Lusíada quer criar no próximo ano lectivo universidade na Curia
A Universidade Lusíada quer abrir um estabelecimento de ensino superior na Cúria (Anadia), aguardando o parecer do Ministério da Ciência e Ensino Superior, onde o respectivo pedido de reconhecimento deu entrada em meados de Novembro.
O projecto prevê a criação, numa fase inicial, de pelo menos quatro licenciaturas, nas áreas do termalismo, enologia, segurança e higiene no trabalho e reabilitação/enfermagem, obedecendo à lógica que justifica a abertura da nova escola nesta estância termal: formação de técnicos em sectores directamente relacionados com os principais recursos da região.
O presidente da câmara de Anadia, Litério Marques, acredita que a tutela autorizará a criação do estabelecimento a tempo de poder iniciar a sua actividade no princípio do próximo ano lectivo (em Setembro/Outubro). O autarca disse ao DN que a nova escola se preocupará com a formação de técnicos, «tendo sempre em vista a valorização dos recursos da região», mas sem nunca se alhear do mercado de trabalho e, portanto, da «empregabilidade dos seus licenciados».
A Universidade Técnica Lusíada do Centro, assim se designará a unidade de ensino superior, ficará instalada, provisoriamente, no Hotel Boavista, integrado no complexo do Hotel das Termas da Curia. Este edifício está situado em pleno centro da localidade, encontra-se desactivado, e será «submetido a algumas obras de beneficiação e adaptação» às suas novas funções. Será cedido à Fundação Minerva (proprietária da Universidade Lusíada), pela autarquia da Anadia e Sociedade das Águas da Curia. Além disso, revela ainda Litério Marques, serão disponibilizadas outras instalações, estas mais vocacionadas para aulas práticas, designadamente na sede do concelho, como o Museu do Vinho da Bairrada (recentemente inaugurado) e a Estação Vitivinícola.
O DN contactou os responsáveis da Fundação Minerva/Universidade Lusíada que confirmaram ao DN já ter sido entregue no Ministério do Ensino Superior e da Ciência o respectivo pedido de reconhecimento de um novo estabelecimento na Curia e Anadia, com aquelas características.
Fonte do gabinete da ministra Graça Carvalho confirmou ao DN que o processo deu entrada e que está a ser analisado, escusando-se, no entanto, a adiantar qualquer previsão sobre a data em que a decisão poderá ser tomada.
In Diário de Notícias (28/02/2004)
É claro que vou comentar. Nada tenho contra a criação de novas instituições de ensino superior ou de novos cursos. No entanto, julgo que, desde logo, este não é o momento indicado. Deveríamos estar todos a reflectir Bolonha, e só quando se definisse o que se pretende para o ensino superior em Portugal seria oportuno considerar a criação de novas ofertas e, até, extinguir outras.
Mas o que mais confusão me fez nesta notícia foi o facto de os cursos que se pretendem criar na Curia de pouco ou nada terem de universitários. É o próprio presidente da Câmara de Anadia que reforça a minha ideia ao referir a necessidade de formação de "técnicos". É vocação das universidades formarem técnicos? Se sim, então o que é que as distingue dos Politécnicos?