Para que não percam o vosso tempo continuando a cá vir, informo que este blogue estará inactivo durante tempo indeterminado, por motivos pessoais.
A todos os que por cá passam, obrigado.
Pode continuar a acompanhar o debate sobre o ensino superior nos blogues que sugiro em "Estudo Geral".
junho 30, 2004
junho 29, 2004
junho 28, 2004
junho 27, 2004
Serenidade
Aguardo serenamente pela decisão do Presidente da República. É uma boa oportunidade para reflectir sobre o País, a Democracia e a participação dos cidadãos na melhoria dos dois. Serenamente.
junho 26, 2004
junho 25, 2004
Paris ou Amesterdão esperem por mim
Se Santana Lopes e Paulo Portas forem os dois rostos da governação em Portugal, acabo o que tenho em mãos e vou-me embora. Mas vou mesmo. Estou deprimido... Acho que o país não merecia isto. Não merecia mesmo.
«Existem universidades em falência técnica, científica e financeira»
Quem o diz é Veiga Simão, coordenador do grupo de trabalho que vai (irá mesmo?) reorganizar o ensino superior.
A ler, no Diário Económico.
A ler, no Diário Económico.
O que é isto?!
Nem sei o que dizer. Ou melhor, sei, mas não quero. Não sei explicar muito bem, neste momento, mas sinto um misto de tristeza e incompreensão...
Acabo de ler esta notícia. O ministério anuncia a criação de 32 novas escolas do ensino superior. Não acreditam? Então leiam.
A lista fica aqui:
Açores. Instituto Superior Politécnico Lusíada; Instituto Politécnico dos Açores (Universidade dos Açores). Aveiro. Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro; Universidade Técnica Lusíada do Centro; Escola Politécnica Aveiro Norte (Universidade de Aveiro). Beja. Escola Superior de Saúde (Beja); Escola Superior de Engenharia Industrial em Santiago do Cacém. Braga. Instituto Politécnico do Cávado e Ave (criação de um segundo curso); Instituto Politécnico de Mondim de Basto; Escola de Medicina Dentária do Minho; Escola Superior de Turismo do Minho; Universidade do Vale do Sousa (passagem do Instituto de Ciências Norte a Universidade); Universidade Técnica Lusíada do Vale do Sousa. Bragança. Nova Universidade de Bragança. castelo branco. Escola de Turismo no Fundão (Instituto Politécnico); Escola de Enfermagem em Vila de Rei (Instituto Politécnico de Santarém); Universidade Lusíada de Castelo Branco. Coimbra. Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Instituto Politécnico de Coimbra) em Oliveira do Hospital. guarda. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade da Beira Interior) em Gouveia; Instituto Superior Politécnico Lusíada de Penamacor. leiria. Escola Superior de Tecnologias da Saúde. lisboa.Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa. madeira. Instituto Politécnico da Madeira (Universidade da Madeira). portalegre. Escola Superior de Saúde (a instalar em Portalegre ou Elvas). porto. Escola Superior de Saúde da Misericórdia do Porto; Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Valongo; Escola de Tecnologia e Gestão de Felguei- ras (Instituto Politécnico do Porto). santarém. Escola de Artes e Design (Instituto Politécnico de Tomar); Instituto Politécnico de Torres Vedras. vila real. Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) em Chaves. viseu. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; a Nova Universidade.
Claro que o Ministério já veio dizer que não era bem assim. Mas então como é? Digam-me que não é mesmo verdade.
Ah... E não vale a pena irem ao sítio do MCES na internete. O documento já não está disponível.
Acabo de ler esta notícia. O ministério anuncia a criação de 32 novas escolas do ensino superior. Não acreditam? Então leiam.
