento. Devo concordar que há um fundo de verdade nesse comentário. Mas fazer a relação nº de artigos publicados/ano é perigoso. Mais uma vez, falou-se que nas ciências sociais a baixa produtividade é maior. Pois, mas permitam que vos diga que escrever um artigo sobre a introdução da batata em Portugal (atrevam-se a estudar o tema) levará muito mais tempo do que um que analisa a evolução dos preços em 2003. Não acredito em quem apresenta, na minha área, muitos artigos em pouco tempo. Sobretudo se são jovens historiadores. Acredito é que muita gente publica a mesma coisa em vários sítios, com títulos diferentes. Como acredito que haja quem vá a todos os congressos falar dum qualquer monarca da I Dinastia (sem qualquer preconceito dinástico, mas estou a lembrar-me dum caso em particular).
Isto leva-me mais longe. Como é que a Fundação para a Ciência e Tecnologia pode avaliar da mesma forma os resultados de um projecto em Física e outro em História. Nesta última, só para a recolha dos materiais nos arquivos (ai os nossos arquivos... e os seus auxiliares de pesquisa... e os seus caixotes...) é necessário sempre imenso tempo, até porque as verbas para recursos humanos, nestes projectos, são diminutas.