Hoje, quando soarem as doze badaladas, pedirei doze desejos:
1º-Acabar a tese
2º-Acabar a tese
3º-Acabar a tese
4º-Começar a tese
5º-Começar a tese
6º-Começar a tese
7º a 12º - É segredo
dezembro 30, 2004
dezembro 29, 2004
dezembro 28, 2004
dezembro 27, 2004
Condição temporária
Escreveu-se numa revista (quem frequenta a rede de blogues obre o ES já sabe a que me refiro) que o Fio de Ariana "é um Blog que difunde informação sobre o Ensino Superior com um enfoque particular na História. Pena é que tenha entrado em hibernação, pois a condição (temporária) de estudante/bolseiro do autor do Blog torna-o um Blog vocacionado para discutir questões que não aparecem noutros Blogs."
Houve duas coisas que me fizeram sorrir neste parágrafo: a hibernação e a condição temporária de estudante/bolseiro. Quanto à primeira, julgo que o artigo terá sido escrito há umas semanas atrás, quando me despedi do blogue. Mas, como sabem, a ausência durou poucos dias, e o psi de serviço disse que eu era um blogo-dependente. Serei...
Mas o que me levantou dúvidas foi a referência ao carácter temporário da minha condição de estudante/bolseiro. Na verdade, não sei que intencionalidade tinha o autor ao me descrever daquela maneira. Porquê a utilização da palavra "temporário". Temporariamente bolseiro? Temporariamente estudante? Temporariamente ambos? Quem estuda não o faz sempre numa condição temporária, sonhando exercer uma profissão? Estas questões não devem fazer sentido nenhum, mas como podem ver pelo texto anterior, para mim fazem algum. Temporariamente até quando?
Nota: Para dizer a verdade, deixei de ser bolseiro em Julho de 2004, passando a exercer as mesmas funções como trabalhador independente. É que eu não era Bolseiro de Mestrado, mas de Investigação num projecto desenvolvido por uma unidade I&D. Estudante sou, e até gostava de continuar a ser mais uns anos...
Houve duas coisas que me fizeram sorrir neste parágrafo: a hibernação e a condição temporária de estudante/bolseiro. Quanto à primeira, julgo que o artigo terá sido escrito há umas semanas atrás, quando me despedi do blogue. Mas, como sabem, a ausência durou poucos dias, e o psi de serviço disse que eu era um blogo-dependente. Serei...
Mas o que me levantou dúvidas foi a referência ao carácter temporário da minha condição de estudante/bolseiro. Na verdade, não sei que intencionalidade tinha o autor ao me descrever daquela maneira. Porquê a utilização da palavra "temporário". Temporariamente bolseiro? Temporariamente estudante? Temporariamente ambos? Quem estuda não o faz sempre numa condição temporária, sonhando exercer uma profissão? Estas questões não devem fazer sentido nenhum, mas como podem ver pelo texto anterior, para mim fazem algum. Temporariamente até quando?
Nota: Para dizer a verdade, deixei de ser bolseiro em Julho de 2004, passando a exercer as mesmas funções como trabalhador independente. É que eu não era Bolseiro de Mestrado, mas de Investigação num projecto desenvolvido por uma unidade I&D. Estudante sou, e até gostava de continuar a ser mais uns anos...
Dúvidas
Escolher é sempre difícil. É dizer não a várias possibilidades, e sim a apenas uma. Vai chegando o momento de decidir sobre que passo dar a seguir, e as dúvidas são muitas. Certezas apenas tenho uma: a decisão cabe-me a mim. Decido-me pelo mais cómodo, logo mais fácil? Arrisco, e aposto em novas experiências? Mas, e se não sou capaz? Ou tomo uma medida mais extrema, e coloco um ponto final a uma pseudo-carreira de investigação?
dezembro 20, 2004
dezembro 19, 2004
Redes Sociais
A representação de uma rede bloguística aqui publicada ontem suscitou alguns comentários um pouco inquietos e até de desagrado. O objectivo não foi o de excluir ninguém. Na verdade o "mapa" não representava apenas relações bloguísticas, mas, digamos, relações sociais já existentes. Como o que pretendi representar foram as minhas relações, é natural que o Holocénico, por exemplo, ali não estivesse, embora, como podemos ver agora, possua laços com outros que fazem parte da minha "rede".
Decidi, mesmo assim, alterar os dados da análise, e acrescentei mais alguns comentadores habituais que, como não os conheo, ficaram na periferia. Excepto o Luís, que está mais próximo. Até porque, a representação é subjectiva e disponho-a consoante o objectivo da observação. As cores nada tinham de simbólico, foram atribuídas automaticamente pelo programa (sim, porque isto, embora não parecendo, foi feito com um programa próprio), mas optei agora por uma só cor.
Em suma, estou no centro porque é esse o actor em estudo. Para não existir ninguém no centro eu teria de conhecer todas as relações bloguísticas de todos os outros actores. O que seria um exercício interessante, mas que iria tornar a rede visualmente muito confusa. E, é claro, a rede pode sempre crescer... Não é a rede do blogue (essa é mais ampla), mas sim a rede do autor do blogue.
Decidi, mesmo assim, alterar os dados da análise, e acrescentei mais alguns comentadores habituais que, como não os conheo, ficaram na periferia. Excepto o Luís, que está mais próximo. Até porque, a representação é subjectiva e disponho-a consoante o objectivo da observação. As cores nada tinham de simbólico, foram atribuídas automaticamente pelo programa (sim, porque isto, embora não parecendo, foi feito com um programa próprio), mas optei agora por uma só cor.
Em suma, estou no centro porque é esse o actor em estudo. Para não existir ninguém no centro eu teria de conhecer todas as relações bloguísticas de todos os outros actores. O que seria um exercício interessante, mas que iria tornar a rede visualmente muito confusa. E, é claro, a rede pode sempre crescer... Não é a rede do blogue (essa é mais ampla), mas sim a rede do autor do blogue.
dezembro 18, 2004
Gestão de Eventos
É este o nome de uma pós-graduação da Universidade Lusófona. Entre o corpo docente encontramos a Dra Paula Bobone (que faz parte da direcção do curso) e Luísa Castelo Branco.
Divulgação
Não é um blogue dedicado, à partida, ao tema, mas tem abordado os assuntos da educação, e da educação superior em particular. Tem um tom bem humorado, e porque o linquei muito ali em baixo, aqui fica o destaque: Acontecencias.
dezembro 17, 2004
Sondagem
A participação na sondagem levada a cabo por este blogue teve uma elevada adesão,com 9 votantes. Pedimos um parecer junto dum especialista em sondagens, e este concluiu, perante os resultados, que houve uma grande dispersão do voto. Venceu a idade de 23 anos, com 33%, seguindo-se as idades de 25 e 29 anos, com 22% dos votos cada uma. A opção de 27 e a de 30 tiveram apenas um voto, e não houve nenhum para a de 31.
Conclusões:
É difícil tirar conclusões sólidas e declarar um vencedor. Mas 1/3 dos votantes considera que quem escreve este blogue tem a maturidade de um indivíduo de 23 anos. Por outro lado, e se coligarmos alguns votos, verificamos que existe um número significativo de leitores que o consideram mais velho do que realmente é.
Obrigado a todos que votaram.
Conclusões:
É difícil tirar conclusões sólidas e declarar um vencedor. Mas 1/3 dos votantes considera que quem escreve este blogue tem a maturidade de um indivíduo de 23 anos. Por outro lado, e se coligarmos alguns votos, verificamos que existe um número significativo de leitores que o consideram mais velho do que realmente é.
Obrigado a todos que votaram.
dezembro 16, 2004
Labirinto errado
Hoje alguém fez uma pesquisa naquela barra superior ali em cima, com a palavra "tese". Que tese é que pretende? Por que não pergunta directamente ao Hugo, por mail?
Arquivos e Investigação
Já por aqui narrei alguns episódios vividos em arquivos portugueses. Mas o comentário do PJ fez-me voltar ao assunto. Na verdade, o modo como um arquivo histórico está organizado condiciona o trabalho do investigador. Já para não falar da boa ou má vontade de quem lá trabalha.
A inexistência de invesntários e outros instrumentos de pesquisa continua a ser um dos principais problemas com que nos deparamos. Até porque, a sua inexistência reflecte toda uma desorganização da documentação existente nesse mesmo arquivo. Quem um dia for ler a minha tese não vai imaginar (nem tem de) as horas perdidas à "cata" da informação. E outras tantas horas a imaginar a orgânica da mesma documentação (que reflectiria a do arquivo/estrutura da instituição em estudo). Ainda hoje tenho muitas dúvidas... Mas os prazos de entrega da tese (e não só) não me permitem estar à espera que o arquivo se organize (isso seria esperar eternidades) ou que eu o organize mentalmente. Na verdade, este arquivo, como quase todos, tem falta de técnicos, por impossibilidade de contratação. Vão valendo os estagiários que por lá vão passando.
No entanto há muito boa vontade por parte do arquivo que mais tenho frequentado. E o interesse demonstrado pelo trabalho dum tipo que, vindo de fora, se apaixonou por aquela papelada... E aqui o tipo só tem a agradecer. Obrigado.
A inexistência de invesntários e outros instrumentos de pesquisa continua a ser um dos principais problemas com que nos deparamos. Até porque, a sua inexistência reflecte toda uma desorganização da documentação existente nesse mesmo arquivo. Quem um dia for ler a minha tese não vai imaginar (nem tem de) as horas perdidas à "cata" da informação. E outras tantas horas a imaginar a orgânica da mesma documentação (que reflectiria a do arquivo/estrutura da instituição em estudo). Ainda hoje tenho muitas dúvidas... Mas os prazos de entrega da tese (e não só) não me permitem estar à espera que o arquivo se organize (isso seria esperar eternidades) ou que eu o organize mentalmente. Na verdade, este arquivo, como quase todos, tem falta de técnicos, por impossibilidade de contratação. Vão valendo os estagiários que por lá vão passando.
No entanto há muito boa vontade por parte do arquivo que mais tenho frequentado. E o interesse demonstrado pelo trabalho dum tipo que, vindo de fora, se apaixonou por aquela papelada... E aqui o tipo só tem a agradecer. Obrigado.
dezembro 15, 2004
Brincadeira
É provavelmente a pergunta mais palerma que eu poderia aqui colocar. Resulta de um comentário que aqui já fizeram, e do facto de a questão me ter sido hoje colocada por mail.
Àqueles que sabem a minha idade, peço que não estraguem a brincadeira...
Àqueles que sabem a minha idade, peço que não estraguem a brincadeira...
Discussão
As Ordens profissionais existentes têm vindo a público defender as suas posições sobre Bolonha. No entanto, existem muitas formações para as quais não existe uma Ordem correspondente, nem mesmo associações profissionais. Estou, como imaginam, a pensar na disciplina que me (pre)ocupa: a História. Acho que seria importante a realização de uma reunião nacional (tipo congresso) sobre a ensino superior da História e Bolonha, onde se deveriam discutir toda uma série de objectivos que fossem além da duração do curso. Aliás, a questão da duração é um assunto relativamente pouco importante, ao lado de outros, como os objectivos da formação em cada um dos ciclos. Essa reunião nacional deveria reunir o maior número possível de docentes das Universidades (públicas e privadas) com licenciatura em História, bem como representantes dos estudantes (de licenciatura, mestrado e doutoramento), profissionais da área (que não professores do básico e secundário, mas sim técnicos superiores), convidados internacionais (professores de outros países), entre outros "especialistas".
Fica a sugestão.
Fica a sugestão.
dezembro 14, 2004
Sentido
Perguntar para que serve a História é não conhecer a importância da própria memória individual na estruturação do indivíduo.
Um Homem sem memória é um homem doente (com Alzheimer, por exemplo). E um País sem memória? Poderá sobreviver?
Um País que vê somente no desenvolvimento científico e tecnológico a via para o Progresso é um País condenado ao fracasso.
Um Homem sem memória é um homem doente (com Alzheimer, por exemplo). E um País sem memória? Poderá sobreviver?
Um País que vê somente no desenvolvimento científico e tecnológico a via para o Progresso é um País condenado ao fracasso.
dezembro 13, 2004
Tudo em silêncio
...
Não tenho nada de importante para dizer.
- Mas em que estás a pensar.
Em nada. Quer dizer, em nada de especial.
...
- Mas não fizeste nada hoje?
Fiz, o habitual. O quotidiano. Isso não tem interesse.
...
- E nestes dias? Hmmm. Nada de especial. O trabalho.
- E aquilo de que me falaste no outro dia?
Ah (risos)! Disso não me apetece falar.
- Porquê?
Estou sem vontade.
Não tenho nada de importante para dizer.
- Mas em que estás a pensar.
Em nada. Quer dizer, em nada de especial.
...
- Mas não fizeste nada hoje?
Fiz, o habitual. O quotidiano. Isso não tem interesse.
...
- E nestes dias? Hmmm. Nada de especial. O trabalho.
- E aquilo de que me falaste no outro dia?
Ah (risos)! Disso não me apetece falar.
- Porquê?
Estou sem vontade.
dezembro 11, 2004
Chuveiro
É hoje. Já estou a ficar irritado comigo. Ontem tinha uma página de word em branco. Depois acrescentei-lhe um gráfico que transmite uma ideia errada da realidade em causa, a não ser que seja olhado com muita atenção. Hoje a folha continua na mesma. Mais valia ter ficado na cama a dormir. Ao meu lado tenho uns papéis e ali outros. A bibliografia espanhola não me serve, neste capítulo em particular, para absolutamente nada. A historiografia portuguesa tem ignorado esta matéria (e eu imagino porquê...). Ou seja, inventa Hugo! São 13h30m de sábado. A minha orientadora já apontou um prazo para finalizar a primeira versão da tese. É o caos. Querido pai Natal, quero muita inspiração para as próximas semanas. São 13h31m de sábado. Antes que me zangue comigo acho que vou começar a escrever o capítulo. Isto depois de tomar um banho e pensar por que ponta hei-de começar. Se ao fim do dia a folha continuar igual...
dezembro 10, 2004
Visitantes além-fronteiras
Caros visitantes de além-fronteiras,
Pelo novo brinquedo que adicionei a esta página, verifiquei que já por cá passou gente vinda da Alemanha, Noruega, França e Estados Unidos e, talvez, de outros países (ainda não domino o sistema). Palpita-me que alguns por cá passam por mero acaso (ainda que eu gostasse de perceber como tal acontece, mas enfim...). Mas abreviando, e dirigindo-me àqueles que vivem fora de Portugal e falam português: se são leitores mais ou menos habituais, não me querem escrever?
Se por acaso está na Suécia, Finlândia, Holanda, Bélgica ou, até, França, este pedido é redobrado. E, já agora, se me arranjarem aí um emprego, seria óptimo. Pode ser num supermercado...
Desde já obrigado a quem aceitar o desafio.
P.S.: Luís, os E.U.A. não estão, para já, na minha lista...
Pelo novo brinquedo que adicionei a esta página, verifiquei que já por cá passou gente vinda da Alemanha, Noruega, França e Estados Unidos e, talvez, de outros países (ainda não domino o sistema). Palpita-me que alguns por cá passam por mero acaso (ainda que eu gostasse de perceber como tal acontece, mas enfim...). Mas abreviando, e dirigindo-me àqueles que vivem fora de Portugal e falam português: se são leitores mais ou menos habituais, não me querem escrever?
Se por acaso está na Suécia, Finlândia, Holanda, Bélgica ou, até, França, este pedido é redobrado. E, já agora, se me arranjarem aí um emprego, seria óptimo. Pode ser num supermercado...
Desde já obrigado a quem aceitar o desafio.
P.S.: Luís, os E.U.A. não estão, para já, na minha lista...
dezembro 08, 2004
Fase B
Ando numa fase B. Ou talvez seja uma espécie de ressaca pós-2ª feira. A inversão de posições que aconteceu naquela tarde absorveu as minhas energias todas... Falar "em casa" deixou-me perturbado.
Mas não será apenas isso. A tese que tenho em mãos não irá responder aos objectivos inicialmente traçados. Embora não esteja concluída, sei que as limitações documentais não me permitirão ir onde eu queria. Acabá-la, sabendo isto, torna-se mais difícil. Esta será, pois, uma não-tese...
Mas não será apenas isso. A tese que tenho em mãos não irá responder aos objectivos inicialmente traçados. Embora não esteja concluída, sei que as limitações documentais não me permitirão ir onde eu queria. Acabá-la, sabendo isto, torna-se mais difícil. Esta será, pois, uma não-tese...
dezembro 01, 2004
Fogo de pólvora e luminárias
“A 4 de Dezembro de 1640 chegou a esta Cidade [Coimbra] nova que a Cidade de Lisboa tinha levantado e acclamado o Serenissimo senhor Dom Joaõ Duque de Bragança por Rey destes Reinos de Portugal, e deste Successo teve o Illustrissimo senhor Bispo Conde nosso prelado huma Carta dos Illustrissimos senhores Arcebispos de Lisboa e Braga como governadores levantados pello povo a qual naõ comunicou ao Cabido e a 7 do mesmo mandou o Cabido dous senhores capitulares a vizitar o senhor Bispo e consultar o que deviamos fazer por esta cidade ter feito o mesmo levantamento e acclamaçaõ de que não resultou couza alguma nem verem os ditos senhores capitulares a carta que tinha Sua Illustrissima dos senhores Arcebispos governadores; so que se esperasse mayor certeza; e aos 8 dias do mesmo tornaraõ os mesmos senhores de parte do Cabido a dizer a Sua Illustrissima que pareceria bem fazerse logo a demonstraçaõ de alegria devia por tão grande merce que Nosso Senhor tinha feito a este Reino e que nada queria o Cabido fazer sem comunicar a Sua Illustrissima respondeo o senhor Bispo que assi lhe parecia bem (...) e logo o Cabido ordenou que se continuasse o fogo de polvora que se estava fazendo e preparassem muitas luminarias para se porem na See e cada senhor capitular as poria tambem em suas cazas...”
novembro 30, 2004
novembro 29, 2004
Jornadas do Mar
JVC, no seu comentário aqui e no seu blogue, referiu-se à Escola Naval e às suas Jornadas do Mar. Isso levou-me a pensar que talvez possa ter interesse partilhar a minha impressão sobre aquela instituição e sobre a iniciativa que leva a cabo de dois em dois anos.