A lista fica aqui:
Açores. Instituto Superior Politécnico Lusíada; Instituto Politécnico dos Açores (Universidade dos Açores). Aveiro. Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro; Universidade Técnica Lusíada do Centro; Escola Politécnica Aveiro Norte (Universidade de Aveiro). Beja. Escola Superior de Saúde (Beja); Escola Superior de Engenharia Industrial em Santiago do Cacém. Braga. Instituto Politécnico do Cávado e Ave (criação de um segundo curso); Instituto Politécnico de Mondim de Basto; Escola de Medicina Dentária do Minho; Escola Superior de Turismo do Minho; Universidade do Vale do Sousa (passagem do Instituto de Ciências Norte a Universidade); Universidade Técnica Lusíada do Vale do Sousa. Bragança. Nova Universidade de Bragança. castelo branco. Escola de Turismo no Fundão (Instituto Politécnico); Escola de Enfermagem em Vila de Rei (Instituto Politécnico de Santarém); Universidade Lusíada de Castelo Branco. Coimbra. Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Instituto Politécnico de Coimbra) em Oliveira do Hospital. guarda. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade da Beira Interior) em Gouveia; Instituto Superior Politécnico Lusíada de Penamacor. leiria. Escola Superior de Tecnologias da Saúde. lisboa.Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa. madeira. Instituto Politécnico da Madeira (Universidade da Madeira). portalegre. Escola Superior de Saúde (a instalar em Portalegre ou Elvas). porto. Escola Superior de Saúde da Misericórdia do Porto; Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Valongo; Escola de Tecnologia e Gestão de Felguei- ras (Instituto Politécnico do Porto). santarém. Escola de Artes e Design (Instituto Politécnico de Tomar); Instituto Politécnico de Torres Vedras. vila real. Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) em Chaves. viseu. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; a Nova Universidade.
Claro que o Ministério já veio dizer que não era bem assim. Mas então como é? Digam-me que não é mesmo verdade.
Ah... E não vale a pena irem ao sítio do MCES na internete. O documento já não está disponível.
Economia da Nova ganha certificação internacional
A Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa é a primeira escola de gestão portuguesa a conquistar uma certificação internacional. Recebeu a acreditação Equis (European Quality Improvement System), da responsabilidade da European Foundation for Management Development. O Equis é considerado o mais internacional sistema de certificação, declara Luís Campos e Cunha, director da faculdade, acrescentando que este selo de qualidade é um "passaporte internacional" para a escola. A instituição fica assim colocada entre as melhores, continua. O Equis já certificou 73 escolas de economia e gestão não só da Europa, mas em todo o mundo, dos EUA ao Brasil, passando pela África do Sul, Hong Kong e Austrália. O objectivo da escola sempre foi a internacionalização, diz o seu director, exemplificando que todo o ensino é feito em inglês, o corpo docente é constituído por professores de oito nacionalidades e que anualmente a escola recebe mais de uma centena de estudantes europeus, através do programa Erasmus.
(Público, hoje)
(Público, hoje)
junho 24, 2004
Exame História 2004
Procure responder a esta questão do Exame de História do Ensino Secundário, 2004.
Mensagem de Costa Gomes em 1 de Janeiro de 1977
Entramos em 1977 com as instituições que nos regem plenamente constituídas e
democraticamente legitimadas. Não há mais razões para adiarmos a solução dos problemas de
fundo. [...] A democracia tem hoje uma direcção e um significado concretos: relançar a produção,aumentar o trabalho, dominar a crise.
É agora que a prática da democracia tem de surgir claramente como a única defesa real e
segura dos Portugueses e dos ideais mais profundos da vivência democrática. [...] Será na
resolução da crise que assumirão toda a sua extensão, duma maneira duradoura, os benefícios
reais da revolução.
Conquistámos a liberdade política. Mas a liberdade real só a teremos quando todos os
portugueses puderem viver, fraternalmente, o projecto colectivo sem receio da opressão, e com esperança no futuro [...].
Nas áreas sensíveis da vida portuguesa têm vindo a acentuar-se dificuldades. Umas derivam
da própria natureza das transformações sociais e económicas; outras da ambição do poder de
grupos totalitários no seu frenesi de dominar o País; outras ainda da inexperiência de muitos. Para além de todas, convém não esquecer as difíceis condições de onde partiu. [...]
A Constituição apresenta um quadro suficiente para adoptar em cada momento a solução capaz de conciliar o jogo democrático e a justiça social com a necessidade de relançar a economia e resolver os problemas. [...]
