abril 06, 2004

Republicação

A discussão no Professorices a propósito da universidade de élite, fez-me ir à arca buscar um assento com um mês (2 de Março) e voltar a publicá-lo aqui, agora que julgo ter mais leitores. Estive tentado a reescrevê-lo, pois tenho algumas dúvidas se conseguirei passar a mensagem pretendida (na altura ninguém comentou). Mas optei por não o fazer. Aqui fica, então...

Fechem a Universidade!

A Universidade (pública) tem sido objecto, nos últimos anos, de profundas... preocupações financeiras. Os alunos protestam contra as propinas, os professores pelas restrições orçamentais. Sobretudo agora que algumas instituições ameaçam com despedimentos de docentes.
Entretanto multiplicaram-se os cursos, quer nas universidade privadas, quer mesmo nas públicas. Internamente, ocorreram divisões: criaram-se novos departamentos, a que não correspondem novas áreas científicas. Na ânsia duma escalada rápida na carreira atropelaram-se (e continuam) uns aos outros. Em alguns casos, diminui-se a exigência para não ver os alunos, a meio do curso, "fugirem" para instituições privadas ou até para outras públicas (!), onde sabiam que iriam ver as suas médias subirem.
Entretanto... entretanto pensou-se pouco sobre a Universidade. Pensou-se pouco na empregabilidade de determinados cursos, mas sobretudo nas competências que deveriam proporcionar.

Ultimamente tem-se falado de Bolonha. Por vezes para criticar o elevado grau de exigência de, por exemplo, alguns cursos de mestrado e pelo investimento pessoal que alguns fazem, enquanto "lá fora" se passa directamente para o doutoramento (e aqui também...). Daqui a uns anos a licenciatura vale tanto como a antigo 12º ano do Secundário e o Doutoramento aos antigos Mestrados.

Fechem a Universidade! Encerrem cursos, despeçam professores, dinamitem algumas instalações. Fechem a Universidade para balanço. Ou seja, REFORMEM verdadeiramente a universidade. De forma séria. Não em cima dos joelhos e com medo.

Pensemos todos a Universidade!