Infelizmente, não pude estar nos cinco dias das Jornadas, que se inserem numa semana cultural dedicada aos alunos finalistas da instituição. As Jornadas estão abertas a alunos de ensino superior, nacionais ou não, de diversas áreas do saber. Foi por isso interessante conhecer e conversar com alunos de Direito do Porto ou Coimbra, ou com gente vinda do Politécnico de Viseu. Especialmente enriquecedor foi conhecer o Tomàs, aluno de Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Budapeste!
Eu e a colega que me acompanhou fomos muito bem recebidos na Escola Naval. Aliás, estas Jornadas foram muito bem preparadas e organizadas, com um secretariado excepcional. Não conheço iniciativa idêntica nas nossas Universidades. Onde é que um aluno de licenciatura pode apresentar uma comunicação? Mais do que isso, onde é que existem seminários/colóquios abertos apenas a alunos? Mais ainda... com o atractivo de ainda ter a possibilidade de ver o seu trabalho publicado. E, como se não bastasse, para os melhores em cada área havia prémios.
O ambiente na Escola Naval era bastante agradável. A hora das refeições foi uma surpresa, já que se pratica uma educação que julgava ser de outro tempo. Aliás, não só à mesa. Aqueles "tipos" (permitam-me que os trate assim) são bastante educados. E não achei que fossem rigidamente bem educados...
Claro que numa instituição deste tipo encontramos um certo "narcisismo institucional"... Nada de surpreendente e, até, compreensível. Algumas das nossas faculdades/ universidades bem que podiam cultivar um pouco daquele espírito de grupo e orgulho institucional. Mas sem exageros. E, claro, precisariam de ter alguma coisa com que se orgulhar...
Infelizmente, não pude estar nos cinco dias das Jornadas, que se inserem numa semana cultural dedicada aos alunos finalistas da instituição. As Jornadas estão abertas a alunos de ensino superior, nacionais ou não, de diversas áreas do saber. Foi por isso interessante conhecer e conversar com alunos de Direito do Porto ou Coimbra, ou com gente vinda do Politécnico de Viseu. Especialmente enriquecedor foi conhecer o Tomàs, aluno de Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Budapeste!
Eu e a colega que me acompanhou fomos muito bem recebidos na Escola Naval. Aliás, estas Jornadas foram muito bem preparadas e organizadas, com um secretariado excepcional. Não conheço iniciativa idêntica nas nossas Universidades. Onde é que um aluno de licenciatura pode apresentar uma comunicação? Mais do que isso, onde é que existem seminários/colóquios abertos apenas a alunos? Mais ainda... com o atractivo de ainda ter a possibilidade de ver o seu trabalho publicado. E, como se não bastasse, para os melhores em cada área havia prémios.
O ambiente na Escola Naval era bastante agradável. A hora das refeições foi uma surpresa, já que se pratica uma educação que julgava ser de outro tempo. Aliás, não só à mesa. Aqueles "tipos" (permitam-me que os trate assim) são bastante educados. E não achei que fossem rigidamente bem educados...
Claro que numa instituição deste tipo encontramos um certo "narcisismo institucional"... Nada de surpreendente e, até, compreensível. Algumas das nossas faculdades/ universidades bem que podiam cultivar um pouco daquele espírito de grupo e orgulho institucional. Mas sem exageros. E, claro, precisariam de ter alguma coisa com que se orgulhar...
novembro 27, 2004
novembro 25, 2004
O seguinte, p.f.
Já está. Apresentei ontem uma das comunicações que tinha entre mãos. Não estou habituado a falar. Em público. Foi um momento de tensão. Fiquei a saber que, na hora, "invento" umas coisas que não estavam no texto, mas que invadem o discurso. Não li a comunicação. Não sou lente. Não estava muita gente presente, mas estavam homens e mulheres da Marinha, fardados. Bem, pelo menos não usam aqueles trajes pretos e pesados. Mas correu bem. Curiosamente, quando um elemento da mesa me fez uma pergunta eu fiquei estranhamente calmo e respondi-lhe. Com entusiasmo. Tenho de perceber melhor esta minha cabeça.
Mas ainda há outra. Para terminar de escrever e para apresentar. Em casa. A responsabilidade é a mesma. Mas o nervosismo não será (já não é). Por que é que me meto nestas coisas?
Mas venham eles!
Mas ainda há outra. Para terminar de escrever e para apresentar. Em casa. A responsabilidade é a mesma. Mas o nervosismo não será (já não é). Por que é que me meto nestas coisas?
Mas venham eles!
novembro 20, 2004
Conjuntura
A situação de insatisfação e inquietude que se tem assistido na Via Panorâmica, mais não é do que uma imagem reflectida do que se passa ao nível da governança nacional. A polémica em torno do sistema de video-vigilância foi apenas mais um elemento que acabou por fazer vir ao de cima o descontentamento que por ali há.
É verdade que a direcção daquela instituição foi eleita. Mas isso não é desculpa para o que vem acontecendo. Neste momento temos uma faculdade desunida e, desde há muito, com pouco poder junto da reitoria. Somos uma faculdade politicamente fraca.
Em breve realizar-se-ão eleições para o CD. Será que os descontentes serão suficientemente unidos para apresentarem um projecto alternativo? Se não o fizerem mais vale manterem-se calados nos próximos anos, e assistirem em silêncio à continuação da actual situação. Serão, contudo, responsabilizados pelas decisões que (não) tomarem nas próximas semanas.
É verdade que a direcção daquela instituição foi eleita. Mas isso não é desculpa para o que vem acontecendo. Neste momento temos uma faculdade desunida e, desde há muito, com pouco poder junto da reitoria. Somos uma faculdade politicamente fraca.
Em breve realizar-se-ão eleições para o CD. Será que os descontentes serão suficientemente unidos para apresentarem um projecto alternativo? Se não o fizerem mais vale manterem-se calados nos próximos anos, e assistirem em silêncio à continuação da actual situação. Serão, contudo, responsabilizados pelas decisões que (não) tomarem nas próximas semanas.
novembro 19, 2004
Videos, Letras e Engenharia
Alguns têm estranhado a enérgica forma de os alunos de Letras contestarem o sistema de video-vigilância, ao contrário do que se passou em Engenharia. Note-se que só me estou a referir aos alunos e, de entre estes, aos que protagonizaram os episódios de maior visibilidade "mediática". Deixo uma hipótese a investigar:
A que juventude/s partidária/s pertencem a maior parte dos membros da Associação de Estudantes de Letras? E em Engenharia?
A que juventude/s partidária/s pertencem a maior parte dos membros da Associação de Estudantes de Letras? E em Engenharia?
novembro 18, 2004
Prazeres
Alguns devem pensar que tenho estado menos activo aqui no blogue por cansaço ou falta de inspiração. Mas não é verdade. O que se passa é que tenho andado com um braço na tese, outro numa comunicação (já escrita, só falta apresentar) e um terceiro braço numa outra. É uma actividade científica a que eu não estou habituado. Aliás, com estas "brincadeiras" a tese teria estado um banho-maria, não tivesse eu encontrado mais umas "fontes". Ai... as fontes. Eu perco-me com as fontes. No trabalho científico existem duas fases de que eu mais gosto: dias inteiros no arquivo com papéis velhos escritos com aquela trágica tinta de Seiscentos e o trabalho final. A parte de partir pedra é mais dolorosa. Por vezes parece que não sei escrever ou até tratar a informação. Eu acho que quando terminar a tese não vou acreditar que fui eu quem a escreveu. E, sobretudo, que aquele pequeno texto demorou tantos meses a ser construído. Mas fui... mas fui...
Em suma, estes últimos dois anos têm sido extraordinários, no que diz respeito a este lado da minha vida. Não faço aquilo que gosto. Não. Faço aquilo que adoro, que me entusiasma... Assim, mesmo que daqui a poucos meses tudo isto acabe ficarão boas recordações. Mesmo do ponto de vista humano. É que também existem excelentes pessoas no Campo Alegre... E muito boas do ponto de vista científico. É por tudo isto que não me arrependo de ter frequentado a via científica de um curso de História e ter realizado um mestrado na mesma área, mesmo sabendo que isso não seria chave para nenhuma porta profissional. Não foram opções inconscientes. Foram concretizações de sonhos. E eu nunca fui pessoa de desistir antes de "pôr pernas ao caminho"...
Em suma, estes últimos dois anos têm sido extraordinários, no que diz respeito a este lado da minha vida. Não faço aquilo que gosto. Não. Faço aquilo que adoro, que me entusiasma... Assim, mesmo que daqui a poucos meses tudo isto acabe ficarão boas recordações. Mesmo do ponto de vista humano. É que também existem excelentes pessoas no Campo Alegre... E muito boas do ponto de vista científico. É por tudo isto que não me arrependo de ter frequentado a via científica de um curso de História e ter realizado um mestrado na mesma área, mesmo sabendo que isso não seria chave para nenhuma porta profissional. Não foram opções inconscientes. Foram concretizações de sonhos. E eu nunca fui pessoa de desistir antes de "pôr pernas ao caminho"...
novembro 17, 2004
Homenagem ao Frei Geraldo
Tendo ocorrido recentemente a jubilação do nosso Prof. Doutor José Amadeu Coelho Dias (Geraldo), o Departamento de História e o Departamento de Ciências e Técnicas do Património decidiram promover uma homenagem a este professor que em muito contribuiu para o prestígio da FLUP, sobretudo em áreas do conhecimento hoje cada vez mais carenciadas de especialistas.
Dia 6 de Dezembro de 2004
9h - 18h30 - Seminário internacional "Em torno dos espaços religiosos: monásticos e eclesiásticos", promovido pelo Instituto de História Moderna, em honra do homenageado
19h00 - Abertura da Exposição Bibliográfica das obras do homenageado, organizada pela Biblioteca Central da FLUP
20h00 - Jantar no Hotel Ipanema
(Ir vendo mais informações no site da FLUP)
Dia 6 de Dezembro de 2004
9h - 18h30 - Seminário internacional "Em torno dos espaços religiosos: monásticos e eclesiásticos", promovido pelo Instituto de História Moderna, em honra do homenageado
19h00 - Abertura da Exposição Bibliográfica das obras do homenageado, organizada pela Biblioteca Central da FLUP
20h00 - Jantar no Hotel Ipanema
(Ir vendo mais informações no site da FLUP)
novembro 16, 2004
Gerações
A Prof. M. foi um destes dias fazer uma conferência. Na assistência estavam bastantes professores do ensino básico e secundário. Muitos deles haviam sido seus alunos há mais de 20 anos, na universidade. E foi há mais de 20 anos que essa professora começou a leccionar. Na altura era assistente de um prof. que tinha a idade que ela hoje tem. A Prof. M. reparou então que hoje é uma das mais jovens docentes da sua área disciplinar. É que em 20 anos não houve entrada de gente nova...
Entretanto, alguns docentes reformaram-se.
Mesmo assim,a reitoria considera que o departamento (ou melhor, toda a faculdade) a que aquela professora pertence tem excesso de professores.
É assim a vida.
Entretanto, alguns docentes reformaram-se.
Mesmo assim,a reitoria considera que o departamento (ou melhor, toda a faculdade) a que aquela professora pertence tem excesso de professores.
É assim a vida.
Eis a notícia...
Um grupo de alunos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto exibiu ontem uma faixa e foi lido um comunicado protestando contra a instalação de câmaras de vídeovigilância nos espaços comuns e nas salas de aula, contra as propinas e últimas medidas do Governo para o ensino superior, durante a sessão solene de abertura oficial do ano lectivo 2004/2005, em que esteve presente o reitor da UP, José Novais Barbosa.
Mas nem tudo foi pacífico, já que meia dúzia de seguranças privados impediram, durante algum tempo, a entrada dos alunos, revistando-lhes as mochilas e confiscando-lhes os comunicados.
Uma equipa de reportagem da RTP, liderada pela jornalista Ana Felício, que se encontrava no edifício para outra reportagem, aproximando-se quando se apercebeu do interesse noticioso da confusão gerada, foi violentamente impedida de entrar na sala e de colher imagens, pelos mesmos seguranças e a mando da própria vice-presidente do conselho directivo da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Conceição Pereira, que alegou falta de autorização para o efeito.
Diga-se que a RTP, tal como o COMÉRCIO e outros órgãos de comunicação social, receberam convites enviados pelo gabinete de imprensa da Universidade do Porto para se fazerem representar nesta sessão.
Quanto aos alunos, acabaram por exibir a faixa e ler o comunicado, acusando o conselho directivo da faculdade e a reitoria da UP de serem "uma extenção do Governo". E protestaram contra "o aumento das propinas, a expulsão dos estudantes dos órgãos de gestão, as leis da Autonomia e do Financiamento". A sessão prosseguiu com a catedrática Ana Maria Brito a proferir a tradicional Lição de Sapiência, intitulada "Línguas e Literaturas: da crise à esperança", e os melhores alunos do ano passado a receberem prémios e bolsas de mérito.
Reitor entende que alunos se manifestem
O reitor da Universidade do Porto, Novais Barbosa, considerou ontem que "não é normal esta forma de manifestação dos alunos, mas por que havemos de contrariá-la? Penso que as pessoas se devem manifestar e não devem ser impedidas de o fazer".
Novais Barbosa demarcou-se, assim, da tentativa de barrar o acesso ao auditório nobre aos alunos que pretendiam manifestar-se.
Quanto à instalação de câmaras de videovigilância nos espaços comuns e nas salas de aula da Faculdade de Letras, o reitor da UP ressalvou não conhecer os contornos do processo, mas lembrou que "há regras e estes sistemas têm de ser aprovados pela Comissão Nacional de Protecção de Dados".
A presidente do conselho directivo, Ana Monteiro, instada pelos representantes da comunicação social presentes a comentar a situação, esquivou-se sucessivamente a prestar declarações, optando por se afastar em passo acelerado.
In Comércio do Porto, 11/11/2004
Mas nem tudo foi pacífico, já que meia dúzia de seguranças privados impediram, durante algum tempo, a entrada dos alunos, revistando-lhes as mochilas e confiscando-lhes os comunicados.
Uma equipa de reportagem da RTP, liderada pela jornalista Ana Felício, que se encontrava no edifício para outra reportagem, aproximando-se quando se apercebeu do interesse noticioso da confusão gerada, foi violentamente impedida de entrar na sala e de colher imagens, pelos mesmos seguranças e a mando da própria vice-presidente do conselho directivo da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Conceição Pereira, que alegou falta de autorização para o efeito.
Diga-se que a RTP, tal como o COMÉRCIO e outros órgãos de comunicação social, receberam convites enviados pelo gabinete de imprensa da Universidade do Porto para se fazerem representar nesta sessão.
Quanto aos alunos, acabaram por exibir a faixa e ler o comunicado, acusando o conselho directivo da faculdade e a reitoria da UP de serem "uma extenção do Governo". E protestaram contra "o aumento das propinas, a expulsão dos estudantes dos órgãos de gestão, as leis da Autonomia e do Financiamento". A sessão prosseguiu com a catedrática Ana Maria Brito a proferir a tradicional Lição de Sapiência, intitulada "Línguas e Literaturas: da crise à esperança", e os melhores alunos do ano passado a receberem prémios e bolsas de mérito.
Reitor entende que alunos se manifestem
O reitor da Universidade do Porto, Novais Barbosa, considerou ontem que "não é normal esta forma de manifestação dos alunos, mas por que havemos de contrariá-la? Penso que as pessoas se devem manifestar e não devem ser impedidas de o fazer".
Novais Barbosa demarcou-se, assim, da tentativa de barrar o acesso ao auditório nobre aos alunos que pretendiam manifestar-se.
Quanto à instalação de câmaras de videovigilância nos espaços comuns e nas salas de aula da Faculdade de Letras, o reitor da UP ressalvou não conhecer os contornos do processo, mas lembrou que "há regras e estes sistemas têm de ser aprovados pela Comissão Nacional de Protecção de Dados".
A presidente do conselho directivo, Ana Monteiro, instada pelos representantes da comunicação social presentes a comentar a situação, esquivou-se sucessivamente a prestar declarações, optando por se afastar em passo acelerado.
In Comércio do Porto, 11/11/2004
novembro 06, 2004
Novas visões do ofício de historiador
Barbeiro - Ó Zé... Sabes o que este rapaz [eu] faz?
Zé - O quê?
Barbeiro - É "bisbilhioteiro"... Mas dos mortos.
Minutos depois...
Barbeiro - Bem... pelo que me estás a dizer, então também podias trabalhar na Judiciária.
Eu - Sim. É mais ou menos isso. Tanto podia trabalhar na revista Caras, como na Polícia Judiciária. A minha formação oferece-me muita versatilidade...
Zé - O quê?
Barbeiro - É "bisbilhioteiro"... Mas dos mortos.
Minutos depois...
Barbeiro - Bem... pelo que me estás a dizer, então também podias trabalhar na Judiciária.
Eu - Sim. É mais ou menos isso. Tanto podia trabalhar na revista Caras, como na Polícia Judiciária. A minha formação oferece-me muita versatilidade...
novembro 02, 2004
Conferências de Outono - A construção da Europa do Conhecimento
A Secção Autónoma de Educação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto vai organizar a quarta edição das CONFERÊNCIAS DE OUTONO – Conferências em Educação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, subordinadas ao tema «A Construção da Europa do Conhecimento», entre os dias 3 de Novembro e 3 de Dezembro de 2004.
O alinhamento programático das Conferências de Outono é o seguinte:
Cristina Robalo Cordeiro
Quem tem medo do Processo de Bolonha? O caso das Humanidades
e
José Ferreira Gomes
A reforma curricular na Europa e em Portugal: o caso das Ciências
3 de Novembro de 2004, 14h.30m (Anfiteatro Nobre)
Stephen Stoer
18 de Novembro de 2004, 15 horas (Anfiteatro Nobre)
João Vasconcelos Costa
A autonomia universitária à luz do Processo de Bolonha
25 de Novembro de 2004, 15 horas (Sala de Reuniões)
Alberto Amaral
Avaliação das universidades à luz do Processo de Bolonha
29 de Novembro de 2004, 15 horas (Sala de Reuniões)
João Pedro da Ponte
Formação de professores em tempos de mudança
3 de Dezembro de 2004, 15 horas (Sala de Reuniões)
O alinhamento programático das Conferências de Outono é o seguinte:
Cristina Robalo Cordeiro
Quem tem medo do Processo de Bolonha? O caso das Humanidades
e
José Ferreira Gomes
A reforma curricular na Europa e em Portugal: o caso das Ciências
3 de Novembro de 2004, 14h.30m (Anfiteatro Nobre)
Stephen Stoer
18 de Novembro de 2004, 15 horas (Anfiteatro Nobre)
João Vasconcelos Costa
A autonomia universitária à luz do Processo de Bolonha
25 de Novembro de 2004, 15 horas (Sala de Reuniões)
Alberto Amaral
Avaliação das universidades à luz do Processo de Bolonha
29 de Novembro de 2004, 15 horas (Sala de Reuniões)
João Pedro da Ponte
Formação de professores em tempos de mudança
3 de Dezembro de 2004, 15 horas (Sala de Reuniões)
Reunião Nacional de Bolseiros
Após a aprovação do novo Estatuto do Bolseiro de Investigação a ABIC (Associação de Bolseiros de Investigação Científica) entende ser este o momento para se proceder a uma discussão tão alargada quanto possível das consequências da nova lei, dos problemas com que hoje se debatem os milhares de bolseiros de investigação e das medidas a tomar no futuro com vista à sua resolução.