Temos com urgência de criar os nossos próprios mecanismos de financiamento a fim de
desagravar progressivamente o nosso endividamento e dependência do exterior. Este é o
verdadeiro caminho da independência nacional [...].
A reconciliação dos portugueses consigo próprios e com a sua história passa também pela
eliminação dos complexos africanos e pelo restabelecimento de relações baseadas em interesse mútuo e que salvaguardem os justos interesses da nação portuguesa. [...]
Somos um povo que tomou nas próprias mãos o destino. [...] O programa que o futuro nos
oferece está à vista: pelo trabalho sério de todos, uma sociedade justa.
Mensagem do Presidente da República aos Portugueses,
Lisboa, Secretaria de Estado da Comunicação Social, 1977
Comente a mensagem do Presidente Costa Gomes, no contexto da institucionalização
da democracia em Portugal.
Mensagem de Costa Gomes em 1 de Janeiro de 1977
Entramos em 1977 com as instituições que nos regem plenamente constituídas e
democraticamente legitimadas. Não há mais razões para adiarmos a solução dos problemas de
fundo. [...] A democracia tem hoje uma direcção e um significado concretos: relançar a produção,aumentar o trabalho, dominar a crise.
É agora que a prática da democracia tem de surgir claramente como a única defesa real e
segura dos Portugueses e dos ideais mais profundos da vivência democrática. [...] Será na
resolução da crise que assumirão toda a sua extensão, duma maneira duradoura, os benefícios
reais da revolução.
Conquistámos a liberdade política. Mas a liberdade real só a teremos quando todos os
portugueses puderem viver, fraternalmente, o projecto colectivo sem receio da opressão, e com esperança no futuro [...].
Nas áreas sensíveis da vida portuguesa têm vindo a acentuar-se dificuldades. Umas derivam
da própria natureza das transformações sociais e económicas; outras da ambição do poder de
grupos totalitários no seu frenesi de dominar o País; outras ainda da inexperiência de muitos. Para além de todas, convém não esquecer as difíceis condições de onde partiu. [...]
A Constituição apresenta um quadro suficiente para adoptar em cada momento a solução capaz de conciliar o jogo democrático e a justiça social com a necessidade de relançar a economia e resolver os problemas. [...]
Temos com urgência de criar os nossos próprios mecanismos de financiamento a fim de
desagravar progressivamente o nosso endividamento e dependência do exterior. Este é o
verdadeiro caminho da independência nacional [...].
A reconciliação dos portugueses consigo próprios e com a sua história passa também pela
eliminação dos complexos africanos e pelo restabelecimento de relações baseadas em interesse mútuo e que salvaguardem os justos interesses da nação portuguesa. [...]
Somos um povo que tomou nas próprias mãos o destino. [...] O programa que o futuro nos
oferece está à vista: pelo trabalho sério de todos, uma sociedade justa.
Mensagem do Presidente da República aos Portugueses,
Lisboa, Secretaria de Estado da Comunicação Social, 1977
Comente a mensagem do Presidente Costa Gomes, no contexto da institucionalização
da democracia em Portugal.
junho 23, 2004
Sebenta
Com esperanças de estar tão inspirado como ontem, vou canalizar este bem estar intelectual para a outra escrita.
Entretanto, deixo aqui o endereço de um blog que só agora descobri. O blog sobre o ensino superior que faltava: é escrito por alunos. De Coimbra.
Entretanto, deixo aqui o endereço de um blog que só agora descobri. O blog sobre o ensino superior que faltava: é escrito por alunos. De Coimbra.
junho 22, 2004
Exemplar
O Jornalismo e Comunicação dá-nos a conhecer algo de inovador:
Cem milhões de páginas para o depósito legal...
...em França. Começa hoje e, segundo o director da Bibliothèque Nationale de France, Jean-Noël Jeanneney, são cerca de cem milhões as páginas do domínio .fr que passarão a figurar no depósito legal. Este gigantesco empreendimento será levado a cabo por um consórcio internacional de bibliotecas e, para já, dedicar-se-á a preservar sites de natureza pública e comercial, seguindo um método de amostragem.
