março 01, 2004

Tocou-lhes a eles... eles começam a mexer-se!

Abaixo-assinado para Discutir Dispensa de Professores

Um grupo de professores da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) não se conforma com as notícias que dão conta da dispensa de um número ainda não determinado de docentes contratados e está a promover um abaixo-assinado para que o assunto seja discutido numa assembleia de representantes (AR) extraordinária.

Até à próxima quarta-feira, o conselho científico da FLUP conta poder receber dos vários departamentos da faculdade o nome dos professores a dispensar. Através do abaixo-assinado, os promotores esperam obrigar o presidente da AR a agendar a discussão. "Um processo desta natureza é tão relevante para toda a comunidade académica que forçosamente tem de passar por uma discussão pública", comentou ao PÚBLICO um professor da FLUP.

"O processo em curso de dispensa ou não renovação de contratos de docentes contratados fora do quadro, se levado até ao fim, pode afectar entre 13 e 22 docentes da nossa faculdade", pode ler-se no documento de suporte à recolha de assinaturas em curso. Os professores da FLUP alegam ainda que, a verificar-se a não renovação dos contratos dos docentes, poderão criar-se "situações de rotura na oferta de formação" da faculdade. Lembram também que, pelo facto de a questão estar a ser tratada de forma diferente pelos vários departamentos - alguns recusaram-se a fornecer a lista de docentes "dispensáveis" -, poderá haver "situações discriminatórias".

O processo de dispensa de professores já confirmado pela Universidade do Porto deverá também abranger a Faculdade de Belas-Artes, que poderá perder quatro docentes. A reitoria justifica a medida com a necessidade de adequar o "ratio" professor-alunos, mas sublinha que está a cumprir orientações do Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

A ministra Maria da Graça Carvalho já fez saber, contudo, que "estas opções [de dispensar professores] são apenas da responsabilidade das universidades".

In "Público" (01/03/2004)

Só um comentário: já sabemos que estas dispensas são meramente economicistas. Mas parém de atirar responsabilidades uns para os outros e assumam os actos!