Para além disso, três anos após a última actualização do montante das bolsas, importa discutir estratégias e linhas de acção com vista a alcançar os justos e necessários aumentos das mesmas.
A ABIC convoca todos os bolseiros de investigação para uma reunião nacional, no dia 6 de Novembro no Instituto Superior Técnico (anfiteatro PA1, ed. Pós-graduados, piso -1) pelas 14.30h.
Para além disso, três anos após a última actualização do montante das bolsas, importa discutir estratégias e linhas de acção com vista a alcançar os justos e necessários aumentos das mesmas.
A ABIC convoca todos os bolseiros de investigação para uma reunião nacional, no dia 6 de Novembro no Instituto Superior Técnico (anfiteatro PA1, ed. Pós-graduados, piso -1) pelas 14.30h.
novembro 01, 2004
Direito de Resposta
A questão da video-vigilância na FLUP suscitou alguma discussão e opiniões diversas. Aliás, o texto aqui publicado suscitou os comentários de pessoas que, se por aqui passam, não o costumam fazer, como o Sérgio e um anónimo. Pois bem, através do PJ, eis um texto de esclarecimento escrito pela Prof. Dra. Ana Monteiro, a ainda presidente do Conselho Directivo da FLUP, no dia 28/10:
"As inúmeras dúvidas, as inquietações e o desassossego que nos têm vindo a ser transmitidos, por diversos elementos da comunidade académica da FLUP, relativamente à instalação de um sistema de vídeo-vigilância, suscitam que esclareçamos as razões que justificaram esta opção e os fins a que se destina o referido sistema.
As razões que levaram o Conselho Directivo a optar pela instalação de um sistema de vídeo vigilância no quadro do plano de segurança de pessoas e bens que delineou face ao crescente aumento de episódios de delapidação do património da FLUP são:
i) o desaparecimento, durante o horário de funcionamento da FLUP, de 5 datashows fixados no tecto das salas equipadas com este equipamento e cravados com o logotipo da FLUP;
ii) o roubo de material informático e o desaparecimento de componentes internas de CPU’s;
iii) a vandalização de material informático das salas com equipamento informático;
iv) o arranque e o desaparecimento de 3 cabinas telefónicas;
v) a destruição e roubo de vários bancos informativos distribuídos pela FLUP;
vi) a violação e roubo de material informático num espaço de acesso restrito como é o Gabinete de Informática onde está sediado material de importância crucial para o funcionamento da FLUP, nomeadamente, os servidores de alimentação e registo de toda a informação;
vii) a intrusão no sistema de gravação de vídeo da Biblioteca desligando o aparelho de gravação de vídeo;
viii) a intrusão na Sala do Conselho Directivo, no Secretariado, na Secção de Pessoal, no Armazém e noutros Serviços da FLUP;
ix) a repetida violação da sala de uso exclusivo da empresa de segurança e desaparecimento da chave mestra, obrigando à substituição dos canhões de todas as portas e reprodução de chaves;
x) o desaparecimento de computadores portáteis, de telemóveis e de outros bens pessoais de docentes, funcionário e estudantes da FLUP e de outros visitantes/utilizadores da faculdade, durante as horas normais de funcionamento;
xi) o desaparecimento de bens pessoais do interior de gabinetes de docentes e de funcionários;
xii) a utilização do espaço por mais de 5000 pessoas;
xiii) a configuração do edifício com inúmeros pontos de acesso;
xiv) o acesso ao edifício sem utilização das portas de entrada nos períodos em que a FLUP está encerrada;
xv) a ocorrência de desacatos entre utilizadores da FLUP;
xvi) o elevado número de assaltos violentos a docentes, estudantes e funcionários da FLUP que necessitaram da intervenção do INEM e da PSP;
xvii) a crescente necessidade de dotar a FLUP com melhores condições de trabalho para os docentes e para os estudantes, no que respeita a equipamento informático e multimédia e a incapacidade financeira para proceder à recorrente necessidade de reposição do material roubado;
xviii) a escassez de salas para a criação de espaços exclusivamente para trabalho e investigação e de outros para a leccionação; assim, para optimizar os recursos existentes e mitigar as lacunas reconhecidas, todas as salas com material informático e multimédia são polivalentes e servem fins múltiplos e públicos diversos;
xix) a impossibilidade de encontrar, por parte da PJ e da PSP, indícios conducentes à identificação dos autores de qualquer dos crimes;
xx) o consequente arquivamento de todas as queixas apresentadas, até à data, na 17ª e 9ª esquadras da PSP e das investigações levadas a cabo pela secção de Investigação Criminal da PSP e do DIAP-Porto;
xxi) o sucesso de idêntica medida tomada pelo Conselho Directivo, em 1998, para, enquanto um meio de dissuasão, diminuir a delapidação do património da Biblioteca da FLUP;
xxii) o aconselhamento com o Comando Distrital da PSP, com a empresa de segurança e com outros Conselhos Directivos da Universidade do Porto que adoptaram idêntica solução.
Por todos estes motivos, o Conselho Directivo deliberou proceder à abertura de um Concurso Limitado para a adjudicação da instalação de um sistema de vídeo vigilância.
O processo foi desenvolvido nos seguintes termos:
i) deu-se início à abertura do Concurso Limitado;
ii) definiu-se que o sistema deveria prever a instalação eléctrica e a montagem de equipamentos de vídeo vigilância para a gravação de imagens sem captação de som nas esquinas exteriores do edifício, nos espaços de circulação e nas salas equipadas com material electrónico e informático;
iii) pediu-se, antes da adjudicação da obra, autorização à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), para o funcionamento do sistema (Processo n.º 1176/04);
iv) procedeu-se à celebração do contrato com a empresa Securitas II sendo que no mesmo estava calendarizada a realização das obras;
v) criaram-se condições para que, em estrito cumprimento do contrato, as obras de instalação do sistema tivessem lugar; se as obras não decorressem nos prazos estipulados haveria incumprimento do contrato por parte da FLUP;
vi) acompanhou-se, no final da instalação, os testes habituais de instalação do sistema para verificação; durante esse período não foram gravadas imagens.
Neste momento, todo o sistema (físico/logístico) está instalado mas não está em funcionamento, aguardando a autorização da CNPD.
Só com a autorização da CNPD é que o sistema passará a funcionar no estrito cumprimento dos objectivos visados: segurança das pessoas e dos bens.
Os fins a que se destina:
O sistema de vídeo vigilância tem como único fim a segurança de pessoas e bens dentro das instalações da FLUP.
Assim, as imagens captadas e gravadas nunca poderão ser utilizadas para fins alheios à segurança de pessoas e bens, nomeadamente, para coarctar os direitos, as liberdades e as garantias de qualquer cidadão utilizador das instalações da FLUP.
A confidencialidade das imagens registadas, bem como o seu armazenamento, estão previstos na lei e, naturalmente, foram consideradas no nosso projecto. Do escrupuloso cumprimento destas regras, enunciado no processo que a FLUP enviou à CNPD, depende, aliás, a autorização de entrada em funcionamento do sistema .
Apesar de esperarmos ter esclarecido a maioria das dúvidas existentes quanto a este projecto, reiteramos a nossa inteira disponibilidade para, em clima de diálogo, podermos cumprir as nossas competências, indo ao encontro das expectativas de qualidade do ensino/aprendizagem e da investigação que move toda a comunidade académica da FLUP
Com os melhores cumprimentos
Ana Monteiro"
"As inúmeras dúvidas, as inquietações e o desassossego que nos têm vindo a ser transmitidos, por diversos elementos da comunidade académica da FLUP, relativamente à instalação de um sistema de vídeo-vigilância, suscitam que esclareçamos as razões que justificaram esta opção e os fins a que se destina o referido sistema.
As razões que levaram o Conselho Directivo a optar pela instalação de um sistema de vídeo vigilância no quadro do plano de segurança de pessoas e bens que delineou face ao crescente aumento de episódios de delapidação do património da FLUP são:
i) o desaparecimento, durante o horário de funcionamento da FLUP, de 5 datashows fixados no tecto das salas equipadas com este equipamento e cravados com o logotipo da FLUP;
ii) o roubo de material informático e o desaparecimento de componentes internas de CPU’s;
iii) a vandalização de material informático das salas com equipamento informático;
iv) o arranque e o desaparecimento de 3 cabinas telefónicas;
v) a destruição e roubo de vários bancos informativos distribuídos pela FLUP;
vi) a violação e roubo de material informático num espaço de acesso restrito como é o Gabinete de Informática onde está sediado material de importância crucial para o funcionamento da FLUP, nomeadamente, os servidores de alimentação e registo de toda a informação;
vii) a intrusão no sistema de gravação de vídeo da Biblioteca desligando o aparelho de gravação de vídeo;
viii) a intrusão na Sala do Conselho Directivo, no Secretariado, na Secção de Pessoal, no Armazém e noutros Serviços da FLUP;
ix) a repetida violação da sala de uso exclusivo da empresa de segurança e desaparecimento da chave mestra, obrigando à substituição dos canhões de todas as portas e reprodução de chaves;
x) o desaparecimento de computadores portáteis, de telemóveis e de outros bens pessoais de docentes, funcionário e estudantes da FLUP e de outros visitantes/utilizadores da faculdade, durante as horas normais de funcionamento;
xi) o desaparecimento de bens pessoais do interior de gabinetes de docentes e de funcionários;
xii) a utilização do espaço por mais de 5000 pessoas;
xiii) a configuração do edifício com inúmeros pontos de acesso;
xiv) o acesso ao edifício sem utilização das portas de entrada nos períodos em que a FLUP está encerrada;
xv) a ocorrência de desacatos entre utilizadores da FLUP;
xvi) o elevado número de assaltos violentos a docentes, estudantes e funcionários da FLUP que necessitaram da intervenção do INEM e da PSP;
xvii) a crescente necessidade de dotar a FLUP com melhores condições de trabalho para os docentes e para os estudantes, no que respeita a equipamento informático e multimédia e a incapacidade financeira para proceder à recorrente necessidade de reposição do material roubado;
xviii) a escassez de salas para a criação de espaços exclusivamente para trabalho e investigação e de outros para a leccionação; assim, para optimizar os recursos existentes e mitigar as lacunas reconhecidas, todas as salas com material informático e multimédia são polivalentes e servem fins múltiplos e públicos diversos;
xix) a impossibilidade de encontrar, por parte da PJ e da PSP, indícios conducentes à identificação dos autores de qualquer dos crimes;
xx) o consequente arquivamento de todas as queixas apresentadas, até à data, na 17ª e 9ª esquadras da PSP e das investigações levadas a cabo pela secção de Investigação Criminal da PSP e do DIAP-Porto;
xxi) o sucesso de idêntica medida tomada pelo Conselho Directivo, em 1998, para, enquanto um meio de dissuasão, diminuir a delapidação do património da Biblioteca da FLUP;
xxii) o aconselhamento com o Comando Distrital da PSP, com a empresa de segurança e com outros Conselhos Directivos da Universidade do Porto que adoptaram idêntica solução.
Por todos estes motivos, o Conselho Directivo deliberou proceder à abertura de um Concurso Limitado para a adjudicação da instalação de um sistema de vídeo vigilância.
O processo foi desenvolvido nos seguintes termos:
i) deu-se início à abertura do Concurso Limitado;
ii) definiu-se que o sistema deveria prever a instalação eléctrica e a montagem de equipamentos de vídeo vigilância para a gravação de imagens sem captação de som nas esquinas exteriores do edifício, nos espaços de circulação e nas salas equipadas com material electrónico e informático;
iii) pediu-se, antes da adjudicação da obra, autorização à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), para o funcionamento do sistema (Processo n.º 1176/04);
iv) procedeu-se à celebração do contrato com a empresa Securitas II sendo que no mesmo estava calendarizada a realização das obras;
v) criaram-se condições para que, em estrito cumprimento do contrato, as obras de instalação do sistema tivessem lugar; se as obras não decorressem nos prazos estipulados haveria incumprimento do contrato por parte da FLUP;
vi) acompanhou-se, no final da instalação, os testes habituais de instalação do sistema para verificação; durante esse período não foram gravadas imagens.
Neste momento, todo o sistema (físico/logístico) está instalado mas não está em funcionamento, aguardando a autorização da CNPD.
Só com a autorização da CNPD é que o sistema passará a funcionar no estrito cumprimento dos objectivos visados: segurança das pessoas e dos bens.
Os fins a que se destina:
O sistema de vídeo vigilância tem como único fim a segurança de pessoas e bens dentro das instalações da FLUP.
Assim, as imagens captadas e gravadas nunca poderão ser utilizadas para fins alheios à segurança de pessoas e bens, nomeadamente, para coarctar os direitos, as liberdades e as garantias de qualquer cidadão utilizador das instalações da FLUP.
A confidencialidade das imagens registadas, bem como o seu armazenamento, estão previstos na lei e, naturalmente, foram consideradas no nosso projecto. Do escrupuloso cumprimento destas regras, enunciado no processo que a FLUP enviou à CNPD, depende, aliás, a autorização de entrada em funcionamento do sistema .
Apesar de esperarmos ter esclarecido a maioria das dúvidas existentes quanto a este projecto, reiteramos a nossa inteira disponibilidade para, em clima de diálogo, podermos cumprir as nossas competências, indo ao encontro das expectativas de qualidade do ensino/aprendizagem e da investigação que move toda a comunidade académica da FLUP
Com os melhores cumprimentos
Ana Monteiro"
outubro 30, 2004
Ex.ma Sra. Presidente do CD,
Foi com grande satisfação que acolhi o facto de ter decidido colocar câmaras de vigilância por toda a faculdade, inclusivamente no interior das salas de aula, espaços que guardam o que de mais valioso temos na nossa instituição: a inteligência. Assim, para além de aplaudir, venho pedir-lhe que continue com esta medida e coloque câmaras de vigilância na sala do Conselho Directivo. Mais do que isso, e porque há várias formas de segurança, sugiro-lhe que contrate uma empresa, fazendo bom uso do dinheiro que entra nessa tesouraria, para que efectue uma auditoria financeira à nossa instituição. Por último, se o orçamento o permitir, e só nessa condição, que coloque câmaras nas salas de reuniões e dos departamentos, para que possamos assistir, através de um ecrã gigante a colocar no bar, aos mais eruditos debates científicos e pedagógicos que aí decorrem.
Grato pela atenção,
Grato pela atenção,
outubro 29, 2004
Frustrações
É frustrante. É frustrante não ter respostas para as perguntas. É frustrante gastar seis horas de viagem e regressar a casa sem respostas. É frustrante passar horas e horas, semanas e semanas, meses e meses em arquivos e as fontes não falarem. Mas deixem-se estar que eu já vos apanho... Quem não tem cão caça com gato.
outubro 27, 2004
Tutores
Em Setembro passado assisti, por mero acaso, à matrícula de alguns alunos do 1º ano de História. Como vem sendo hábito desde que houve uma reestruturação do curso, alguns professores (os que estão mais abaixo na carreira) são “destacados” para dar apoio no momento dos alunos construírem os seus “curricula”. Muitos deles vinham acompanhados pelos pais, outros pelas namoradas. Acompanhantes muito activos, que com ar convicto iam dizendo ao aluno quais as disciplinas que deveria escolher.
Naquele dia lembrei-me da tal figura do tutor. Na verdade, parece-me um disparate. Por um lado defende-se a autonomia do jovem para tomar as suas decisões, por outro vemos os pais a dizer em que disciplinas se devem matricular. É óbvio que, ao longo do curso, o estudante deve recorrer aos docentes com quem sentir maior empatia ou confiança (ou outro motivo) para poder trocar impressões sobre o que quer que seja, ou pedir uma opinião no momento de tomar uma decisão. No entanto, a figura do tutor não deve ser imposta. Deverão haver “tutores” informais. Como aliás já vão havendo.
Defende JVC no seu livro "A universidade no seu labirinto" que
"devia ser obrigatória a figura do tutor, numa relação aluno-docente personalizada, em que o tutor não é um agente de ensino mas sim um guia e auxiliar da aprendizagem."
Quando fala do papel do tutor na educação, diz não falar só dos estudos. “O tutor é um guia de toda a formação intelectual. À refeição ou com umas cervejas no "pub", conversa-se sobre tudo, da filosofia às perspectivas de vida futura, dos valores ao comportamento, da politica até ao último filme ou livro interessante.” (ver texto de Março’04 do Professorices)
Esta imagem de JVC faz-me lembrar a do “professor porreiro”. Temos lá alguns, no Campo Alegre. Apreciados pelos alunos, sobretudo pelos mais novos. Alguns destes alunos mudam de opinião, um ou dois anos depois... Defendo que, na licenciatura, deve haver alguma distância entre aluno e professor. Os seus papeis são diferentes. O que se espera de ambos também o é. O que não significa que o professor deva colocar-se no cimo do estrado e comportar-se de forma arrogante ou excessivamente distante. Para que houvesse o tutor, tal como o define JVC, era necessário que todos os professores fossem pessoas humanamente excepcionais. Que existisse, por exemplo, um bom ambiente humano e profissional entre docentes da mesma casa. E isso existe?
Naquele dia lembrei-me da tal figura do tutor. Na verdade, parece-me um disparate. Por um lado defende-se a autonomia do jovem para tomar as suas decisões, por outro vemos os pais a dizer em que disciplinas se devem matricular. É óbvio que, ao longo do curso, o estudante deve recorrer aos docentes com quem sentir maior empatia ou confiança (ou outro motivo) para poder trocar impressões sobre o que quer que seja, ou pedir uma opinião no momento de tomar uma decisão. No entanto, a figura do tutor não deve ser imposta. Deverão haver “tutores” informais. Como aliás já vão havendo.