Da entrevista que Jeanneney dá hoje ao Libération, cuja leitura se recomenda, fica este extracto das suas palavras:
"Depuis François 1er, le dépôt légal s'est toujours adapté à la nature du support: livres, périodiques, estampes, photographie, sons... J'appartiens à une génération d'historiens qui s'est souciée, dès les années 1970 , de voir créer un dépôt légal de la radio et la télévision. Quand j'étais secrétaire d'Etat à la Communication, celui-ci a été instauré par la loi du 20 juin 1992. L'enjeu n'est pas seulement d'ordre scientifique, mais aussi civique. Il est indispensable qu'une démocratie soit capable, pour hiérarchiser les objectifs et les émotions, de fonder sa réflexion sur la connaissance du passé. Aujourd'hui, nous abordons une étape nouvelle. En tant qu'historien et responsable de la BNF, il m'a semblé que ce devait être pour nous un grand chantier. Nous disposons d'atouts solides à cet égard: une maison toute entière tournée vers le recueil, la conservation et la diffusion des supports de la culture et une excellente équipe de spécialistes".
Cem milhões de páginas para o depósito legal...
...em França. Começa hoje e, segundo o director da Bibliothèque Nationale de France, Jean-Noël Jeanneney, são cerca de cem milhões as páginas do domínio .fr que passarão a figurar no depósito legal. Este gigantesco empreendimento será levado a cabo por um consórcio internacional de bibliotecas e, para já, dedicar-se-á a preservar sites de natureza pública e comercial, seguindo um método de amostragem.
Da entrevista que Jeanneney dá hoje ao Libération, cuja leitura se recomenda, fica este extracto das suas palavras:
"Depuis François 1er, le dépôt légal s'est toujours adapté à la nature du support: livres, périodiques, estampes, photographie, sons... J'appartiens à une génération d'historiens qui s'est souciée, dès les années 1970 , de voir créer un dépôt légal de la radio et la télévision. Quand j'étais secrétaire d'Etat à la Communication, celui-ci a été instauré par la loi du 20 juin 1992. L'enjeu n'est pas seulement d'ordre scientifique, mais aussi civique. Il est indispensable qu'une démocratie soit capable, pour hiérarchiser les objectifs et les émotions, de fonder sa réflexion sur la connaissance du passé. Aujourd'hui, nous abordons une étape nouvelle. En tant qu'historien et responsable de la BNF, il m'a semblé que ce devait être pour nous un grand chantier. Nous disposons d'atouts solides à cet égard: une maison toute entière tournée vers le recueil, la conservation et la diffusion des supports de la culture et une excellente équipe de spécialistes".
O evidente
A escrita de uma tese ou um artigo de investigação levanta-me sempre problemas. Depois de meses a ler o que os outros escreveram, depois de longas permanências nos arquivos a contactar com as fontes, depois de alguns dias ou semanas a tratar a informação recolhida... chegada a altura de escrever as conclusões, tenho sempre a sensação que escrevendo uma única frase já estou a dizer tudo o que há para dizer. Esqueço-me que o que para mim já é tão evidente e tão claro, não o é para quem for ler o que escrevo. Quem lê, só tem o texto do autor, não as suas intenções, nem o não-dito, mas pensado.
Outra tentação é apenas descrever, narrar, deixando a análise para o leitor. Como se ele soubesse por que é que escrevemos aquela frase e não outra. Ou então silenciarmo-nos, e citando uma fonte, como se ela dissesse tudo aquilo que queremos dizer. Escrever ciência é mais do que isso. É problematizar, é procurar explicar, compreender... É uma verdadeira aventura, quer se trate de descobrir os segredos da genética ou os da sacristia.
Outra tentação é apenas descrever, narrar, deixando a análise para o leitor. Como se ele soubesse por que é que escrevemos aquela frase e não outra. Ou então silenciarmo-nos, e citando uma fonte, como se ela dissesse tudo aquilo que queremos dizer. Escrever ciência é mais do que isso. É problematizar, é procurar explicar, compreender... É uma verdadeira aventura, quer se trate de descobrir os segredos da genética ou os da sacristia.
junho 21, 2004
João Magueijo
Definitivamente, gostei muito de ler a entrevista de João Magueijo (cientista português em Londres, o tal da teoria da relatividade...) à Revista Pública, ainda que ache que o jornalista pudesse tê-lo questinado mais sobre determinados aspectos.