Defende JVC no seu livro "A universidade no seu labirinto" que
"devia ser obrigatória a figura do tutor, numa relação aluno-docente personalizada, em que o tutor não é um agente de ensino mas sim um guia e auxiliar da aprendizagem."
Quando fala do papel do tutor na educação, diz não falar só dos estudos. “O tutor é um guia de toda a formação intelectual. À refeição ou com umas cervejas no "pub", conversa-se sobre tudo, da filosofia às perspectivas de vida futura, dos valores ao comportamento, da politica até ao último filme ou livro interessante.” (ver texto de Março’04 do Professorices)
Esta imagem de JVC faz-me lembrar a do “professor porreiro”. Temos lá alguns, no Campo Alegre. Apreciados pelos alunos, sobretudo pelos mais novos. Alguns destes alunos mudam de opinião, um ou dois anos depois... Defendo que, na licenciatura, deve haver alguma distância entre aluno e professor. Os seus papeis são diferentes. O que se espera de ambos também o é. O que não significa que o professor deva colocar-se no cimo do estrado e comportar-se de forma arrogante ou excessivamente distante. Para que houvesse o tutor, tal como o define JVC, era necessário que todos os professores fossem pessoas humanamente excepcionais. Que existisse, por exemplo, um bom ambiente humano e profissional entre docentes da mesma casa. E isso existe?
outubro 26, 2004
Uma verdadeira chatice
Estou a rever um trabalho que fiz em 2001, ainda no tempo da licenciatura. Não imaginam é há quantos meses ando a rever o dito cujo. Ou melhor, a fazer de conta que o revejo. Acho que desta vez vou terminar. Mas sempre que o releio faço novas alterações. Até já estou a pensar fazer duas versões para o mesmo texto. (Suspiro).
Estado de espírito
Na semana passada assisti a umas provas de doutoramento. Não sei como se sentia o doutorando. Pareceu estar como sempre: bem disposto, descontraído e utilizando uma linguagem nada formal (mesmo estando num momento que, julgo eu, requeria outro tipo de discurso...). A verdade é que me senti nervoso ao observar o que se estava a passar. Não pelo modo como o doutorando estava a defender a sua tese. Não. Comecei a sentir-me nervoso quando me identifiquei com aquele momento e viajei até um futuro não muito distante. A mente tem destas coisas. A minha tem destas e outras mais. Espero, porém, que este nervoso seja, para já, apenas residual, e não me atrapalhe o momento criativo/científico. Mas já sei que no dia em que tiver de enfrentar o júri vou sentir bastante frio... Ai vou, vou.
outubro 23, 2004
outubro 11, 2004
setembro 17, 2004
Permuta
Lê-se num placard da FLUP: "Colocado em Ciência da Informação" permuta por "Jornalismo".
Quando é que os responsáveis do curso de Ciência da Informação cedem e se dignam a mudar o nome do curso para algo do tipo "Ciência da Informação, Arquivologia e Bibliotecas"?
Quando é que os responsáveis do curso de Ciência da Informação cedem e se dignam a mudar o nome do curso para algo do tipo "Ciência da Informação, Arquivologia e Bibliotecas"?
setembro 16, 2004
Colóquio - 30 anos de Democracia
Vai realizar-se, na Faculdade de Letras da UP, nos próximos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro, o Colóquio intitulado "Portugal 30 anos de Democracia 1974 - 2004". O programa pode ser consultado aqui.
Pergunta do dia
Pode um historiador exercer a sua profissão para uma entidade privada, que pouco conheça do seu ofício, mas colocando constrangimentos ao livre desenrolar do seu trabalho?
Nota: não voltei definitivamente. Próxima paragem: Lisboa.
Nota: não voltei definitivamente. Próxima paragem: Lisboa.
setembro 07, 2004
Interregno
A discussão sobre o Ensino Superior na blogoesfera está numa fase bastante interessante. Depois do "Professorices" surgiram vários espaços onde se discutem estas temáticas. E já existe pluralidade na discussão, com professores, alunos de licenciatura, mestrandos, doutorandos em Portugal e até lá fora... Ou seja, parece-me não fazer sentido a dispersão. Julgo que ficarão os que suscitarem maior interesse junto do público. Eu destaco quatro. O "Professorices", com textos de teor erudito e bastante fundamentados, mesmo que não se concorde com todas as ideias aí defendidas. O "Que Universidade?" acabou por se especializar num verdadeiro centro de informação, que nos é bastante útil, embora longe de exprimir a opinião do autor. O "UniverCidade" exprime a visão de um docente do ES, que também é sindicalista, o que, desde logo, é uma variável de interesse. E por fim, o recente "Nas fronteiras da dúvida", relatos de um português a terminar o doutoramento algures nos EUA. As formações académicas são relativamente diversas, com maior peso para as ditas ciências. Nenhum docente das Ciências Sociais Humanas tem ainda um blogue sobre o ES!
Durante tempo indeterminado estarei ausente d'O Fio de Ariana. As razões são várias, mas a principal prende-se, sobretudo, com a impossibilidade de manter este espaço activo com a regularidade que julgo necessária. No entanto, só o faço porque sei que a discussão continuará nos restantes blogues.
Até breve!
setembro 04, 2004
setembro 01, 2004
Última Hora
Esta descobri primeiro que qualquer jornalista do Expresso. Soube por fonte segura que:
Why God Never Received Tenure at Any University
1. God had only one major publication.
2. It was in Hebrew.
3. It had no references.
4. It wasn't published in a refereed journal.
5. Some even doubt God wrote it alone.
6. It may be true that God created the world, but what has God done since then?
7. God's cooperative efforts have been quite limited.
8. The scientific community has had a hard time replicating God's results.
9. God never applied to the Ethics Board for permission to use human subjects.
10. When one experiment went awry God tried to cover it up by drowning the subjects.
11. When subjects didn't behave as predicted, God deleted them from the sample.
12. God rarely came to class, just told students to read the Book.
13. God expelled the first two students for learning.
14. Although there were only ten requirements, most students failed God's tests.
15. God's office hours were infrequent and usually held on a mountain top.
Why God Never Received Tenure at Any University
1. God had only one major publication.
2. It was in Hebrew.
3. It had no references.
4. It wasn't published in a refereed journal.
5. Some even doubt God wrote it alone.
6. It may be true that God created the world, but what has God done since then?
7. God's cooperative efforts have been quite limited.
8. The scientific community has had a hard time replicating God's results.
9. God never applied to the Ethics Board for permission to use human subjects.
10. When one experiment went awry God tried to cover it up by drowning the subjects.
11. When subjects didn't behave as predicted, God deleted them from the sample.
12. God rarely came to class, just told students to read the Book.
13. God expelled the first two students for learning.
14. Although there were only ten requirements, most students failed God's tests.
15. God's office hours were infrequent and usually held on a mountain top.
agosto 31, 2004
Universidades de Ensino e Universidades de Investigação
Esta dualidade já foi discutida no Professorices, se a memória não me falha. Tendo em atenção esta ideia, leia-se agora a proposta de T. Burke, dos EUA, para uma faculdade de letras. Eis um excerto (para os interessados sugiro a leitura do texto integral):
"A liberal arts college, on the other hand, should be encouraging exactly the opposite path of development in its faculty. Rather than rewarding professors for their increasing detailed expertise in a highly specialized area of research, it should reward them for broadening outwards from their initial base of knowledge, reward them for forging connections between disparate areas of knowledge, reward them for extending their work as intellectuals beyond the campus and beyond academia."
"A liberal arts college, on the other hand, should be encouraging exactly the opposite path of development in its faculty. Rather than rewarding professors for their increasing detailed expertise in a highly specialized area of research, it should reward them for broadening outwards from their initial base of knowledge, reward them for forging connections between disparate areas of knowledge, reward them for extending their work as intellectuals beyond the campus and beyond academia."
Invocação
Este blogue é como a História. Passa por aqui muita gente, mas só alguns deixam registos.
Muitos estão de passagem, e não voltam. Outros, ainda que visitas habituais, algumas até atribuindo-me um "link" na sua página pessoal ou blogue, nunca cá deixaram um comentário ou enviaram um mail.
Em suma, como cientista do social (pelo menos aspirante a), ainda que de um social que já não existe, confesso que sinto curiosidade em saber quem és. Mas eu sei, vais continuar calado. Tudo bem. Até já estou habituado. Se tu soubesses o quanto é difícil fazer os mortos falarem... Que Clio, agora que terminaram os Jogos Olímpicos, me ajude!
Muitos estão de passagem, e não voltam. Outros, ainda que visitas habituais, algumas até atribuindo-me um "link" na sua página pessoal ou blogue, nunca cá deixaram um comentário ou enviaram um mail.
Em suma, como cientista do social (pelo menos aspirante a), ainda que de um social que já não existe, confesso que sinto curiosidade em saber quem és. Mas eu sei, vais continuar calado. Tudo bem. Até já estou habituado. Se tu soubesses o quanto é difícil fazer os mortos falarem... Que Clio, agora que terminaram os Jogos Olímpicos, me ajude!
agosto 30, 2004
agosto 29, 2004
Doutoramento? Não, obrigado
Último Domingo de Agosto. Hoje não estava a pensar escrever por aqui. Mas como estamos a contar que ainda esta semana o Catedrático da discussão sobre a Educação Superior (como lhe chama) esteja de regresso, e então poderei ausentar-me mais (sim, porque tenho uma tese em mãos, que quero terminar para que a biblioteca da FLUP fique com mais um livro... é o meu contributo), decidi abrir hoje a discussão para novos temas, indo buscar o que alguns "estrangeiros" escrevem por esse mundo fora. É o Fio de Ariana em busca da internacionalização, tão em moda. Assim, e para responder (só em parte, muito em parte) ao desafio do MJMatos, lançado num comentário ao texto anterior, deixo aqui excertos de um texto escrito por um professor de História - a minha área científica - numa pequena universidade americana. Chama-se Timothy Burke, e é "Assistant Professor" no Swarthmore College. A propósito do doutoramento e das "graduate schools" diz ele:
"A Ph.D in the humanities is useful for one thing only these days, and that's being an academic. I don't think that is the way it should be, and I hope reforms will be possible in the near future. But that is the way it is for the moment. Take this issue seriously as well, but consider it independently from the other challenges that graduate work presents." (Não o tinha lido antes de escrever o texto anterior, mas como vemos a visão redutora do doutoramento não é maleita nacional).
"Graduate school is not about learning. If you learn things, it's only because you've already internalized the habit of learning, only because you make the effort on your own and in concert with fellow graduate students. You learn because that's what you do now, that's your life. Don't go into it expecting to extend the kinds of heathily collaborative relationships youâve had to date with your teachers and don't go into it expecting to extend the kinds of educational nurturing youâve had to date. Graduate school is not education. It is socialization. It is about learning to behave, about mastering a rhetorical and discursive etiquette as mind-blowingly arcane as table manners at a state dinner in 19th Century Western Europe."
O texto integral (não é longo, é num blogue...) pode ser lido aqui.
"A Ph.D in the humanities is useful for one thing only these days, and that's being an academic. I don't think that is the way it should be, and I hope reforms will be possible in the near future. But that is the way it is for the moment. Take this issue seriously as well, but consider it independently from the other challenges that graduate work presents." (Não o tinha lido antes de escrever o texto anterior, mas como vemos a visão redutora do doutoramento não é maleita nacional).
"Graduate school is not about learning. If you learn things, it's only because you've already internalized the habit of learning, only because you make the effort on your own and in concert with fellow graduate students. You learn because that's what you do now, that's your life. Don't go into it expecting to extend the kinds of heathily collaborative relationships youâve had to date with your teachers and don't go into it expecting to extend the kinds of educational nurturing youâve had to date. Graduate school is not education. It is socialization. It is about learning to behave, about mastering a rhetorical and discursive etiquette as mind-blowingly arcane as table manners at a state dinner in 19th Century Western Europe."
O texto integral (não é longo, é num blogue...) pode ser lido aqui.
agosto 28, 2004
Portas Abertas
A experiência do Luís numa universidade americana provocou o tipo de comentários a que já nos habituamos aqui no Labirinto. Um dos aspectos referidos por ele foi o das bibliotecas. Abertas 24 horas por dia. É óbvio que isso nos causa surpresa, sobretudo nestes meses de Verão, em que as bibliotecas universitárias (e não só) funcionam com horário reduzido.
A mim não me surpreende que a biblioteca da minha faculdade esteja fechada ao sábado (quanto mais ao Domingo, ou durante a noite...).
Por um lado, isso enquadra-se com o ambiente geral do país. Os arquivos públicos, por exemplo, têm horários de repartição de finanças. Quem quiser fazer investigação "pós-laboral" está impossibilitado. Ao sábado? É claro que os arquivos estão fechados ao sábado. Abrir a biblioteca durante o fim-de-semana, pelo menos em tempo de aulas? Porquê, se a Biblioteca Pública do Porto (pelo menos o núcleo que interessa), por exemplo, está fechada ao sábado (esqueçam o Domingo)?
Mas deixemos de lado o contexto exterior à Universidade. Teria a biblioteca da Faculdade de Letras do Porto (único caso que conheço melhor, por isso o dou como exemplo, mas extensível a muitas outras...), um número mínimo de frequentadores durante o fim-de-semana, ou madrugadas dos restantes dias, para que estivesse de portas abertas (com as despesas que isso implicaria, temos que pensar nisso...)? Não me parece. A maior parte dos alunos das faculdades frequentam as licenciaturas. Os alunos de doutoramento constituem pequenas ilhas que, embora cada vez em maior número, não estão integrados em colégios do tipo dos americanos. Ou seja, simplesmente não existe um ambiente de estudo como o descrito pelo Luís. Nem sequer existem ainda verdadeiros cursos de doutoramento em Portugal (nas letras, mais uma vez, mas certamente em muitas outras áreas). Os doutoramentos eram (e ainda são, em muitos casos) vistos como sendo destinados a quem pretendia seguir a carreira universitária. Visão redutora do doutoramento, mas real.
Existem outras portas a abrir, antes das das bibliotecas... Sobretudo muitas janelas a abrir, para que se vejam outros horizontes e para que entre ar fresco nas nossas faculdades. Bem precisam de arejar...
A mim não me surpreende que a biblioteca da minha faculdade esteja fechada ao sábado (quanto mais ao Domingo, ou durante a noite...).
Por um lado, isso enquadra-se com o ambiente geral do país. Os arquivos públicos, por exemplo, têm horários de repartição de finanças. Quem quiser fazer investigação "pós-laboral" está impossibilitado. Ao sábado? É claro que os arquivos estão fechados ao sábado. Abrir a biblioteca durante o fim-de-semana, pelo menos em tempo de aulas? Porquê, se a Biblioteca Pública do Porto (pelo menos o núcleo que interessa), por exemplo, está fechada ao sábado (esqueçam o Domingo)?
Mas deixemos de lado o contexto exterior à Universidade. Teria a biblioteca da Faculdade de Letras do Porto (único caso que conheço melhor, por isso o dou como exemplo, mas extensível a muitas outras...), um número mínimo de frequentadores durante o fim-de-semana, ou madrugadas dos restantes dias, para que estivesse de portas abertas (com as despesas que isso implicaria, temos que pensar nisso...)? Não me parece. A maior parte dos alunos das faculdades frequentam as licenciaturas. Os alunos de doutoramento constituem pequenas ilhas que, embora cada vez em maior número, não estão integrados em colégios do tipo dos americanos. Ou seja, simplesmente não existe um ambiente de estudo como o descrito pelo Luís. Nem sequer existem ainda verdadeiros cursos de doutoramento em Portugal (nas letras, mais uma vez, mas certamente em muitas outras áreas). Os doutoramentos eram (e ainda são, em muitos casos) vistos como sendo destinados a quem pretendia seguir a carreira universitária. Visão redutora do doutoramento, mas real.
Existem outras portas a abrir, antes das das bibliotecas... Sobretudo muitas janelas a abrir, para que se vejam outros horizontes e para que entre ar fresco nas nossas faculdades. Bem precisam de arejar...
agosto 27, 2004
A não perder
A experiência de Luís Aguiar-Conraria, a fazer doutoramento nos EUA.
(Como de acordo com o código celestial a inveja é pecado grave, estou condenado...).
(Como de acordo com o código celestial a inveja é pecado grave, estou condenado...).
agosto 26, 2004
Bibliotecas de Agosto
É Agosto. A biblioteca está estranhamente silenciosa. Não se ouve o virar das folhas ou o sussuro de quem troca uma ideia com o parceiro do lado. É Agosto. Os livros estão fechados em si mesmos. Será talvez este silêncio incomum, mesmo para uma biblioteca, que tenha perturbado uma funcionária das limpezas e a tenha feito dizer "Não gosto de limpar a biblioteca!".
agosto 24, 2004
agosto 19, 2004
Histórias de Verão
É Agosto. Estamos (quase) todos de férias. Mas hoje decidi contar uma história a quem cá passa.
É feio ouvir conversas telefónicas. Mas a culpa ficará diminuída se a chamada for efectuada num local público...
Bem, o que vos vou contar ouvi numa sala, que também funciona como biblioteca, na Faculdade de Letras de Coimbra. Um senhor professor telefonou para o Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC)pedindo informações a propósito de reproduções de documentação. Perguntava à Sra. Directora (sua colega na faculdade) se o recibo poderia ser passado em nome do Instituto a que estava ligado (que pertence à faculdade). Qual não é o espanto do senhor (e o meu) quando soube que não. O AUC não tem um número de contribuinte próprio, tem o mesmo da universidade. A Faculdade de Letras também tem o número de contribuinte da universidade. Ou seja, todos têm o mesmo número fiscal. Logo, o recibo não poderia ser passado em nome do Instituto, já que ninguém pode passar um recibo a si mesmo.
Momento para o leitor pensar.
Ou seja, como o professor necessita das tais reproduções para desenvolver a sua actividade científica no âmbito do dito Instituto, terá que inventar umas facturas "falsas" para poder pagar as despesas que efectuará. Não deixa de ser curioso... a Universidade de Coimbra não presta serviços a si mesma?
É feio ouvir conversas telefónicas. Mas a culpa ficará diminuída se a chamada for efectuada num local público...
Bem, o que vos vou contar ouvi numa sala, que também funciona como biblioteca, na Faculdade de Letras de Coimbra. Um senhor professor telefonou para o Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC)pedindo informações a propósito de reproduções de documentação. Perguntava à Sra. Directora (sua colega na faculdade) se o recibo poderia ser passado em nome do Instituto a que estava ligado (que pertence à faculdade). Qual não é o espanto do senhor (e o meu) quando soube que não. O AUC não tem um número de contribuinte próprio, tem o mesmo da universidade. A Faculdade de Letras também tem o número de contribuinte da universidade. Ou seja, todos têm o mesmo número fiscal. Logo, o recibo não poderia ser passado em nome do Instituto, já que ninguém pode passar um recibo a si mesmo.
Momento para o leitor pensar.
Ou seja, como o professor necessita das tais reproduções para desenvolver a sua actividade científica no âmbito do dito Instituto, terá que inventar umas facturas "falsas" para poder pagar as despesas que efectuará. Não deixa de ser curioso... a Universidade de Coimbra não presta serviços a si mesma?
julho 31, 2004
O medo da mudança
Antes de ir de férias (que piada tão engraçada, esta)resolvi escrever um último texto. Espero regressar em Setembro a estas escritas, ainda que fosse mais cómodo intervir de outra forma na discussão, nomeadamente através de comentários noutros blogues de referência sobre o tema. Uma outra possibilidade era oferecer parte das acções deste blogue, já que sou o único accionista. Já fiz propostas, mas ninguém aceitou. Julgo que não acreditam nas potencialidades da empresa.
Mas vamos ao tema de hoje.
Por vezes, mais do que aquilo que se escreve nos "posts" dos vários blogues, sigo com bastante interesse os comentários, muitos deles transmitindo a opinião de alguns docentes do ensino superior (ES), de diversas áreas. Esta discussão é muito interessante. Quem a promove e alimenta com entusiasmo são docentes do ES, ainda que não exclusivamente. Poderá parecer que todos estão interessados numa mudança profunda no "status quo" vigente. Desenganem-se. Debaixo duma capa de pessismo, alguns deles têm receio de que qualquer mudança possa afectar o seu dia-a-dia. Preferem que continue tudo como está, mesmo sabendo que está mal, do que uma mudança com consequências que desconhecem verdadeiramente. As mudanças trazem sempre perdas. Por vezes sofrimento. Instabilidade. E muitos sabem disto. Sabem-no, ainda que inconscientemente, pelas experiências do quotidiano, em particular da sua vida pessoal.
Até há bem pouco tempo defendia que só uma nova geração poderia alterar a inércia de algumas faculdades. Acreditava que gente com projectos e ideias novas poderiam revitalizar a Universidade. Esta gente existe. No entanto, quando se abrem as portas à entrada de um novo docente, muitas das vezes o lugar é oferecido a quem melhor se enquadrar no sistema de subalternização vigente. Não basta ser-se bom no que se faz. Por vezes isso nem é elemento essencial. É preciso outro tipo de "qualidades"...
Boas Férias!
Mas vamos ao tema de hoje.
Por vezes, mais do que aquilo que se escreve nos "posts" dos vários blogues, sigo com bastante interesse os comentários, muitos deles transmitindo a opinião de alguns docentes do ensino superior (ES), de diversas áreas. Esta discussão é muito interessante. Quem a promove e alimenta com entusiasmo são docentes do ES, ainda que não exclusivamente. Poderá parecer que todos estão interessados numa mudança profunda no "status quo" vigente. Desenganem-se. Debaixo duma capa de pessismo, alguns deles têm receio de que qualquer mudança possa afectar o seu dia-a-dia. Preferem que continue tudo como está, mesmo sabendo que está mal, do que uma mudança com consequências que desconhecem verdadeiramente. As mudanças trazem sempre perdas. Por vezes sofrimento. Instabilidade. E muitos sabem disto. Sabem-no, ainda que inconscientemente, pelas experiências do quotidiano, em particular da sua vida pessoal.
Até há bem pouco tempo defendia que só uma nova geração poderia alterar a inércia de algumas faculdades. Acreditava que gente com projectos e ideias novas poderiam revitalizar a Universidade. Esta gente existe. No entanto, quando se abrem as portas à entrada de um novo docente, muitas das vezes o lugar é oferecido a quem melhor se enquadrar no sistema de subalternização vigente. Não basta ser-se bom no que se faz. Por vezes isso nem é elemento essencial. É preciso outro tipo de "qualidades"...
Boas Férias!
julho 27, 2004
Artigos
Nos comentários ao texto anterior houve quem falasse do (escasso) número de artigos publicados pelos professores catedráticos ou por quem já apresentou doutoramento. Devo concordar que há um fundo de verdade nesse comentário. Mas fazer a relação nº de artigos publicados/ano é perigoso. Mais uma vez, falou-se que nas ciências sociais a baixa produtividade é maior. Pois, mas permitam que vos diga que escrever um artigo sobre a introdução da batata em Portugal (atrevam-se a estudar o tema) levará muito mais tempo do que um que analisa a evolução dos preços em 2003. Não acredito em quem apresenta, na minha área, muitos artigos em pouco tempo. Sobretudo se são jovens historiadores. Acredito é que muita gente publica a mesma coisa em vários sítios, com títulos diferentes. Como acredito que haja quem vá a todos os congressos falar dum qualquer monarca da I Dinastia (sem qualquer preconceito dinástico, mas estou a lembrar-me dum caso em particular).
Isto leva-me mais longe. Como é que a Fundação para a Ciência e Tecnologia pode avaliar da mesma forma os resultados de um projecto em Física e outro em História. Nesta última, só para a recolha dos materiais nos arquivos (ai os nossos arquivos... e os seus auxiliares de pesquisa... e os seus caixotes...) é necessário sempre imenso tempo, até porque as verbas para recursos humanos, nestes projectos, são diminutas.
Isto leva-me mais longe. Como é que a Fundação para a Ciência e Tecnologia pode avaliar da mesma forma os resultados de um projecto em Física e outro em História. Nesta última, só para a recolha dos materiais nos arquivos (ai os nossos arquivos... e os seus auxiliares de pesquisa... e os seus caixotes...) é necessário sempre imenso tempo, até porque as verbas para recursos humanos, nestes projectos, são diminutas.
julho 24, 2004
Medos
Disse-me um deste dias um Professor lá da faculdade (que por acaso não era de História, mas isso é irrelevante) que, agora mais informado sobre Bolonha, se tinha "convertido". Acredita que só poderá vir aí maior qualidade. Mas o que achei mais curioso foi ele dizer que uma das razões para estar mais confiante com as mudanças, é o facto de alguns colegas se mostrarem contrários porque receiam os despedimentos. Disse-me ele, então, que isso é muito bom sinal. E espera mesmo que esses receios se confirmem. Não me surpreenderam estas e outras palavras vindas de quem vieram. Tenho que o apresentar à Cassandra.
julho 21, 2004
Fusão nas Privadas
Nasceu a terceira maior instituição de ensino superior particular em Portugal, fruto da fusão da Universidade Independente (UnI) e do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM). De acordo com os responsáveis pelas instituições, a concentração é o futuro do ensino privado e esta é apenas a primeira «pedrada no charco». Estão já em discussão novas parcerias.
«A fusão é forçosamente o futuro das instituições privadas, uma vez que não é possível continuarem a existir tantas face a um mercado que evolui», disse o vice-reitor da UnI. A evolução à qual Rui Verde se refere é a diminuição do número de alunos no ensino superior. Juntas, a UnI e a IPAM têm mais de cinco mil alunos.
In DN e JN de hoje.
«A fusão é forçosamente o futuro das instituições privadas, uma vez que não é possível continuarem a existir tantas face a um mercado que evolui», disse o vice-reitor da UnI. A evolução à qual Rui Verde se refere é a diminuição do número de alunos no ensino superior. Juntas, a UnI e a IPAM têm mais de cinco mil alunos.
In DN e JN de hoje.
julho 17, 2004
julho 13, 2004
Enfermagem veterinária
O Ministério da Ciência e do Ensino Superior decidiu abrir para o próximo ano lectivo um curso de bacharelato em enfermagem veterinária no Instituto Politécnico de Viseu, um dos 80 novos cursos que vão entrar em funcionamento.
Já agora mais estes: Estatística e Apoio à Decisão (em Ponta Delgada) e Educação Sénior (na Madeira).
E esta, hein?
Já agora mais estes: Estatística e Apoio à Decisão (em Ponta Delgada) e Educação Sénior (na Madeira).
E esta, hein?
julho 11, 2004
Portucalense sob investigação
A direcção da cooperativa que gere a Universidade Portucalense, no Porto, aguarda "serenamente" o decorrer das investigações levadas a cabo pela Polícia Judiciária (PJ), que anteontem efectuou uma busca às instalações daquele estabelecimento de ensino, tendo apreendido diversa documentação.
A diligência efectuada pelos agentes da PJ aos gabinetes da direcção da cooperativa foi efectuada na sequência de uma denúncia ao Ministério Público e tem por base alegações de gestão danosa e utilização indevida de dinheiros. "Não sei se existe" ou não gestão danosa na Portucalense, afirmou Ana Machado, reconhecendo, porém, que a suspeita "é um acto de difícil gestão" para a direcção da cooperativa.
A ler, no Público de hoje.
A diligência efectuada pelos agentes da PJ aos gabinetes da direcção da cooperativa foi efectuada na sequência de uma denúncia ao Ministério Público e tem por base alegações de gestão danosa e utilização indevida de dinheiros. "Não sei se existe" ou não gestão danosa na Portucalense, afirmou Ana Machado, reconhecendo, porém, que a suspeita "é um acto de difícil gestão" para a direcção da cooperativa.
A ler, no Público de hoje.
julho 07, 2004
Sinais
Uma desgraça nunca vem só. Não é o que costumam dizer? Pois, às vezes tal parece confirmar-se. Até estou a pensar mudar o tema do meu mestrado para "Por que é que colocam nomes de Santos aos Hospitais?" ou "O microcosmos hospitalar: experiência antropológica".
Entretanto tenho dado um salto aos blogues do costume, em especial aos que falam do Ensino Superior. Tem estado bastante interessante a discussão que partiu da reforma em Harvard. Se eu fosse professor universitário, com tudo o que tenho aprendido com os mestres da BlogoESfera, já estava mais apto para ser um "tipo" do contra com argumentos mais bem fundamentados. Mas como não sou, tornei-me num cidadão mais informado. Obrigado.
Espero para a semana estar de regresso, para dar o meu contributo na discussão, ainda que ache bom ela estar centralizada nos blogues de referência.
Até breve.
Entretanto tenho dado um salto aos blogues do costume, em especial aos que falam do Ensino Superior. Tem estado bastante interessante a discussão que partiu da reforma em Harvard. Se eu fosse professor universitário, com tudo o que tenho aprendido com os mestres da BlogoESfera, já estava mais apto para ser um "tipo" do contra com argumentos mais bem fundamentados. Mas como não sou, tornei-me num cidadão mais informado. Obrigado.
Espero para a semana estar de regresso, para dar o meu contributo na discussão, ainda que ache bom ela estar centralizada nos blogues de referência.
Até breve.
julho 01, 2004
junho 30, 2004
Interregno
Para que não percam o vosso tempo continuando a cá vir, informo que este blogue estará inactivo durante tempo indeterminado, por motivos pessoais.
A todos os que por cá passam, obrigado.
Pode continuar a acompanhar o debate sobre o ensino superior nos blogues que sugiro em "Estudo Geral".
A todos os que por cá passam, obrigado.
Pode continuar a acompanhar o debate sobre o ensino superior nos blogues que sugiro em "Estudo Geral".
junho 29, 2004
junho 28, 2004
junho 27, 2004
Serenidade
Aguardo serenamente pela decisão do Presidente da República. É uma boa oportunidade para reflectir sobre o País, a Democracia e a participação dos cidadãos na melhoria dos dois. Serenamente.
junho 26, 2004
junho 25, 2004
Paris ou Amesterdão esperem por mim
Se Santana Lopes e Paulo Portas forem os dois rostos da governação em Portugal, acabo o que tenho em mãos e vou-me embora. Mas vou mesmo. Estou deprimido... Acho que o país não merecia isto. Não merecia mesmo.
«Existem universidades em falência técnica, científica e financeira»
Quem o diz é Veiga Simão, coordenador do grupo de trabalho que vai (irá mesmo?) reorganizar o ensino superior.
A ler, no Diário Económico.
A ler, no Diário Económico.
O que é isto?!
Nem sei o que dizer. Ou melhor, sei, mas não quero. Não sei explicar muito bem, neste momento, mas sinto um misto de tristeza e incompreensão...
Acabo de ler esta notícia. O ministério anuncia a criação de 32 novas escolas do ensino superior. Não acreditam? Então leiam.
A lista fica aqui:
Açores. Instituto Superior Politécnico Lusíada; Instituto Politécnico dos Açores (Universidade dos Açores). Aveiro. Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro; Universidade Técnica Lusíada do Centro; Escola Politécnica Aveiro Norte (Universidade de Aveiro). Beja. Escola Superior de Saúde (Beja); Escola Superior de Engenharia Industrial em Santiago do Cacém. Braga. Instituto Politécnico do Cávado e Ave (criação de um segundo curso); Instituto Politécnico de Mondim de Basto; Escola de Medicina Dentária do Minho; Escola Superior de Turismo do Minho; Universidade do Vale do Sousa (passagem do Instituto de Ciências Norte a Universidade); Universidade Técnica Lusíada do Vale do Sousa. Bragança. Nova Universidade de Bragança. castelo branco. Escola de Turismo no Fundão (Instituto Politécnico); Escola de Enfermagem em Vila de Rei (Instituto Politécnico de Santarém); Universidade Lusíada de Castelo Branco. Coimbra. Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Instituto Politécnico de Coimbra) em Oliveira do Hospital. guarda. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade da Beira Interior) em Gouveia; Instituto Superior Politécnico Lusíada de Penamacor. leiria. Escola Superior de Tecnologias da Saúde. lisboa.Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa. madeira. Instituto Politécnico da Madeira (Universidade da Madeira). portalegre. Escola Superior de Saúde (a instalar em Portalegre ou Elvas). porto. Escola Superior de Saúde da Misericórdia do Porto; Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Valongo; Escola de Tecnologia e Gestão de Felguei- ras (Instituto Politécnico do Porto). santarém. Escola de Artes e Design (Instituto Politécnico de Tomar); Instituto Politécnico de Torres Vedras. vila real. Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) em Chaves. viseu. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; a Nova Universidade.
Claro que o Ministério já veio dizer que não era bem assim. Mas então como é? Digam-me que não é mesmo verdade.
Ah... E não vale a pena irem ao sítio do MCES na internete. O documento já não está disponível.
Acabo de ler esta notícia. O ministério anuncia a criação de 32 novas escolas do ensino superior. Não acreditam? Então leiam.
A lista fica aqui:
Açores. Instituto Superior Politécnico Lusíada; Instituto Politécnico dos Açores (Universidade dos Açores). Aveiro. Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro; Universidade Técnica Lusíada do Centro; Escola Politécnica Aveiro Norte (Universidade de Aveiro). Beja. Escola Superior de Saúde (Beja); Escola Superior de Engenharia Industrial em Santiago do Cacém. Braga. Instituto Politécnico do Cávado e Ave (criação de um segundo curso); Instituto Politécnico de Mondim de Basto; Escola de Medicina Dentária do Minho; Escola Superior de Turismo do Minho; Universidade do Vale do Sousa (passagem do Instituto de Ciências Norte a Universidade); Universidade Técnica Lusíada do Vale do Sousa. Bragança. Nova Universidade de Bragança. castelo branco. Escola de Turismo no Fundão (Instituto Politécnico); Escola de Enfermagem em Vila de Rei (Instituto Politécnico de Santarém); Universidade Lusíada de Castelo Branco. Coimbra. Escola Superior de Tecnologia e Gestão (Instituto Politécnico de Coimbra) em Oliveira do Hospital. guarda. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade da Beira Interior) em Gouveia; Instituto Superior Politécnico Lusíada de Penamacor. leiria. Escola Superior de Tecnologias da Saúde. lisboa.Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa. madeira. Instituto Politécnico da Madeira (Universidade da Madeira). portalegre. Escola Superior de Saúde (a instalar em Portalegre ou Elvas). porto. Escola Superior de Saúde da Misericórdia do Porto; Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Valongo; Escola de Tecnologia e Gestão de Felguei- ras (Instituto Politécnico do Porto). santarém. Escola de Artes e Design (Instituto Politécnico de Tomar); Instituto Politécnico de Torres Vedras. vila real. Escola Superior de Tecnologias da Saúde (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) em Chaves. viseu. Escola Superior de Tecnologias da Saúde; a Nova Universidade.
Claro que o Ministério já veio dizer que não era bem assim. Mas então como é? Digam-me que não é mesmo verdade.
Ah... E não vale a pena irem ao sítio do MCES na internete. O documento já não está disponível.
Economia da Nova ganha certificação internacional
A Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa é a primeira escola de gestão portuguesa a conquistar uma certificação internacional. Recebeu a acreditação Equis (European Quality Improvement System), da responsabilidade da European Foundation for Management Development. O Equis é considerado o mais internacional sistema de certificação, declara Luís Campos e Cunha, director da faculdade, acrescentando que este selo de qualidade é um "passaporte internacional" para a escola. A instituição fica assim colocada entre as melhores, continua. O Equis já certificou 73 escolas de economia e gestão não só da Europa, mas em todo o mundo, dos EUA ao Brasil, passando pela África do Sul, Hong Kong e Austrália. O objectivo da escola sempre foi a internacionalização, diz o seu director, exemplificando que todo o ensino é feito em inglês, o corpo docente é constituído por professores de oito nacionalidades e que anualmente a escola recebe mais de uma centena de estudantes europeus, através do programa Erasmus.
(Público, hoje)
(Público, hoje)
junho 24, 2004
Exame História 2004
Procure responder a esta questão do Exame de História do Ensino Secundário, 2004.
Mensagem de Costa Gomes em 1 de Janeiro de 1977
Entramos em 1977 com as instituições que nos regem plenamente constituídas e
democraticamente legitimadas. Não há mais razões para adiarmos a solução dos problemas de
fundo. [...] A democracia tem hoje uma direcção e um significado concretos: relançar a produção,aumentar o trabalho, dominar a crise.
É agora que a prática da democracia tem de surgir claramente como a única defesa real e
segura dos Portugueses e dos ideais mais profundos da vivência democrática. [...] Será na
resolução da crise que assumirão toda a sua extensão, duma maneira duradoura, os benefícios
reais da revolução.