Claro que ao ler a entrevista fui-me lembrando de imensas coisas: pessoais, familiares, académicas, sobre o país...
Gostei, por exemplo, desta frase:
"Fazer exames é saber imensas coisas e ser capaz de resolver um problema numa situação de pressão, ao passo que fazer investigação é exactamente o oposto: é arranjar o problema, muito mais do que resolvê-lo."
Claro que ao ler a entrevista fui-me lembrando de imensas coisas: pessoais, familiares, académicas, sobre o país...
Gostei, por exemplo, desta frase:
"Fazer exames é saber imensas coisas e ser capaz de resolver um problema numa situação de pressão, ao passo que fazer investigação é exactamente o oposto: é arranjar o problema, muito mais do que resolvê-lo."
junho 20, 2004
Memórias
Ao ler uma entrevista a um cientista português a viver em Inglaterra, recordei-me de algumas coisas da minha infância.
Pus-me a imaginar o que responderia se me questionassem acerca daquelas coisas habituais sobre a infância. Poderia então dizer que conheci a História aos 9 anos e que foi amor à primeira vista. O que a minha professora então nos ensinava soube-me a pouco. Obriguei, por isso, a minha mãe a levar-me a uma livraria. Comprei a minha primeira História de Portugal, em dois volumes.
Hoje, aquela livraria já não existe. É uma sapataria. Já a minha primeira História de Portugal continua comigo, acompanhada por muitas outras...
Aos nove anos apaixonei-me. Entretanto casei-me. Em breve nascerá o primeiro filho.
Pus-me a imaginar o que responderia se me questionassem acerca daquelas coisas habituais sobre a infância. Poderia então dizer que conheci a História aos 9 anos e que foi amor à primeira vista. O que a minha professora então nos ensinava soube-me a pouco. Obriguei, por isso, a minha mãe a levar-me a uma livraria. Comprei a minha primeira História de Portugal, em dois volumes.
Hoje, aquela livraria já não existe. É uma sapataria. Já a minha primeira História de Portugal continua comigo, acompanhada por muitas outras...
Aos nove anos apaixonei-me. Entretanto casei-me. Em breve nascerá o primeiro filho.
junho 19, 2004
Nata intelectual vem para Portugal
“Uma das maiores manifestações de mobilidade humana da Universidade Portuguesa no século XVI, em particular no que respeita ao corpo docente, verificou-se por ocasião e motivo da sua reforma e fixação definitiva em Coimbra em 1537. Tal reforma, concebida e executada por D. João III, exigia um alargamento e uma qualidade do quadro dos seus professores que só o recurso às universidades estrangeiras poderia resolver de forma suficiente. (...) Foram principalmente três as universidades a que o Rei Piedoso recorreu, com a conhecida generosidade que pôs nesta tarefa: as francesas de Paris e de Bordéus e, sobretudo, o Estudo ibérico de Salamanca. Foi destas que D. João III convidou para Coimbra quer portugueses já aí professores ou distintos jovens em fim de curso, quer conceituados mestres estrangeiros pertencentes ao quadro das referidas escolas.”
(PINHO, Sebastião Tavares Pinho, in História da Universidade em Portugal)
E esta, Sra. Ministra?
(PINHO, Sebastião Tavares Pinho, in História da Universidade em Portugal)
E esta, Sra. Ministra?
junho 18, 2004
Universidade de élite vai ser realidade
Governo vai anunciar mudanças profundas na Universidade.
Professores de renome internacional já estão a caminho de Portugal.
Um exclusivo do Fio de Ariana!
Professores de renome internacional já estão a caminho de Portugal.
Um exclusivo do Fio de Ariana!
António Homem condenado
Em princípios do século XVII, a Inquisição levou a cabo uma perseguição a alguns lentes da Universidade de Coimbra, entre os quais André do Avelar, Francisco Velasco de Gouveia e, o mais famoso, António Homem, que acabou na fogueira em 1624.