Conquistámos a liberdade política. Mas a liberdade real só a teremos quando todos os
portugueses puderem viver, fraternalmente, o projecto colectivo sem receio da opressão, e com esperança no futuro [...].
Nas áreas sensíveis da vida portuguesa têm vindo a acentuar-se dificuldades. Umas derivam
da própria natureza das transformações sociais e económicas; outras da ambição do poder de
grupos totalitários no seu frenesi de dominar o País; outras ainda da inexperiência de muitos. Para além de todas, convém não esquecer as difíceis condições de onde partiu. [...]
A Constituição apresenta um quadro suficiente para adoptar em cada momento a solução capaz de conciliar o jogo democrático e a justiça social com a necessidade de relançar a economia e resolver os problemas. [...]
Temos com urgência de criar os nossos próprios mecanismos de financiamento a fim de
desagravar progressivamente o nosso endividamento e dependência do exterior. Este é o
verdadeiro caminho da independência nacional [...].
A reconciliação dos portugueses consigo próprios e com a sua história passa também pela
eliminação dos complexos africanos e pelo restabelecimento de relações baseadas em interesse mútuo e que salvaguardem os justos interesses da nação portuguesa. [...]
Somos um povo que tomou nas próprias mãos o destino. [...] O programa que o futuro nos
oferece está à vista: pelo trabalho sério de todos, uma sociedade justa.
Mensagem do Presidente da República aos Portugueses,
Lisboa, Secretaria de Estado da Comunicação Social, 1977
Comente a mensagem do Presidente Costa Gomes, no contexto da institucionalização
da democracia em Portugal.
Mensagem de Costa Gomes em 1 de Janeiro de 1977
Entramos em 1977 com as instituições que nos regem plenamente constituídas e
democraticamente legitimadas. Não há mais razões para adiarmos a solução dos problemas de
fundo. [...] A democracia tem hoje uma direcção e um significado concretos: relançar a produção,aumentar o trabalho, dominar a crise.
É agora que a prática da democracia tem de surgir claramente como a única defesa real e
segura dos Portugueses e dos ideais mais profundos da vivência democrática. [...] Será na
resolução da crise que assumirão toda a sua extensão, duma maneira duradoura, os benefícios
reais da revolução.
Conquistámos a liberdade política. Mas a liberdade real só a teremos quando todos os
portugueses puderem viver, fraternalmente, o projecto colectivo sem receio da opressão, e com esperança no futuro [...].
Nas áreas sensíveis da vida portuguesa têm vindo a acentuar-se dificuldades. Umas derivam
da própria natureza das transformações sociais e económicas; outras da ambição do poder de
grupos totalitários no seu frenesi de dominar o País; outras ainda da inexperiência de muitos. Para além de todas, convém não esquecer as difíceis condições de onde partiu. [...]
A Constituição apresenta um quadro suficiente para adoptar em cada momento a solução capaz de conciliar o jogo democrático e a justiça social com a necessidade de relançar a economia e resolver os problemas. [...]
Temos com urgência de criar os nossos próprios mecanismos de financiamento a fim de
desagravar progressivamente o nosso endividamento e dependência do exterior. Este é o
verdadeiro caminho da independência nacional [...].
A reconciliação dos portugueses consigo próprios e com a sua história passa também pela
eliminação dos complexos africanos e pelo restabelecimento de relações baseadas em interesse mútuo e que salvaguardem os justos interesses da nação portuguesa. [...]
Somos um povo que tomou nas próprias mãos o destino. [...] O programa que o futuro nos
oferece está à vista: pelo trabalho sério de todos, uma sociedade justa.
Mensagem do Presidente da República aos Portugueses,
Lisboa, Secretaria de Estado da Comunicação Social, 1977
Comente a mensagem do Presidente Costa Gomes, no contexto da institucionalização
da democracia em Portugal.
junho 23, 2004
Sebenta
Com esperanças de estar tão inspirado como ontem, vou canalizar este bem estar intelectual para a outra escrita.
Entretanto, deixo aqui o endereço de um blog que só agora descobri. O blog sobre o ensino superior que faltava: é escrito por alunos. De Coimbra.
Entretanto, deixo aqui o endereço de um blog que só agora descobri. O blog sobre o ensino superior que faltava: é escrito por alunos. De Coimbra.
junho 22, 2004
Exemplar
O Jornalismo e Comunicação dá-nos a conhecer algo de inovador:
Cem milhões de páginas para o depósito legal...
...em França. Começa hoje e, segundo o director da Bibliothèque Nationale de France, Jean-Noël Jeanneney, são cerca de cem milhões as páginas do domínio .fr que passarão a figurar no depósito legal. Este gigantesco empreendimento será levado a cabo por um consórcio internacional de bibliotecas e, para já, dedicar-se-á a preservar sites de natureza pública e comercial, seguindo um método de amostragem.
Da entrevista que Jeanneney dá hoje ao Libération, cuja leitura se recomenda, fica este extracto das suas palavras:
"Depuis François 1er, le dépôt légal s'est toujours adapté à la nature du support: livres, périodiques, estampes, photographie, sons... J'appartiens à une génération d'historiens qui s'est souciée, dès les années 1970 , de voir créer un dépôt légal de la radio et la télévision. Quand j'étais secrétaire d'Etat à la Communication, celui-ci a été instauré par la loi du 20 juin 1992. L'enjeu n'est pas seulement d'ordre scientifique, mais aussi civique. Il est indispensable qu'une démocratie soit capable, pour hiérarchiser les objectifs et les émotions, de fonder sa réflexion sur la connaissance du passé. Aujourd'hui, nous abordons une étape nouvelle. En tant qu'historien et responsable de la BNF, il m'a semblé que ce devait être pour nous un grand chantier. Nous disposons d'atouts solides à cet égard: une maison toute entière tournée vers le recueil, la conservation et la diffusion des supports de la culture et une excellente équipe de spécialistes".
Cem milhões de páginas para o depósito legal...
...em França. Começa hoje e, segundo o director da Bibliothèque Nationale de France, Jean-Noël Jeanneney, são cerca de cem milhões as páginas do domínio .fr que passarão a figurar no depósito legal. Este gigantesco empreendimento será levado a cabo por um consórcio internacional de bibliotecas e, para já, dedicar-se-á a preservar sites de natureza pública e comercial, seguindo um método de amostragem.
Da entrevista que Jeanneney dá hoje ao Libération, cuja leitura se recomenda, fica este extracto das suas palavras:
"Depuis François 1er, le dépôt légal s'est toujours adapté à la nature du support: livres, périodiques, estampes, photographie, sons... J'appartiens à une génération d'historiens qui s'est souciée, dès les années 1970 , de voir créer un dépôt légal de la radio et la télévision. Quand j'étais secrétaire d'Etat à la Communication, celui-ci a été instauré par la loi du 20 juin 1992. L'enjeu n'est pas seulement d'ordre scientifique, mais aussi civique. Il est indispensable qu'une démocratie soit capable, pour hiérarchiser les objectifs et les émotions, de fonder sa réflexion sur la connaissance du passé. Aujourd'hui, nous abordons une étape nouvelle. En tant qu'historien et responsable de la BNF, il m'a semblé que ce devait être pour nous un grand chantier. Nous disposons d'atouts solides à cet égard: une maison toute entière tournée vers le recueil, la conservation et la diffusion des supports de la culture et une excellente équipe de spécialistes".
O evidente
A escrita de uma tese ou um artigo de investigação levanta-me sempre problemas. Depois de meses a ler o que os outros escreveram, depois de longas permanências nos arquivos a contactar com as fontes, depois de alguns dias ou semanas a tratar a informação recolhida... chegada a altura de escrever as conclusões, tenho sempre a sensação que escrevendo uma única frase já estou a dizer tudo o que há para dizer. Esqueço-me que o que para mim já é tão evidente e tão claro, não o é para quem for ler o que escrevo. Quem lê, só tem o texto do autor, não as suas intenções, nem o não-dito, mas pensado.
Outra tentação é apenas descrever, narrar, deixando a análise para o leitor. Como se ele soubesse por que é que escrevemos aquela frase e não outra. Ou então silenciarmo-nos, e citando uma fonte, como se ela dissesse tudo aquilo que queremos dizer. Escrever ciência é mais do que isso. É problematizar, é procurar explicar, compreender... É uma verdadeira aventura, quer se trate de descobrir os segredos da genética ou os da sacristia.
Outra tentação é apenas descrever, narrar, deixando a análise para o leitor. Como se ele soubesse por que é que escrevemos aquela frase e não outra. Ou então silenciarmo-nos, e citando uma fonte, como se ela dissesse tudo aquilo que queremos dizer. Escrever ciência é mais do que isso. É problematizar, é procurar explicar, compreender... É uma verdadeira aventura, quer se trate de descobrir os segredos da genética ou os da sacristia.
junho 21, 2004
João Magueijo
Definitivamente, gostei muito de ler a entrevista de João Magueijo (cientista português em Londres, o tal da teoria da relatividade...) à Revista Pública, ainda que ache que o jornalista pudesse tê-lo questinado mais sobre determinados aspectos.
Claro que ao ler a entrevista fui-me lembrando de imensas coisas: pessoais, familiares, académicas, sobre o país...
Gostei, por exemplo, desta frase:
"Fazer exames é saber imensas coisas e ser capaz de resolver um problema numa situação de pressão, ao passo que fazer investigação é exactamente o oposto: é arranjar o problema, muito mais do que resolvê-lo."
Claro que ao ler a entrevista fui-me lembrando de imensas coisas: pessoais, familiares, académicas, sobre o país...
Gostei, por exemplo, desta frase:
"Fazer exames é saber imensas coisas e ser capaz de resolver um problema numa situação de pressão, ao passo que fazer investigação é exactamente o oposto: é arranjar o problema, muito mais do que resolvê-lo."
junho 20, 2004
Memórias
Ao ler uma entrevista a um cientista português a viver em Inglaterra, recordei-me de algumas coisas da minha infância.
Pus-me a imaginar o que responderia se me questionassem acerca daquelas coisas habituais sobre a infância. Poderia então dizer que conheci a História aos 9 anos e que foi amor à primeira vista. O que a minha professora então nos ensinava soube-me a pouco. Obriguei, por isso, a minha mãe a levar-me a uma livraria. Comprei a minha primeira História de Portugal, em dois volumes.
Hoje, aquela livraria já não existe. É uma sapataria. Já a minha primeira História de Portugal continua comigo, acompanhada por muitas outras...
Aos nove anos apaixonei-me. Entretanto casei-me. Em breve nascerá o primeiro filho.
Pus-me a imaginar o que responderia se me questionassem acerca daquelas coisas habituais sobre a infância. Poderia então dizer que conheci a História aos 9 anos e que foi amor à primeira vista. O que a minha professora então nos ensinava soube-me a pouco. Obriguei, por isso, a minha mãe a levar-me a uma livraria. Comprei a minha primeira História de Portugal, em dois volumes.
Hoje, aquela livraria já não existe. É uma sapataria. Já a minha primeira História de Portugal continua comigo, acompanhada por muitas outras...
Aos nove anos apaixonei-me. Entretanto casei-me. Em breve nascerá o primeiro filho.
junho 19, 2004
Nata intelectual vem para Portugal
“Uma das maiores manifestações de mobilidade humana da Universidade Portuguesa no século XVI, em particular no que respeita ao corpo docente, verificou-se por ocasião e motivo da sua reforma e fixação definitiva em Coimbra em 1537. Tal reforma, concebida e executada por D. João III, exigia um alargamento e uma qualidade do quadro dos seus professores que só o recurso às universidades estrangeiras poderia resolver de forma suficiente. (...) Foram principalmente três as universidades a que o Rei Piedoso recorreu, com a conhecida generosidade que pôs nesta tarefa: as francesas de Paris e de Bordéus e, sobretudo, o Estudo ibérico de Salamanca. Foi destas que D. João III convidou para Coimbra quer portugueses já aí professores ou distintos jovens em fim de curso, quer conceituados mestres estrangeiros pertencentes ao quadro das referidas escolas.”
(PINHO, Sebastião Tavares Pinho, in História da Universidade em Portugal)
E esta, Sra. Ministra?
(PINHO, Sebastião Tavares Pinho, in História da Universidade em Portugal)
E esta, Sra. Ministra?
junho 18, 2004
Universidade de élite vai ser realidade
Governo vai anunciar mudanças profundas na Universidade.
Professores de renome internacional já estão a caminho de Portugal.
Um exclusivo do Fio de Ariana!
Professores de renome internacional já estão a caminho de Portugal.
Um exclusivo do Fio de Ariana!
António Homem condenado
Em princípios do século XVII, a Inquisição levou a cabo uma perseguição a alguns lentes da Universidade de Coimbra, entre os quais André do Avelar, Francisco Velasco de Gouveia e, o mais famoso, António Homem, que acabou na fogueira em 1624.
Joaquim Romero de Magalhães comenta a atitude que Universidade teve perante esta situação:
A Universidade «peca por ausência, por estrutural seguidismo e acatamento acrítico dos desejos régios e dos poderes que sente mais fortes. Com razão temeria que a mocidade fosse “levada do imoderado amor de saber mais”, como mais tarde se afirmaria. Os saberes instrumentais que à Corte e à Igreja convinham não eram ilimitados, pelo contrário, bem condicionados (ou acondicionados?). Por isso as perseguições inquisitoriais não dizem respeito à Universidade, sejam elas movidas contra os professores do Colégio das Artes (...) ou ainda contra os nove estudantes que em 1781 foram condenados por naturalismo e dogmatismo. A Universidade enquanto corpo deixa passar. Mas fica sempre avisada.»
(Vd. J. Romero Magalhães – História da Universidade em Portugal)
No século XVII e XVIII houve quem fosse condenado ao cárcere e à fogueira por pensar e por invejas. A católica e régia Universidade de Coimbra não se incomodou muito com isso. E hoje? Constitui a Universidade Portuguesa um espaço de liberdade e democracia? Que pervivências do Antigo Regime conseguem identificar, ainda que sob outras vestes? Não há coisas, como os trajes dos lentes ou o voto por bolas brancas e pretas, que cheiram a bolor?
Joaquim Romero de Magalhães comenta a atitude que Universidade teve perante esta situação:
A Universidade «peca por ausência, por estrutural seguidismo e acatamento acrítico dos desejos régios e dos poderes que sente mais fortes. Com razão temeria que a mocidade fosse “levada do imoderado amor de saber mais”, como mais tarde se afirmaria. Os saberes instrumentais que à Corte e à Igreja convinham não eram ilimitados, pelo contrário, bem condicionados (ou acondicionados?). Por isso as perseguições inquisitoriais não dizem respeito à Universidade, sejam elas movidas contra os professores do Colégio das Artes (...) ou ainda contra os nove estudantes que em 1781 foram condenados por naturalismo e dogmatismo. A Universidade enquanto corpo deixa passar. Mas fica sempre avisada.»
(Vd. J. Romero Magalhães – História da Universidade em Portugal)
No século XVII e XVIII houve quem fosse condenado ao cárcere e à fogueira por pensar e por invejas. A católica e régia Universidade de Coimbra não se incomodou muito com isso. E hoje? Constitui a Universidade Portuguesa um espaço de liberdade e democracia? Que pervivências do Antigo Regime conseguem identificar, ainda que sob outras vestes? Não há coisas, como os trajes dos lentes ou o voto por bolas brancas e pretas, que cheiram a bolor?
junho 17, 2004
junho 16, 2004
E ele a dar-lhe...
Com senhores assim, à frente de instituições do ensino superior, vamos longe... Vamos, vamos...
Apêndice?
Disse a 1poucomais, num comentário no Professorices:
«JVC, penso que o Professorices e os seus "anéis e satélites", como alguém outro dia por mail me dizia, constituem a prova da riqueza que e da mais-valia que os comentários constituem».
Gostaria de, hoje, realizar um mini-inquérito a quem por aqui passa para ler o que escrevo:
1)Constitui este blogue um satélite do Professorices? Justifique.
2)Considera importante a existência deste blogue? Porquê?
Desde já obrigado pelas vossas respostas (com a adesão que esta tasca tem tido, já imagino umas quatro respostas. Com sorte...).
«JVC, penso que o Professorices e os seus "anéis e satélites", como alguém outro dia por mail me dizia, constituem a prova da riqueza que e da mais-valia que os comentários constituem».
Gostaria de, hoje, realizar um mini-inquérito a quem por aqui passa para ler o que escrevo:
1)Constitui este blogue um satélite do Professorices? Justifique.
2)Considera importante a existência deste blogue? Porquê?
Desde já obrigado pelas vossas respostas (com a adesão que esta tasca tem tido, já imagino umas quatro respostas. Com sorte...).
Universidade de Viseu
A futura Universidade Pública de Viseu deve vir a desenvolver laços de cooperação com as restantes instituições de ensino superior existentes na cidade: Instituto Piaget, Instituto Politécnico e Universidade Católica. Veiga Simão, coordenador do estudo que vai definir o modelo a implementar na futura universidade, cuja criação já foi anunciada por Durão Barroso em Maio, admitiu essa possibilidade ontem em Viseu.
Além da definição da filosofia e valências da futura Universidade Pública de Viseu, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo vai também apresentar pistas para a reorganização da rede de ensino superior público.
A ler, no Público
Além da definição da filosofia e valências da futura Universidade Pública de Viseu, o grupo de trabalho nomeado pelo Governo vai também apresentar pistas para a reorganização da rede de ensino superior público.
A ler, no Público
junho 15, 2004
Piaget, Viseu e a Medicina
Antes de mais as minhas desculpas por este estado de ausência. Mas tenho dado a minha atenção a outras escritas...
Hoje apenas quero divulgar estas notícia, em que se diz que a Sra Ministra do ES não afasta a possibilidade de, no campus universitário de Viseu do Instituto Piaget, poder vir a ser instalada uma Faculdade de Medicina.
Hoje apenas quero divulgar estas notícia, em que se diz que a Sra Ministra do ES não afasta a possibilidade de, no campus universitário de Viseu do Instituto Piaget, poder vir a ser instalada uma Faculdade de Medicina.
junho 12, 2004
Saudades...
...das longas horas em que te olhava nos olhos e ouvia o que tinhas para me dizer.
Tinhas sempre tanto que dizer. Sentias muito.
Eu sei... Ouvi muito e terei dito pouco.
Saudades...
Dum tempo que passou apressadamente. Um tempo mais rápido do que eu.
Tinhas sempre tanto que dizer. Sentias muito.
Eu sei... Ouvi muito e terei dito pouco.
Saudades...