Joaquim Romero de Magalhães comenta a atitude que Universidade teve perante esta situação:
A Universidade «peca por ausência, por estrutural seguidismo e acatamento acrítico dos desejos régios e dos poderes que sente mais fortes. Com razão temeria que a mocidade fosse “levada do imoderado amor de saber mais”, como mais tarde se afirmaria. Os saberes instrumentais que à Corte e à Igreja convinham não eram ilimitados, pelo contrário, bem condicionados (ou acondicionados?). Por isso as perseguições inquisitoriais não dizem respeito à Universidade, sejam elas movidas contra os professores do Colégio das Artes (...) ou ainda contra os nove estudantes que em 1781 foram condenados por naturalismo e dogmatismo. A Universidade enquanto corpo deixa passar. Mas fica sempre avisada.»
(Vd. J. Romero Magalhães – História da Universidade em Portugal)
No século XVII e XVIII houve quem fosse condenado ao cárcere e à fogueira por pensar e por invejas. A católica e régia Universidade de Coimbra não se incomodou muito com isso. E hoje? Constitui a Universidade Portuguesa um espaço de liberdade e democracia? Que pervivências do Antigo Regime conseguem identificar, ainda que sob outras vestes? Não há coisas, como os trajes dos lentes ou o voto por bolas brancas e pretas, que cheiram a bolor?
Joaquim Romero de Magalhães comenta a atitude que Universidade teve perante esta situação:
A Universidade «peca por ausência, por estrutural seguidismo e acatamento acrítico dos desejos régios e dos poderes que sente mais fortes. Com razão temeria que a mocidade fosse “levada do imoderado amor de saber mais”, como mais tarde se afirmaria. Os saberes instrumentais que à Corte e à Igreja convinham não eram ilimitados, pelo contrário, bem condicionados (ou acondicionados?). Por isso as perseguições inquisitoriais não dizem respeito à Universidade, sejam elas movidas contra os professores do Colégio das Artes (...) ou ainda contra os nove estudantes que em 1781 foram condenados por naturalismo e dogmatismo. A Universidade enquanto corpo deixa passar. Mas fica sempre avisada.»
(Vd. J. Romero Magalhães – História da Universidade em Portugal)
No século XVII e XVIII houve quem fosse condenado ao cárcere e à fogueira por pensar e por invejas. A católica e régia Universidade de Coimbra não se incomodou muito com isso. E hoje? Constitui a Universidade Portuguesa um espaço de liberdade e democracia? Que pervivências do Antigo Regime conseguem identificar, ainda que sob outras vestes? Não há coisas, como os trajes dos lentes ou o voto por bolas brancas e pretas, que cheiram a bolor?
junho 17, 2004
junho 16, 2004
E ele a dar-lhe...
Com senhores assim, à frente de instituições do ensino superior, vamos longe... Vamos, vamos...
Apêndice?
Disse a 1poucomais, num comentário no Professorices:
«JVC, penso que o Professorices e os seus "anéis e satélites", como alguém outro dia por mail me dizia, constituem a prova da riqueza que e da mais-valia que os comentários constituem».
Gostaria de, hoje, realizar um mini-inquérito a quem por aqui passa para ler o que escrevo:
1)Constitui este blogue um satélite do Professorices? Justifique.
2)Considera importante a existência deste blogue? Porquê?
Desde já obrigado pelas vossas respostas (com a adesão que esta tasca tem tido, já imagino umas quatro respostas. Com sorte...).
«JVC, penso que o Professorices e os seus "anéis e satélites", como alguém outro dia por mail me dizia, constituem a prova da riqueza que e da mais-valia que os comentários constituem».
Gostaria de, hoje, realizar um mini-inquérito a quem por aqui passa para ler o que escrevo:
1)Constitui este blogue um satélite do Professorices? Justifique.
2)Considera importante a existência deste blogue? Porquê?
Desde já obrigado pelas vossas respostas (com a adesão que esta tasca tem tido, já imagino umas quatro respostas. Com sorte...).