Dum tempo que passou apressadamente. Um tempo mais rápido do que eu.
junho 11, 2004
junho 09, 2004
Positivo e Negativo
A CP tem vindo a melhorar os seus serviços, quer a nível de horários quer do conforto das carruagens.
Claro que, ao mesmo tempo, o interior vê as suas estações serem encerradas... A centralidade do país não está em Lisboa, está no litoral.
Claro que, ao mesmo tempo, o interior vê as suas estações serem encerradas... A centralidade do país não está em Lisboa, está no litoral.
junho 08, 2004
junho 06, 2004
Casa na escola
Na Faculdade de Letras da UP (FLUP) estão a construir um novo bloco onde se situará uma residência universitária, a cantina e um parque de estacionamento. Ou seja, os alunos poderão comer, dormir e estudar sem sair do mesmo espaço...
junho 03, 2004
Frequências
Maria era daquelas alunas que ia sempre às aulas e se sentava na primeira fila. Ainda que chegasse sempre entre 30 a 60 minutos atrasada às primeiras aulas da manhã. Procurava escrever tudo o que o professor dizia, e sempre que este indicava a bibliografia a ler ela saía mais cedo da aula, com mais duas colegas, e corriam para a biblioteca para requisitar os livros todos.
Quando chegavamos à altura de frequências/exames, Maria revelava uma patologia grave. Era provavelmente a primeira aluna a chegar à faculdade no dia da frequência. Pelas 7h30m lá estava ela (as frequências eram às 9h30). Depois de consultar o mapa da distribuição das salas onde iria decorrer a frequência, marcava o seu lugar na última mesa do lado esquerdo, junto à janela. Nesse dia (quer fosse em Janeiro ou em Julho) trazia um blusão azul. Interrogada, dizia estar constipada. Coitada, quatro anos com constipações em Janeiro/Fevereiro e Maio/Junho. E prolongadas. Maria tinha uma patologia grave: copiava compulsivamente, e todo o seu “estudo” ao longo do ano era planeado tendo como fim a elaboração de “copianços”. Mesmo outros colegas que lá iam copiando uma coisa ou outra, olhavam para a Maria de forma diferente. Ninguém achava aquele tipo de comportamento normal. Maria nunca foi surpreendida a copiar por nenhum professor. Chegou ao fim do 4º ano com média de 14. Sei que durante o estágio pedagógico (5º ano) apresentou vários atestados médicos. Sei que em Setembro do ano em que terminara o estágio não tinha conseguido entregar o trabalho de “seminário”, ao contrário de todos os outros colegas. Sei ainda que o dossiê (com materiais que os estagiários utilizam nas aulas, incluindo os planos de aula) da Maria não era dela...
Não soube mais nada da Maria. Espero que esteja tudo bem com ela. E que seja feliz.
Quando chegavamos à altura de frequências/exames, Maria revelava uma patologia grave. Era provavelmente a primeira aluna a chegar à faculdade no dia da frequência. Pelas 7h30m lá estava ela (as frequências eram às 9h30). Depois de consultar o mapa da distribuição das salas onde iria decorrer a frequência, marcava o seu lugar na última mesa do lado esquerdo, junto à janela. Nesse dia (quer fosse em Janeiro ou em Julho) trazia um blusão azul. Interrogada, dizia estar constipada. Coitada, quatro anos com constipações em Janeiro/Fevereiro e Maio/Junho. E prolongadas. Maria tinha uma patologia grave: copiava compulsivamente, e todo o seu “estudo” ao longo do ano era planeado tendo como fim a elaboração de “copianços”. Mesmo outros colegas que lá iam copiando uma coisa ou outra, olhavam para a Maria de forma diferente. Ninguém achava aquele tipo de comportamento normal. Maria nunca foi surpreendida a copiar por nenhum professor. Chegou ao fim do 4º ano com média de 14. Sei que durante o estágio pedagógico (5º ano) apresentou vários atestados médicos. Sei que em Setembro do ano em que terminara o estágio não tinha conseguido entregar o trabalho de “seminário”, ao contrário de todos os outros colegas. Sei ainda que o dossiê (com materiais que os estagiários utilizam nas aulas, incluindo os planos de aula) da Maria não era dela...
Não soube mais nada da Maria. Espero que esteja tudo bem com ela. E que seja feliz.
junho 02, 2004
Depois de Lisboa e Coimbra...
Mais um blogue sobre o Ensino Superior. Com pronúncia do Norte. Depois dos professores de Lisboa e Coimbra, eis Luís Moutinho e a sua UniverCidade. E para quando mais blogues de estudantes?
PS: O Jorge Morais mandou dizer que também é um homem do Norte. Se formos a ver... então não há ninguém de Lisboa. O JVC é dos Açores...
PS: O Jorge Morais mandou dizer que também é um homem do Norte. Se formos a ver... então não há ninguém de Lisboa. O JVC é dos Açores...
Estudantes de Coimbra interrompem reunião do Senado
Cerca de 200 estudantes da Universidade de Coimbra (UC) cumpriram a decisão estabelecida na última Assembleia Magna e invadiram esta tarde o Senado Universitário. Na altura da discussão do valor das propinas, os estudantes procederam a uma invasão pacífica do local, por forma a evitar a aprovação do valor máximo. O presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), Miguel Duarte, justificou esta medida relembrando aos restantes senadores o princípio democrático do ensino gratuito e do acesso à educação. Por seu lado, o reitor da UC, Seabra Santos, fez notar que já por várias vezes se manifestou contra o aumento da propina, mas sublinhou esta tarde não ver outra alternativa dentro de uma lógica de competitividade entre as instituições universitárias.
junho 01, 2004
Foguetões
Um doutoramento, oito anos de experiência em investigação ou de trabalho em empresas e uma prova pública vão, em breve, ser condições suficientes para se atingir o título de professor catedrático. O que significa que o acesso aos vários níveis dos quadros das intituições de ensino superior vão ser abertos mesmo a quem nunca tenha dado aulas. Ao mesmo tempo, eleva-se a exigência na formação académica: o grau de doutor vai ser a condição mínima para se ser efectivo numa universidade, enquanto nos institutos politécnicos será exigido um mestrado.
A ler, no DN.
A ler, no DN.
maio 26, 2004
Os Politécnicos vão acabar?
Luciano de Almeida, presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), pediu ontem o apoio da sociedade civil e das forças políticas da região para transformar o IPL numa universidade politécnica, em consequência da aprovação da nova Lei de Bases, que mantém a impossibilidade de os politécnicos conferirem o grau de doutor. (...)
Relativamente à criação de uma universidade pública em Viseu, o presidente do IPL considerou que, se o projecto avançar, estaremos a assistir ao nascimento de uma universidade politécnica, tendo em conta as áreas de formação que ali serão ministradas. "Com os critérios que foram utilizados para criar a universidade em Viseu, podem ser criadas uma dúzia delas. O único obstáculo para não se criar uma universidade na minha aldeia é o facto de não ser uma Área Metropolitana", ironizou.
A ler, no Público
Relativamente à criação de uma universidade pública em Viseu, o presidente do IPL considerou que, se o projecto avançar, estaremos a assistir ao nascimento de uma universidade politécnica, tendo em conta as áreas de formação que ali serão ministradas. "Com os critérios que foram utilizados para criar a universidade em Viseu, podem ser criadas uma dúzia delas. O único obstáculo para não se criar uma universidade na minha aldeia é o facto de não ser uma Área Metropolitana", ironizou.
A ler, no Público
maio 24, 2004
Ciências da vida não são prioridade
Entre todas as disciplinas da área das ciências e tecnologias, considerada prioritária para o Ministério da Ciência e Ensino Superior e onde é admitido um aumento do número de vagas no ano lectivo de 2004/2005, a ministra Maria Graça Carvalho não incluiu as chamadas ciências da vida. Assim, os cursos de bioquímica e biologia correm o risco de ficarem com o "numerus clausus" congelado.
A ler, no Público
A ler, no Público
maio 23, 2004
Novo director da Torre do Tombo que afinal não é Torre do Tombo
O historiador de arte Pedro Dias é o novo director do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (IAN/TT).
Perguntou-lhe um jornalista, em entrevista recente ao Expresso, como tinha encontrado o IANTT. Respondeu Pedro Dias: "Numa situação de perplexidade, porque ia haver uma mudança de direcção - a directora-geral, Miriam Halpern Pereira, tinha sido nomeada pelo ministro José Sasportes, com outro projecto político. Isso levou a que a Torre do Tombo (TT) tivesse momentos de indefinição, quer da direcção quer do Governo, o qual esperava que eu viesse a assumir funções para algumas mudanças de carácter estrutural. Isto não envolve qualquer crítica à minha antecessora, mas o facto de saber-se com muita antecedência que a directora não ficaria foi prejudicial. Se a TT se integra muito bem no MC, o instituto, em si, é transversal a toda a administração pública: as suas competências passam por todos os ministérios. Daí ser complicado ter alguém neste lugar que não se revê claramente no programa do Governo em funções."
Até o director da Torre do Tombo tem de ser alguém da confiança do governo?! Mas porquê? Fica claro que em Portugal tudo, mesmo tudo é pensado a curto prazo. Fica também evidente que qualquer lugar de nomeação governativa é sempre um lugar a curto prazo. Mudam os governos, muda o responsável por determinado organismo. Assim será impossível mudar o que quer que seja em Portugal. E ainda não se lembraram de privatizar o IANTT...
Nota 1) Justificação do título de hoje: diz o novo director do IANTT que "continua a existir um equívoco: isto não é a Torre do Tombo, é o Instituto de Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Já houve uma separação entre a TT e o então Instituto Português de Arquivos. Foi muito mau terem-se unido, mas seria uma catástrofe voltar atrás."
Nota 2) A entrevista, na íntegra, foi-me amavelmente fornecida pelo MJMatos, do Que Universidade?. Se alguém a quiser, também a poderei facultar.
Perguntou-lhe um jornalista, em entrevista recente ao Expresso, como tinha encontrado o IANTT. Respondeu Pedro Dias: "Numa situação de perplexidade, porque ia haver uma mudança de direcção - a directora-geral, Miriam Halpern Pereira, tinha sido nomeada pelo ministro José Sasportes, com outro projecto político. Isso levou a que a Torre do Tombo (TT) tivesse momentos de indefinição, quer da direcção quer do Governo, o qual esperava que eu viesse a assumir funções para algumas mudanças de carácter estrutural. Isto não envolve qualquer crítica à minha antecessora, mas o facto de saber-se com muita antecedência que a directora não ficaria foi prejudicial. Se a TT se integra muito bem no MC, o instituto, em si, é transversal a toda a administração pública: as suas competências passam por todos os ministérios. Daí ser complicado ter alguém neste lugar que não se revê claramente no programa do Governo em funções."
Até o director da Torre do Tombo tem de ser alguém da confiança do governo?! Mas porquê? Fica claro que em Portugal tudo, mesmo tudo é pensado a curto prazo. Fica também evidente que qualquer lugar de nomeação governativa é sempre um lugar a curto prazo. Mudam os governos, muda o responsável por determinado organismo. Assim será impossível mudar o que quer que seja em Portugal. E ainda não se lembraram de privatizar o IANTT...
Nota 1) Justificação do título de hoje: diz o novo director do IANTT que "continua a existir um equívoco: isto não é a Torre do Tombo, é o Instituto de Arquivos Nacionais/Torre do Tombo. Já houve uma separação entre a TT e o então Instituto Português de Arquivos. Foi muito mau terem-se unido, mas seria uma catástrofe voltar atrás."
Nota 2) A entrevista, na íntegra, foi-me amavelmente fornecida pelo MJMatos, do Que Universidade?. Se alguém a quiser, também a poderei facultar.
maio 22, 2004
Apontamentos
O Fio de Ariana continuava com uma crise identitária. Como seu tutor, resolvi sentar-me à sua frente para termos uma conversa. Tentei explicar-lhe que, nesta idade, surgem dúvidas sobre tudo. Mas ele estava mesmo melancólico. Entre um Professorices e um recém-chegado Ensino Superior em Crise, sentia-se com a auto-estima em baixo. Procurei ajudá-lo e sugeri-lhe que falasse de algo que preocupasse os seus colegas da faculdade. O Fio saltou no ecrã e disse com entusiasmo: “-Já sei. Conseguir apontamentos emprestados e fotocópias.” Estava encontrado o tema do dia.
No meu tempo de estudante eu era um aluno que tirava muito poucos apontamentos nas aulas. Em alguns casos porque preferia ouvir o professor e tentar perceber a matéria, tomando nota de apenas alguns tópicos. Noutros, porque do que o professor dizia, em 2 horas de aulas, pouco de essencial se aproveitava. Mas a maior parte dos colegas tirava imensos apontamentos. Pareciam funcinários do tribunal. Quando chegava a altura dos exames, havia quem pedisse os apontamentos emprestados a esses colegas-escrivães. A maior parte estudava por apontamentos: pelos seus ou pelos de outro colega. Nas aulas, raramente alguém tinha dúvidas. Quando interrompiam o professor era para lhe pedir que repetisse o que tinha dito...
O certo é que, em algumas disciplinas, estudar pelos apontamentos dava muito bons resultados. Quando assim acontecia, eu tinha uma má surpresa na pauta... Como não tinha apontamentos, e cometia a heresia de fazer leituras, não poderia responder ao que o professor pretendia.
Ora, alguns colegas alcançavam os resultados necessários para passar de ano sem irem às aulas e sem lerem um único livro. E não estou a falar de trabalhadores-estudantes. Esses, muitas vezes, surpreendiam pelos bons resultados.
Foi a pensar nestes episódios que um dia destes lancei o repto sobre a Universidade Aberta. O Jorge Morais ainda não me respondeu, mas voltarei ao assunto. Mas porquê invocar a UA neste contexto? Porque, segundo sei, na UA não existem aulas presenciais e os alunos têm ao dispor manuais. Ora, na UA isso até pode ser compreensível, se o manual servir como guião de estudo. Deixa de o ser se o aluno não ler mais nenhuma obra. Mas o caso é mais grave no caso do ensino presencial, em que a maior parte dos alunos não são trabalhadores-estudantes. Não é aceitável que se conclua um curso lendo apenas apontamentos. Informação não é sinónimo de conhecimento: ler vários autores sobre o mesmo assunto é essencial para a construção de um espírito crítico, de análise e reflexão.
Mas será a responsabilidade só dos alunos? Não me parece. Os professores promovem esta situação ao darem um tom descritivo às suas aulas e, nos exames, colocarem questões que não obrigam à análise e conduzem à mera narração.
No meu tempo de estudante eu era um aluno que tirava muito poucos apontamentos nas aulas. Em alguns casos porque preferia ouvir o professor e tentar perceber a matéria, tomando nota de apenas alguns tópicos. Noutros, porque do que o professor dizia, em 2 horas de aulas, pouco de essencial se aproveitava. Mas a maior parte dos colegas tirava imensos apontamentos. Pareciam funcinários do tribunal. Quando chegava a altura dos exames, havia quem pedisse os apontamentos emprestados a esses colegas-escrivães. A maior parte estudava por apontamentos: pelos seus ou pelos de outro colega. Nas aulas, raramente alguém tinha dúvidas. Quando interrompiam o professor era para lhe pedir que repetisse o que tinha dito...
O certo é que, em algumas disciplinas, estudar pelos apontamentos dava muito bons resultados. Quando assim acontecia, eu tinha uma má surpresa na pauta... Como não tinha apontamentos, e cometia a heresia de fazer leituras, não poderia responder ao que o professor pretendia.
Ora, alguns colegas alcançavam os resultados necessários para passar de ano sem irem às aulas e sem lerem um único livro. E não estou a falar de trabalhadores-estudantes. Esses, muitas vezes, surpreendiam pelos bons resultados.
Foi a pensar nestes episódios que um dia destes lancei o repto sobre a Universidade Aberta. O Jorge Morais ainda não me respondeu, mas voltarei ao assunto. Mas porquê invocar a UA neste contexto? Porque, segundo sei, na UA não existem aulas presenciais e os alunos têm ao dispor manuais. Ora, na UA isso até pode ser compreensível, se o manual servir como guião de estudo. Deixa de o ser se o aluno não ler mais nenhuma obra. Mas o caso é mais grave no caso do ensino presencial, em que a maior parte dos alunos não são trabalhadores-estudantes. Não é aceitável que se conclua um curso lendo apenas apontamentos. Informação não é sinónimo de conhecimento: ler vários autores sobre o mesmo assunto é essencial para a construção de um espírito crítico, de análise e reflexão.
Mas será a responsabilidade só dos alunos? Não me parece. Os professores promovem esta situação ao darem um tom descritivo às suas aulas e, nos exames, colocarem questões que não obrigam à análise e conduzem à mera narração.
maio 21, 2004
maio 20, 2004
Repto
Hoje lanço um desafio ao nosso colega dos Estudos Gerais.
Jorge Morais,
Quer explicar-nos porque é que é importante existir a Universidade Aberta (UA)?
Um licenciado pela UA tem uma preparação idêntica à ministrada no ensino presencial?
Como se produz investigação na UA (e eu sei que há investigação) se "não há" alunos?
Claro que no debate pode entrar quem quiser.
Jorge Morais,
Quer explicar-nos porque é que é importante existir a Universidade Aberta (UA)?
Um licenciado pela UA tem uma preparação idêntica à ministrada no ensino presencial?
Como se produz investigação na UA (e eu sei que há investigação) se "não há" alunos?
Claro que no debate pode entrar quem quiser.
maio 19, 2004
Adoro eleições
O Governo açoriano atribuiu hoje 590 mil euros à aquisição de equipamento para a nova biblioteca central da universidade do arquipélago, que custou cerca de quatro milhões de euros.
Apesar de formalmente inaugurada em Julho do ano passado, a infra-estrutura do pólo de Ponta Delgada do estabelecimento de ensino superior não entrou em funcionamento na ocasião, devido à falta de equipamento e à necessidade de transferência do espólio do anterior edifício.
Segundo uma fonte do Governo dos Açores, a verba agora disponibilizada constitui uma das acções previstas no Plano de Investimentos do arquipélago para este ano, aprovado na Assembleia Legislativa Regional.
Além disso, enquadra-se no esforço que o Executivo regional tem desenvolvido de "solidificação técnica, científica e financeira" da Universidade dos Açores, que dispõe de cerca de três mil alunos, disse a mesma fonte.
A biblioteca central da universidade, inaugurada pelo anterior reitor Vasco Garcia, vai centralizar um espólio de cerca de 200 mil volumes, permitindo ainda aos alunos e docentes acederem, por meios informáticos, às redes bibliográficas nacionais e internacionais.