Universidade de Viseu
A futura Universidade Pública de Viseu deve vir a desenvolver laços de cooperação com as restantes instituições de ensino superior existentes na cidade: Instituto Piaget, Instituto Politécnico e Universidade Católica. Veiga Simão, coordenador do estudo que vai definir o modelo a implementar na futura universidade, cuja criação já foi anunciada por Durão Barroso em Maio, admitiu essa possibilidade ontem em Viseu.
Além da definição da filosofia e valências da futura Universidade Pública de Viseu, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo vai também apresentar pistas para a reorganização da rede de ensino superior público.
A ler, no Público
Além da definição da filosofia e valências da futura Universidade Pública de Viseu, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo vai também apresentar pistas para a reorganização da rede de ensino superior público.
A ler, no Público
junho 15, 2004
Piaget, Viseu e a Medicina
Antes de mais as minhas desculpas por este estado de ausência. Mas tenho dado a minha atenção a outras escritas...
Hoje apenas quero divulgar estas notícia, em que se diz que a Sra Ministra do ES não afasta a possibilidade de, no campus universitário de Viseu do Instituto Piaget, poder vir a ser instalada uma Faculdade de Medicina.
Hoje apenas quero divulgar estas notícia, em que se diz que a Sra Ministra do ES não afasta a possibilidade de, no campus universitário de Viseu do Instituto Piaget, poder vir a ser instalada uma Faculdade de Medicina.
junho 12, 2004
Saudades...
...das longas horas em que te olhava nos olhos e ouvia o que tinhas para me dizer.
Tinhas sempre tanto que dizer. Sentias muito.
Eu sei... Ouvi muito e terei dito pouco.
Saudades...
Dum tempo que passou apressadamente. Um tempo mais rápido do que eu.
Tinhas sempre tanto que dizer. Sentias muito.
Eu sei... Ouvi muito e terei dito pouco.
Saudades...
Dum tempo que passou apressadamente. Um tempo mais rápido do que eu.
junho 11, 2004
junho 09, 2004
Positivo e Negativo
A CP tem vindo a melhorar os seus serviços, quer a nível de horários quer do conforto das carruagens.
Claro que, ao mesmo tempo, o interior vê as suas estações serem encerradas... A centralidade do país não está em Lisboa, está no litoral.
Claro que, ao mesmo tempo, o interior vê as suas estações serem encerradas... A centralidade do país não está em Lisboa, está no litoral.
junho 08, 2004
junho 06, 2004
Casa na escola
Na Faculdade de Letras da UP (FLUP) estão a construir um novo bloco onde se situará uma residência universitária, a cantina e um parque de estacionamento. Ou seja, os alunos poderão comer, dormir e estudar sem sair do mesmo espaço...
junho 03, 2004
Frequências
Maria era daquelas alunas que ia sempre às aulas e se sentava na primeira fila. Ainda que chegasse sempre entre 30 a 60 minutos atrasada às primeiras aulas da manhã. Procurava escrever tudo o que o professor dizia, e sempre que este indicava a bibliografia a ler ela saía mais cedo da aula, com mais duas colegas, e corriam para a biblioteca para requisitar os livros todos.
Quando chegavamos à altura de frequências/exames, Maria revelava uma patologia grave. Era provavelmente a primeira aluna a chegar à faculdade no dia da frequência. Pelas 7h30m lá estava ela (as frequências eram às 9h30). Depois de consultar o mapa da distribuição das salas onde iria decorrer a frequência, marcava o seu lugar na última mesa do lado esquerdo, junto à janela. Nesse dia (quer fosse em Janeiro ou em Julho) trazia um blusão azul. Interrogada, dizia estar constipada. Coitada, quatro anos com constipações em Janeiro/Fevereiro e Maio/Junho. E prolongadas. Maria tinha uma patologia grave: copiava compulsivamente, e todo o seu “estudo” ao longo do ano era planeado tendo como fim a elaboração de “copianços”. Mesmo outros colegas que lá iam copiando uma coisa ou outra, olhavam para a Maria de forma diferente. Ninguém achava aquele tipo de comportamento normal. Maria nunca foi surpreendida a copiar por nenhum professor. Chegou ao fim do 4º ano com média de 14. Sei que durante o estágio pedagógico (5º ano) apresentou vários atestados médicos. Sei que em Setembro do ano em que terminara o estágio não tinha conseguido entregar o trabalho de “seminário”, ao contrário de todos os outros colegas. Sei ainda que o dossiê (com materiais que os estagiários utilizam nas aulas, incluindo os planos de aula) da Maria não era dela...