In Público.pt - Última Hora
Apesar de formalmente inaugurada em Julho do ano passado, a infra-estrutura do pólo de Ponta Delgada do estabelecimento de ensino superior não entrou em funcionamento na ocasião, devido à falta de equipamento e à necessidade de transferência do espólio do anterior edifício.
Segundo uma fonte do Governo dos Açores, a verba agora disponibilizada constitui uma das acções previstas no Plano de Investimentos do arquipélago para este ano, aprovado na Assembleia Legislativa Regional.
Além disso, enquadra-se no esforço que o Executivo regional tem desenvolvido de "solidificação técnica, científica e financeira" da Universidade dos Açores, que dispõe de cerca de três mil alunos, disse a mesma fonte.
A biblioteca central da universidade, inaugurada pelo anterior reitor Vasco Garcia, vai centralizar um espólio de cerca de 200 mil volumes, permitindo ainda aos alunos e docentes acederem, por meios informáticos, às redes bibliográficas nacionais e internacionais.
In Público.pt - Última Hora
Eu
Uma das questões que se debate acerca da blogosfera é a da possibilidade que existe de utilizar este meio com fins pouco éticos, nomeadamente utilizando a calúnia. Ora tal só é possível dado o anonimato que aqui é facilitado.
Quando iniciei este blogue comecei por assinar como Fio, mas pela invocação de Clio, musa da História (iconograficamente aqui representada no canto superior), houve quem sugerisse que adoptasse aquele nome. E assim foi até há pouco tempo, quando decidi assinar estes textos com as iniciais do meu nome. Nunca procurei um verdadeiro anonimato, e o facto de procurar sempre transmitir a minha opinião, sem ultrapassar o “risco”, faz com que julgue importante personalizar ainda mais este blogue. Uma personalização que é também humanização e responsabilização. Esta necessidade ética talvez se deva, até, ao facto de aos 15 anos ter optado por Humanidades com a intenção de seguir Jornalismo. Acabei por fazer outras opções. E ainda bem. Sou um licenciado em História bastante satisfeito com o que tenho aprendido, e ainda mais agora com uma tese que é, sem dúvida, o meu grande projecto do momento.
E porquê um blogue sobre o ensino superior? Ao contrário dos autores dos outros três blogues sobre esta temática, não sou professor, nem virei a ser. E, como já perceberam, nem aluno (de licenciatura) sou. Ou seja, move-me apenas a certeza de que é na Escola que está o motor da mudança do país. Enquanto a Escola, e a Escola Superior em particular, continuar como está, será difícil alterar o que quer que seja em Portugal. Ou seja, é um dever de cidadania interessarmo-nos pelo Ensino Superior.
Bem, tudo isto para dizer:
Bom dia! Sou o Hugo Ribeiro.
Quando iniciei este blogue comecei por assinar como Fio, mas pela invocação de Clio, musa da História (iconograficamente aqui representada no canto superior), houve quem sugerisse que adoptasse aquele nome. E assim foi até há pouco tempo, quando decidi assinar estes textos com as iniciais do meu nome. Nunca procurei um verdadeiro anonimato, e o facto de procurar sempre transmitir a minha opinião, sem ultrapassar o “risco”, faz com que julgue importante personalizar ainda mais este blogue. Uma personalização que é também humanização e responsabilização. Esta necessidade ética talvez se deva, até, ao facto de aos 15 anos ter optado por Humanidades com a intenção de seguir Jornalismo. Acabei por fazer outras opções. E ainda bem. Sou um licenciado em História bastante satisfeito com o que tenho aprendido, e ainda mais agora com uma tese que é, sem dúvida, o meu grande projecto do momento.
E porquê um blogue sobre o ensino superior? Ao contrário dos autores dos outros três blogues sobre esta temática, não sou professor, nem virei a ser. E, como já perceberam, nem aluno (de licenciatura) sou. Ou seja, move-me apenas a certeza de que é na Escola que está o motor da mudança do país. Enquanto a Escola, e a Escola Superior em particular, continuar como está, será difícil alterar o que quer que seja em Portugal. Ou seja, é um dever de cidadania interessarmo-nos pelo Ensino Superior.
Bem, tudo isto para dizer:
Bom dia! Sou o Hugo Ribeiro.
maio 18, 2004
Universidade a caminho de Viseu (e Bragança que continue a esperar sentada)
Durão Barroso tornou ontem Público a criação de uma universidade (pública) em Viseu. "Vai ser uma universidade que será tecnológica e muito avançada", atirou o primeiro-ministro. "Assim fazemos justiça com esta cidade e com esta região".
Além do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) - que já manifestou ao PÚBLICO que "não existe , neste momento, nenhuma justificação para mais uma instituição de ensino superior, pública ou privada -, também o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) contesta o anúncio de Durão Barroso. "Estamos muito preocupados", acentuou o presidente do CCISP, Luciano de Almeida. "Tendo em conta o discurso que o Governo manteve nos últimos dois anos, em que acusou as instituições de ensino superior de terem criado cursos e escolas a mais, é estranho que agora anuncie outra universidade". Luciano de Almeida acredita que por trás da decisão do Governo estiveram outros critérios que não científicos - "nomeadamente políticos, é claro", vincou, para depois lembrar que a falta de oferta de ensino tecnológico é um falso argumento. Na opinião de Luciano de Almeida, o Governo devia primeiro ter analisado a rede de oferta de ensino superior e só depois verificar se havia necessidade de outra universidade.
Mais uma vez se tomam decisões fáceis. Como é que neste momento se anuncia a abertura duma nova universidade em Portugal, quando até as maiores instituições se começam a ver confrontadas com falta de alunos? E que oferta vai trazer a universidade de Viseu? O que é que, em termos de política de ensino superior, a justifica?
Além do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) - que já manifestou ao PÚBLICO que "não existe , neste momento, nenhuma justificação para mais uma instituição de ensino superior, pública ou privada -, também o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) contesta o anúncio de Durão Barroso. "Estamos muito preocupados", acentuou o presidente do CCISP, Luciano de Almeida. "Tendo em conta o discurso que o Governo manteve nos últimos dois anos, em que acusou as instituições de ensino superior de terem criado cursos e escolas a mais, é estranho que agora anuncie outra universidade". Luciano de Almeida acredita que por trás da decisão do Governo estiveram outros critérios que não científicos - "nomeadamente políticos, é claro", vincou, para depois lembrar que a falta de oferta de ensino tecnológico é um falso argumento. Na opinião de Luciano de Almeida, o Governo devia primeiro ter analisado a rede de oferta de ensino superior e só depois verificar se havia necessidade de outra universidade.
Mais uma vez se tomam decisões fáceis. Como é que neste momento se anuncia a abertura duma nova universidade em Portugal, quando até as maiores instituições se começam a ver confrontadas com falta de alunos? E que oferta vai trazer a universidade de Viseu? O que é que, em termos de política de ensino superior, a justifica?
maio 17, 2004
Universidade e Mercado de Trabalho
Já aqui afirmei que me sinto desconfortável nesta pele de aluno a falar sobre o ensino superior. Sobretudo por não ser aluno de licenciatura. Mas adiante. Hoje chamo-vos a atenção para o texto dum filho do 25 de Abril. Escreve o Ricardo Vares:
"Mas o grande segredo da Irlanda parece ser, sem dúvida, a sinergia que foi criada entre a Educação e as Empresas. É o mercado de trabalho que dita as necessidades, é o sistema de ensino que rapidamente se adequa.
É claro que a Educação não pode ser completamente direccionada para o mercado de trabalho porque há sempre teorias a estudar, novos rumos por explorar, novas ideias a considerar. Nem oito nem oitenta. Mas uma coisa parece certa, falta a ligação entre as Universidades e o mercado de trabalho, com raras excepções." A ler.
"Mas o grande segredo da Irlanda parece ser, sem dúvida, a sinergia que foi criada entre a Educação e as Empresas. É o mercado de trabalho que dita as necessidades, é o sistema de ensino que rapidamente se adequa.
É claro que a Educação não pode ser completamente direccionada para o mercado de trabalho porque há sempre teorias a estudar, novos rumos por explorar, novas ideias a considerar. Nem oito nem oitenta. Mas uma coisa parece certa, falta a ligação entre as Universidades e o mercado de trabalho, com raras excepções." A ler.
maio 16, 2004
Informação e Comunicação: descubra as diferenças
Tenho verificado que, em diversas publicações, o curso de Ciência da Informação, ministrado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, surge como sendo uma licenciatura de Jornalismo ou de Comunicação Social. Julgo que o equívoco tem a ver com o nome do curso. No entanto, quem se der ao trabalho de ir ver o elenco das disciplinas que o compõem, rapidamente se apercebe que se trata de uma licenciatura destinada a formar profissionais de arquivos, bibliotecas ou até empresas, com funções de gestão de informação. Em suma, esta que foi uma das primeiras licenciaturas na área no nosso país, a funcionar desde 2001/2002, nada tem a ver com quem quer ser jornalista. Aliás, um pouco mais de atenção levaria a interrogarmo-nos como é que a mesma instituição tinha dois cursos iguais: Ciência da Informação e Jornalismo e Ciências da Comunicação.
Refira-se, porém, que a designação "Ciência da Informação" tem também causado alguma confusão a alguns candidatos ao ensino superior, que julgam estar a concorrer a jornalismo e não a um curso de licenciatura que veio ocupar o lugar de um curso de especialização de dois anos (o curso de Ciências Documentais, a que podiam concorrer licenciados de qualquer área do saber). Esta seria uma outra discussão: até que ponto será correcto criar um curso de banda tão estreita? Até que ponto a formação ministrada no curso de Ciência da Informação não é excessivamente técnica? Teremos arquivistas muito bons a organizar arquivos, mas que não saberão "olhar" para um documento histórico? Teremos bibliotecários que apenas saberão indexar, mas sem gosto pela leitura?
Refira-se, porém, que a designação "Ciência da Informação" tem também causado alguma confusão a alguns candidatos ao ensino superior, que julgam estar a concorrer a jornalismo e não a um curso de licenciatura que veio ocupar o lugar de um curso de especialização de dois anos (o curso de Ciências Documentais, a que podiam concorrer licenciados de qualquer área do saber). Esta seria uma outra discussão: até que ponto será correcto criar um curso de banda tão estreita? Até que ponto a formação ministrada no curso de Ciência da Informação não é excessivamente técnica? Teremos arquivistas muito bons a organizar arquivos, mas que não saberão "olhar" para um documento histórico? Teremos bibliotecários que apenas saberão indexar, mas sem gosto pela leitura?
maio 15, 2004
Participação Democrática na Universidade
Na "minha" instituição é tempo de eleições. Como faço parte da élite que não tem direito a voto, confesso que nem sei para que orgãos são as eleições. Mas julgo que se destinam à escolha dos corpos da Associação de Estudantes. Os cartazes afixados pela faculdade fizeram-me recordar uma outra questão: o peso do voto dos alunos nos diversos orgãos da Faculdade e da Universidade. Aqui no Porto, os alunos deixaram, há uns anos atrás, de ter papel decisivo na escolha do reitor. Julgo que isso é muito importante. A eleição do representante máximo da instituição não pode depender da chantagem dos estudantes. Infelizmente, por razões sociológicas, o voto dos estudantes nem sempre é dado a quem potencialmente poderá ser um bom reitor, mas sim àquele cujas promessas vão de encontro ao que os estudantes desejam para si. Ou seja, uma eleição não pode ficar dependente de um único grupo. A Universidade não são só os alunos. No entanto, mesmo não constituindo os alunos a maioria dos votantes, parece-me que o actual modelo geral de governação da universidade necessita de profundas alterações. E julgo que esta não é uma preocupação presente no actual debate acerca da Universidade...
maio 14, 2004
Perdido, no Labirinto
Quando entramos no Labirinto vamos cheios de expectativas. Um objectivo está traçado: chegar à meta. É, sem dúvida, um grande desafio. No entanto, depois de entrar nele, rapidamente nos apercebemos que não será fácil descobrir a saída. Por vezes fazemos o jogo sozinhos. Outras acompanhados. Mas o objectivo e as ânsias são sempre individuais. Claro que poderíamos fazer batota. Furar uma parede do labirinto ou saltar um muro. Isso permitir-nos-ia alcançar a saída de forma mais rápida. Mas, já fora do labirinto, sentirmo-nos-iamos mais felizes e realizados?
Estou no Labirinto. Sei que encontrarei a saída. Sei que chegarei à meta. Sei que não estou sozinho. Apenas desconheço o como.
Estou no Labirinto. Sei que encontrarei a saída. Sei que chegarei à meta. Sei que não estou sozinho. Apenas desconheço o como.
maio 13, 2004
Manifesto Pela História
Já há alguns dias que tinha assinado o Manifesto Pela História. Mas só hoje, ao ler o BioTerra é que me lembrei que poderia aqui divulgar esta iniciativa da Associação de Professores de História.
Manifesto "Pela História"
Para: Presidente da República; Presidente da Assembleia da República; Primeiro Ministro; Ministro da Educação; Ministra da Ciência e do Ensino Superior; Ministro da Cultura
A HISTÓRIA preserva a memória, contribuindo para o desenvolvimento da consciência social;
A HISTÓRIA alia permanências e mudanças, perenidade e relatividade, fundamentando a construção de uma identidade inclusiva (local, nacional e global);
A HISTÓRIA recorda o passado colectivo e, como diz José Mattoso, recordar o passado colectivo é uma forma de lutar contra a morte.
Esta consciência cidadã, aliada às potencialidades formativas das metodologias da educação histórica, torna manifesta a importância essencial da disciplina de História nos currículos escolares, como o reconheceu a Conferência Permanente dos Ministros Europeus da Educação, reunida na Noruega em 1997. As conclusões da Conferência, subscritas pelo governo português, consideram que:
O ensino da História pode e deve ter uma importante contribuição para a educação em geral e, em particular, para a educação de uma cidadania democrática permitindo aos jovens: i. Aprenderem acerca da sua herança histórica, bem como a de outras pessoas e nações; ii. Adquirirem e praticarem técnicas fundamentais, tais como a capacidade de pensarem por eles próprios, a capacidade para tratarem e analisarem de forma crítica diferentes formas de informação e a capacidade de não se deixarem influenciar por informação preconceituosa e por argumentos irracionais; iii. Desenvolverem atitudes básicas tais como a honestidade intelectual e rigor, um julgamento independente, uma abertura de espírito, a curiosidade, a coragem civil e a tolerância.
Desde a sua formação, a Associação de Professores de História tem procurado contribuir activamente para a promoção da História e a consecução dos objectivos do seu ensino. É, assim, incompreensível e preocupante o espaço cada vez menor atribuído à História nos actuais 2º e 3º ciclos do ensino básico, (reduzida em muitas escolas a escassos 90 minutos semanais) e o seu eventual futuro desaparecimento do currículo como área autónoma de saber.
A APH reafirma a importância da consagração do lugar da História no currículo da escolaridade obrigatória, dotada de tempos lectivos adequados e com o relevo que o seu papel na formação da cidadania democrática lhe exige.
Associação de Professores de História
Assine aqui a petição!
Manifesto "Pela História"
Para: Presidente da República; Presidente da Assembleia da República; Primeiro Ministro; Ministro da Educação; Ministra da Ciência e do Ensino Superior; Ministro da Cultura
A HISTÓRIA preserva a memória, contribuindo para o desenvolvimento da consciência social;
A HISTÓRIA alia permanências e mudanças, perenidade e relatividade, fundamentando a construção de uma identidade inclusiva (local, nacional e global);
A HISTÓRIA recorda o passado colectivo e, como diz José Mattoso, recordar o passado colectivo é uma forma de lutar contra a morte.
Esta consciência cidadã, aliada às potencialidades formativas das metodologias da educação histórica, torna manifesta a importância essencial da disciplina de História nos currículos escolares, como o reconheceu a Conferência Permanente dos Ministros Europeus da Educação, reunida na Noruega em 1997. As conclusões da Conferência, subscritas pelo governo português, consideram que:
O ensino da História pode e deve ter uma importante contribuição para a educação em geral e, em particular, para a educação de uma cidadania democrática permitindo aos jovens: i. Aprenderem acerca da sua herança histórica, bem como a de outras pessoas e nações; ii. Adquirirem e praticarem técnicas fundamentais, tais como a capacidade de pensarem por eles próprios, a capacidade para tratarem e analisarem de forma crítica diferentes formas de informação e a capacidade de não se deixarem influenciar por informação preconceituosa e por argumentos irracionais; iii. Desenvolverem atitudes básicas tais como a honestidade intelectual e rigor, um julgamento independente, uma abertura de espírito, a curiosidade, a coragem civil e a tolerância.
Desde a sua formação, a Associação de Professores de História tem procurado contribuir activamente para a promoção da História e a consecução dos objectivos do seu ensino. É, assim, incompreensível e preocupante o espaço cada vez menor atribuído à História nos actuais 2º e 3º ciclos do ensino básico, (reduzida em muitas escolas a escassos 90 minutos semanais) e o seu eventual futuro desaparecimento do currículo como área autónoma de saber.
A APH reafirma a importância da consagração do lugar da História no currículo da escolaridade obrigatória, dotada de tempos lectivos adequados e com o relevo que o seu papel na formação da cidadania democrática lhe exige.
Associação de Professores de História
Assine aqui a petição!
maio 12, 2004
Regresso
Voltei.
Foram três dias engraçados e bem passados, em termos humanos. O sotão é que podia ter sido mais generoso comigo. Mas enfim, contingências da investigação.
Mas foi bom cruzar-me com uma pessoa em particular, e conhecer uma outra, bastante simpática e cujos gestos e olhar espelhavam o entusiasmo com que está na investigação. Só por isto valeu a pena ir a Lisboa.
Entretanto, para quem quer mais informações sobre o Congresso/Seminário Internacional do Sal, pode entrar aqui.
Foram três dias engraçados e bem passados, em termos humanos. O sotão é que podia ter sido mais generoso comigo. Mas enfim, contingências da investigação.
Mas foi bom cruzar-me com uma pessoa em particular, e conhecer uma outra, bastante simpática e cujos gestos e olhar espelhavam o entusiasmo com que está na investigação. Só por isto valeu a pena ir a Lisboa.
Entretanto, para quem quer mais informações sobre o Congresso/Seminário Internacional do Sal, pode entrar aqui.
Subscrever:
Mensagens (Atom)