Não soube mais nada da Maria. Espero que esteja tudo bem com ela. E que seja feliz.
Quando chegavamos à altura de frequências/exames, Maria revelava uma patologia grave. Era provavelmente a primeira aluna a chegar à faculdade no dia da frequência. Pelas 7h30m lá estava ela (as frequências eram às 9h30). Depois de consultar o mapa da distribuição das salas onde iria decorrer a frequência, marcava o seu lugar na última mesa do lado esquerdo, junto à janela. Nesse dia (quer fosse em Janeiro ou em Julho) trazia um blusão azul. Interrogada, dizia estar constipada. Coitada, quatro anos com constipações em Janeiro/Fevereiro e Maio/Junho. E prolongadas. Maria tinha uma patologia grave: copiava compulsivamente, e todo o seu “estudo” ao longo do ano era planeado tendo como fim a elaboração de “copianços”. Mesmo outros colegas que lá iam copiando uma coisa ou outra, olhavam para a Maria de forma diferente. Ninguém achava aquele tipo de comportamento normal. Maria nunca foi surpreendida a copiar por nenhum professor. Chegou ao fim do 4º ano com média de 14. Sei que durante o estágio pedagógico (5º ano) apresentou vários atestados médicos. Sei que em Setembro do ano em que terminara o estágio não tinha conseguido entregar o trabalho de “seminário”, ao contrário de todos os outros colegas. Sei ainda que o dossiê (com materiais que os estagiários utilizam nas aulas, incluindo os planos de aula) da Maria não era dela...
Não soube mais nada da Maria. Espero que esteja tudo bem com ela. E que seja feliz.
junho 02, 2004
Depois de Lisboa e Coimbra...
Mais um blogue sobre o Ensino Superior. Com pronúncia do Norte. Depois dos professores de Lisboa e Coimbra, eis Luís Moutinho e a sua UniverCidade. E para quando mais blogues de estudantes?
PS: O Jorge Morais mandou dizer que também é um homem do Norte. Se formos a ver... então não há ninguém de Lisboa. O JVC é dos Açores...
PS: O Jorge Morais mandou dizer que também é um homem do Norte. Se formos a ver... então não há ninguém de Lisboa. O JVC é dos Açores...
Estudantes de Coimbra interrompem reunião do Senado
Cerca de 200 estudantes da Universidade de Coimbra (UC) cumpriram a decisão estabelecida na última Assembleia Magna e invadiram esta tarde o Senado Universitário. Na altura da discussão do valor das propinas, os estudantes procederam a uma invasão pacífica do local, por forma a evitar a aprovação do valor máximo. O presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), Miguel Duarte, justificou esta medida relembrando aos restantes senadores o princípio democrático do ensino gratuito e do acesso à educação. Por seu lado, o reitor da UC, Seabra Santos, fez notar que já por várias vezes se manifestou contra o aumento da propina, mas sublinhou esta tarde não ver outra alternativa dentro de uma lógica de competitividade entre as instituições universitárias.
junho 01, 2004
Foguetões
Um doutoramento, oito anos de experiência em investigação ou de trabalho em empresas e uma prova pública vão, em breve, ser condições suficientes para se atingir o título de professor catedrático. O que significa que o acesso aos vários níveis dos quadros das intituições de ensino superior vão ser abertos mesmo a quem nunca tenha dado aulas. Ao mesmo tempo, eleva-se a exigência na formação académica: o grau de doutor vai ser a condição mínima para se ser efectivo numa universidade, enquanto nos institutos politécnicos será exigido um mestrado.
A ler, no DN.
A ler, no DN.
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